sábado, 19 de julho de 2014

EMBARGO MILITAR A ISRAEL defendido por PRÊMIOS NOBEL, ARTISTAS E INTELECTUAIS PÚBLICOS

Colado de: http://juntos.org.br/

Israel, mais uma vez, desencadeou toda a força de seu exército contra a população palestina em cativeiro, particularmente na sitiada Faixa de Gaza, em um ato desumano e ilegal de agressão militar. O atual ataque israelense em Gaza já matou muitos civis inocentes, causou centenas de feridos e devastou infraestrutura civil, incluindo o setor de saúde, que foi severamente danificado.
A capacidade de Israel para lançar este tipo de ataque devastador com impunidade deriva, em grande parte, da vasta cooperação militar internacional e comércio de armas que Israel mantém com governos cúmplices em todo o mundo.
Durante o período de 2008 a 2019, os Estados Unidos pretendem fornecer ajuda militar a Israel no valor de 30 bilhões de dólares, enquanto vendas militares israelenses anuais mundiais chegam a bilhões de dólares. Nos últimos anos, os países europeus têm exportado armas para Israel no valor de bilhões de euros e a União Europeia financiou as empresas militares israelenses e universidades com bolsas de pesquisa militares no valor de bilhões euros.
As economias emergentes, como Índia, Brasil e Chile, aumentam rapidamente o seu comércio e cooperação militar com Israel, apesar de afirmarem que apoiam os direitos dos palestinos.
Importando e exportando armas para Israel e facilitando o desenvolvimento de tecnologia militar israelenses, governos estão de fato enviando uma mensagem clara de aprovação da agressão militar de Israel, incluindo os seus crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade.
Israel é um dos principais produtores e exportadores de drones militares do mundo. A tecnologia militar de Israel, desenvolvida para manter décadas de opressão, é comercializado sob a classificação de “testada no campo” e é exportado em todo o mundo.
O comércio militar com Israel e as relações de pesquisa militar conjunta incentivam a impunidade de Israel enquanto comete violações graves do direito internacional e facilitam a consolidação de um sistema israelense de ocupação, colonização e negação sistemática dos direitos dos palestinos.
Apelamos às Nações Unidas e governos de todo o mundo a tomarem medidas imediatas para aplicar um abrangente e juridicamente vinculativo embargo militar contra Israel, semelhante ao embargo imposto à África do Sul durante o apartheid.
Governos que expressam sua solidariedade com a população palestina em Gaza, a mais atingida pelo militarismo, as atrocidades e a impunidade de Israel, devem começar a cortar todos os laços militares com Israel. Os palestinos hoje precisam da solidariedade efetiva não caridade.
Assinam:
Adolfo Peres Esquivel, Premio Nobel da Paz, Argentina
Ahdaf Soueif , Escritor, Egito/RU
Ahmed Abbas, Acadêmico, França
Aki Olavi Kaurismäki , cineasta, Finlândia
Alexi Sayle, Comedian, RU
Alice Walker, Writer, EUA
Alison Phipps, Acadêmico, Escócia
Andrew Ross, Acadêmico, EUA
Andrew Smith, Acadêmico, Escócia
Arch. Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, África do Sul
Ascanio Celestini, ator e escritor, Itália
Betty Williams, Prêmio Nobel da Paz, Irlanda do Norte
Boots Riley, Rapper, poeta e produtor, EUA
Brian Eno, Compositor/músico, RU
Brigid Keenan, Escritor, RU
Caryl Churchill, dramaturgo, RU
China Mieville, Escritor, RU
Chris Hedges , Journalista, Prêmio Pulitzer 2002, RU
Christiane Hessel, , França
Cynthia McKinney, Política, ativista, EUA
David Graeber, Acadêmica, RU
David Palumbo-Liu, Acadêmica, US
Eleni Varikas, Acadêmica, França
Eliza Robertson, Escritora
Elwira Grossman, Acadêmica, Escócia
Etienne Balibar, filósofa, França
Federico Mayor Zaragoza,ex-diretor-geral da UNESCO , Espanha
Felim Egan, Pintor, Irlanda
Frei Betto, Teólogo da Libertação, Brasil
Gerard Toulouse, Acadêmico, França
Ghada Karmi , Acadêmica , Palestina
Gillian Slovo, Escritora, ex-presidente do PEN (UK), RU/África do Sul
Githa Hariharan, Escritora, Índia
Giulio Marcon, Acadêmico, Itália
Hilary Rose, Acadêmica, RU
Ian Shaw, Acadêmico, Escócia
Ilan Pappe, Historiador, escritor, Israel
Ismail Coovadia, ex-embaixador israelense na África do Sul
Ivar Ekeland, Acadêmico, França
James Kelman, Escritor, Escócia
Janne Teller, Escritor, Dinamarca
Jeremy Corbyn, Membro do Parlamento, RU
Joanna Rajkowska, Artista, Polônia
Joao Felicio, Presidente da União Internacional das Federações Sindicais, Brasil
Jody Williams, Nobel da Paz, EUA
John Berger, artista, RU
John Dugard, magistrado, África do Sul
John McDonnell, Membro do Parlamento (Trabalhistas), RU
John Pilger, jornalista e cineasta, Austrália
Judith Butler, Acadêmica, filósofa, EUA
Juliane House, Acadêmica, Alemanha
Karma Nabulsi, Oxford University, RU/Palestina
Keith Hammond, Acadêmica, Escócia
Ken Loach, cineasta, RU
Kool A.D. (Victor Vazquez), Músico, EUA
Liz Lochhead, poeta e dramaturga, RU
Liz Spalding, Escritor,
Luisa Morgantini, ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Itália
Mairead Maguire, Nobel da Paz, Irlanda
Marcia Lynx Qualey, Blogueira e crítica literária, EUA
Michael Lowy, Acadêmico, França
Michael Mansfield, Advogado, RU
Michael Ondaatje, Escritor, Canadá/Sri Lanka
Mike Leigh, escritor e diretor, RU
Mira Nair, cineasta, Índia
Monika Strzępka, diretora de teatro, Polônia
Naomi Wallace, Dramaturga, roteirista, poeta, US
Nathan Hamilton, Poeta ,
Noam Chomsky, Acadêmico, escritor, EUA
Nur Masalha, Acadêmico, RU/Palestina
Nurit Peled, Acadêmico, Israel
Paola Bacchetta, Acadêmico, RU
Phyllis Bennis, analista político, comentarista, EUA
Prabhat Patnaik, Economista, Índia
Przemyslaw Wielgosz, Editor-chefe do Le Monde Diplomatique, edição polonesa, Polônia
Rachel Holmes, Escritora, RU
Raja Shehadeh, Escritor e advogado, Palestina
Rashid Khalidi, Acadêmico, escritor, Palestina/EUA
Rebecca Kay, Acadêmico, Escócia
Richard Falk, Former UN Special Rapporteur on Occupied Palestinian Territories, EUA
Rigoberta Menchú, Nobel da Paz, Guatemala
Robin D.G. Kelley, Acadêmico, EUA
Roger Waters, Músico, RU
Robin Yassin-Kassab, Escritor, RU
Roman Kurkiewicz, jornalista, Polônia
Ronnie Kasrils, ex-ministra do governo Mandela, África do Sul
Rose Fenton, Diretor, diretor do Free Word Centre, RU
Sabrina Mahfouz, escritor, RU
Saleh Bakri, Ator, Palestina
Selma Dabbagh, Escritor, RU/Palestina
Sir Geoffrey Bindman, Advogado, RU
Slavoj Zizek, Filósofo, escritor, Eslovênia
Sonia Dayan-Herzbrun, Acadêmica, França
Steven Rose, Acadêmica, RU
Tom Leonard, escritor, Escócia
Tunde Adebimpe, Músico, EUA
Victoria Brittain, dramaturga e jornalista, RU
Willie van Peer, Acadêmico, Alemanha
Zwelinzima Vavi, Político, África do Sul
Carta publicada no The Guardian – http://www.theguardian.com/world/2014/jul/18/arms-trade-israel-attack-gaza – e tradução retirada da Folha.

sábado, 12 de julho de 2014

Sionismo = Nazismo: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"


Colado de :
 
Redação Pragmatismo
 

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças

Por Eduardo Galeano
Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.
eduardo galeano gaza israel
Eduardo Galeano: “Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou”

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

terça-feira, 1 de julho de 2014

O ir e vir de uma palhaça assassinada e seu algoz P.M.


O assassino já está em liberdade...

http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2014/06/justica-concede-liberdade-provisoria-pm-que-disparou-contra-motocicleta.html?utm_source=g1&utm_medium=email&utm_campaign=sharethis


ADVOGADO DA FAMÍLIA QUE ACOMPANHA O CASO, ESSA É A VERDADE (LINK ABAIXO):

''Não podemos entender como "tragédia". A palavra nos remete a casualidade. O policial fez a mira e atirou. Não foi casualidade. Não houve troca de tiros, não houve perseguição, houve uma mira e um tiro. Os fatos serão "esclarecidos".

http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2014/06/advogado-nega-que-condutor-tenha-tentado-fugir-de-bloqueio-policial.html
 

Colando de: http://ponte.org/a-morte-da-palhacinha/

A morte da palhacinha


Presidente Prudente - Cerca de 200 pessoas, a maioria jovens com os narizes pintados de vermelho, como palhaços, compareceram ao cemitério de Rancharia, interior de São Paulo, no sábado (28 de junho), para se despedir da jovem atriz e produtora cultural Luana Carlana de Almeida Barbosa, a Lua, morta na véspera por tiro desferido por um policial militar.
Lua, que na vida de circo era conhecida como a palhaça Meia Lua Quebrada, tinha recém-completado 25 anos. No caixão, o corpo dela também estava com o nariz pintado de vermelho.lua4a
O jogo do Brasil contra a seleção do Chile ainda não tinha começado, quando o amigo Luis Valente puxou o “Ale Hop” , expressão usada pelos artistas circenses para indicar o início de um número. Repetido o grito por todos os que choravam no velório, o caixão já estava sendo fechado sob uma salva de palmas, quando a irmã de Lua, Nara, 21 anos e portadora de síndrome de Down, gritou: “Viva o Brasil”. Não era uma ironia.
A morte de Lua aconteceu na sexta-feira, por volta das 9h30, quando ela, na carona de uma moto, passava por bloqueio policial montado na avenida Joaquim Constantino, em Presidente Prudente. A motocicleta era pilotada pelo namorado de Lua, Felipe Barros, de 29 anos. Segundo a polícia, Felipe não teria obedecido à ordem de parada, avançando contra a barreira. No boletim de ocorrência, consta que a moto andou 300 metros antes de parar.
A versão do cabo Marcelo Coelho, que fez o disparo, é que foi tudo um acidente. Para ele, que trabalha há 23 anos na Polícia Militar, o capacete do piloto bateu em sua mão, provocando o tiro. O soldado foi detido no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. Por poucas horas.foto 3 copy
Autuado em flagrante, o cabo foi solto no domingo por um habeas corpus. Até a conclusão do inquérito, ficará encarregado de trabalhos administrativos no 18o. Batalhão da Polícia Militar de Presidente Prudente.
“Querem agora culpar o Felipe, mas está claro que a culpa é de quem puxou o gatilho Não quero culpar toda a instituição, mas cabe a ela dar uma resposta ao assassinato da minha filha”, disse Marcos de Almeida Barbosa, 56 anos, pai de Luana e secretário de Cultura de Rancharia.
Sorrisos
Olhos verdes, cabelo liso, magra, dentes bonitos, vegetariana, Lua não parava nunca. “Era alegre, artista, viva, pessoa do bem, positiva”, descreve o amigo e ator Tiago Munhoz. Estava sempre trabalhando. “Desde assessoria até lavar o banheiro, ela topava tudo –sempre com um sorriso no rosto”, lembra o amigo e ator Luis Valente.
Formada em Artes Cênicas pela Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná, Lua fez curso técnico para produção de cinema e vídeo. Atualmente cursava Produção de Eventos na Fatec de Presidente Prudente.
Era atriz e produtora cultural na Federação Prudentina de Teatro e Artes Integradas. Na pele da palhaça Meia Lua Quebrada, atuava no grupo de Circo de Rua Os Mamatches, além de dar aulas no Circo-Escola, que rodava as cidades da região de Prudente. A atividade era voltada principalmente às crianças.
“Não consigo pensar nos Mamatches sem ela. Como continuar, não sei…”, lamenta Camila Peral, amiga e componente do coletivo de artistas. “Todos os trabalhos que tínhamos, todas as dúvidas, era a ela que nós consultávamos”, disse.
Família
Luana sempre gostou de ler. Fez balé quando criança e aos 12 anos entrou em um grupo de teatro de Rancharia chamado Pé na Estrada. Ali, descobriu sua paixão. Aos 17 anos, saiu de casa para estudar em Curitiba.
“Claro que tive medo. Mas era o sonho dela, então a deixamos ir. O maior prazer da vida dela era estar entre as crianças, por isso escolheu ser palhaça. O riso das crianças era o combustível da vida dela”, lembra o pai.
Luana e Nara eram muito apegadas. A família não sabe como Nara vai reagir ao desaparecimento da irmã. Quando Luana estava em Rancharia, elas ficavam grudadas. E, de vez em quando, Luana levava Nara pra casa dela em Prudente também, para passar o final de semana.
Quanto ao Felipe, eles estavam juntos há alguns meses. Estudavam e tinham projetos de trabalhar em um espetáculo de Mamulengo. Todos dizem que eles se completavam.
Na última quinta-feira, foi aniversário de 25 anos de Luana. Mas não houve festa. Durante todo o dia, ela e o namorado trabalharam na organização da festa junina da Federação Prudentina, que estava marcada para acontecer na sexta-feira à noite. Não deu tempo. A morte alcançou-a antes.
Sem punição
Os amigos não acreditam em punição severa ao policial que fez o disparo. Perguntado se acredita que será feita Justiça, Luis Valente responde logo: “Não. A Polícia Militar é muito corporativista. Não quero generalizar, mas a responsabilidade é da instituição”.
Para Camila Peral, amiga e componente dos Mamatches, o policial veio da calçada com a arma apontada para o casal, o dedo no gatilho. “Ele assumiu o risco de matar. Esse policial acabou com a vida da Luana, do Felipe, com a vida da família da Luana e acabou com a nossa vida também. E agora ela não vai voltar. O Estado dá a arma na mão de quem não sabe o que fazer com ela, de alguém que mata qualquer um.”
Segundo Tiago Munhoz, 36, ator, “não havia nenhuma denúncia, nem ocorrência que pudesse colocar a polícia em alerta e fazê-la reagir dessa forma truculenta. Isso demonstra um despreparo sem tamanho. Foi uma morte banal, um absurdo. Cabe a mim usar a arte para discutir o que aconteceu. Não sei o que posso fazer, mas eu vou fazer as pessoas refletirem.”
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que abriu inquérito e tem 40 dias, prorrogáveis por mais 20, para finalizá-lo. A arma foi apreendida e deve passar por perícia.
“Ale Hop”