sexta-feira, 30 de julho de 2010

Manifesto: Lei Cultura Viva / Moedas sociais substituem o real




Fonte: http://www.famalia.com.br

MANIFESTO Lei Cultura Viva

Nós, cidadãos brasileiros, reconhecendo que a cultura de um povo é capaz de determinar o seu destino, convocamos a todos que se preocupam com a cultura brasileira a apoiar este manifesto. Sabemos que sua produção artística, a diversidade de sua expressão simbólica, suas relações sociais e seu imaginário são capazes de fecundar utopias e ampliar as possibilidades de atuação política deste povo. Tudo isso amplia sua capacidade de intervir e transformar sua realidade social, contribuindo para a construção de um país mais justo, mais humano e mais feliz.
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Nossa cultura, gestada e enraizada nas entranhas do Brasil, é pulsante, criativa e forte. Queremos garantir esta Cultura Viva! Queremos continuar a “desesconder” o Brasil, reconhecendo e reverenciando a cultura de um povo capaz de assumir sua história e construir no presente, o futuro desejado. Queremos garantir a expressão da pluralidade brasileira, esta revolução silenciosa que fazemos, trazendo os atores de baixo para cima, na construção de uma memória presente, através das novas possibilidades de difusão e acesso à cultura.

É preciso reconhecer nossa latente criatividade e afirmar que nós, atores sociais, produzimos cultura e, portanto, fazemos a nossa história. Nesse sentido, os Pontos de Cultura cumprem um importante papel no confronto aos padrões produtivos hegemônicos, intervindo na democratização dos meios de produção e acesso à cultura, valorizando as demandas produtivas de parcelas da população que anteriormente foram alijadas do acesso ao recurso público, não sendo reconhecidas em seus direitos e possibilidades históricas. Incentiva a preservação e promove a diversidade cultural brasileira, contemplando manifestações culturais de todo o país, reconhecendo a cultura em toda a sua complexidade, desde as que ocorrem nas grandes cidades, em favelas e periferias, às que se encontram em pequenos municípios, ou em aldeias indígenas, assentamentos rurais, comunidades quilombolas e universidades. Sempre preservando a autonomia, visando o exercício máximo da potência de cada sujeito envolvido e reconhecendo os Pontos como protagonistas da sua realidade.

Por isso, estamos propondo a criação de uma Lei que garanta os princípios desta Cultura Viva e a torne uma política de Estado. Queremos a Lei Cultura Viva!

Acreditamos que os Pontos de Cultura, ao incorporarem novos atores – que reconhecidamente despertam para um novo formato de execução e disseminação de sua produção cultural – criam possibilidades históricas que aproximam esses atores sociais da dinâmica do Estado. Isso porque são eles que iniciam todas as cadeias produtivas da cultura – onde o acesso às tecnologias produtivas, é condição essencial para a participação no processo de formulação de políticas públicas plurais e afirmativas. A lei Cultura Viva visa garantir uma produção cultural criativa, que se realize de baixo para cima, potencializando desejos e criando situações de encantamento social, por meio dos Pontos de Cultura.

Defendemos a inclusão da cultura no capítulo dos direitos sociais da constituição brasileira, a implantação do sistema nacional de cultura, a ampliação e democratização do financiamento público para a atividade cultural.

Reforçamos a campanha pela Lei Cultura Viva, garantindo de maneira democrática e participativa que o reconhecimento e o apoio aos Pontos de Cultura se transformem em uma política de Estado!

Cultura como direito de cidadania e dever do Estado!

Cidadania Cultural como direito de todos!

Vamos todos juntos, unidos, abraçar esta causa!

ASSINE o MANIFESTO EM: www.culturaviva.org.br/index.php







Moedas sociais substituem Real em cinco comunidades paulistas

Repórter Diário - 19/06/2010

Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil



Apuanãs, freires, sampaios, vistas lindas ou moradias em ação. Em algumas comunidades dentro de São Paulo, a moeda preferencial deixou de ser o real.

No Jardim Maria Sampaio, na zona sul da capital, a moeda que circula desde setembro do ano passado é o sampaio. No Jardim Filhos da Terra, na zona norte, os comerciantes passaram a aceitar os apuanãs. Junto com os freires (do Jardim Inácio Monteiro, na zona leste), os vistas lindas (do Jardim Donária, na zona oeste) e os moradias em ação (do Jardim São Luiz, na zona sul), o sampaio e o apuanã compõem as cinco moedas sociais aceitas pelo comércio de São Paulo desde meados do ano passado.

Em todo o Brasil, existem atualmente 51 moedas sociais. Elas não substituem o real - a ideia é que funcionem de modo complementar à moeda nacional, mas desenvolvendo as economias locais. Para isso, é preciso que tenham lastro em real, ou seja, para cada uma das moedas sociais usadas, deve-se ter “guardada” uma moeda em real.

Reconhecidas pelo Banco Central, as moedas sociais só podem existir em comunidades que tenham uma forte associação de moradores.

Elas podem ser vinculadas a pelo menos duas estratégias: aos clubes de trocas ou aos bancos comunitários. “A ideia é trazer de volta a moeda como um instrumento de troca, potencializando sua circulação e reduzindo a ideia de acumulação”, explicou a psicóloga Juliana de Oliveira Barros Braz, doutoranda em psicologia social e pesquisadora do Núcleo de Economia Solidária da Universidade de São Paulo (USP).

“A idéia é que as pessoas comprem e façam circular essa moeda porque acumular [a moeda social] não tem muito sentido”, afirmou Juliana, em entrevista à Agência Brasil. “É um estímulo ao consumo local, no próprio bairro, um estímulo ao desenvolvimento econômico na comunidade." Segundo a psicóloga, o sistema tem ainda uma função de identidade, ou seja, faz com que as pessoas consumam no bairro onde moram, usando uma moeda que tem o nome do bairro.

Para estimular a população a usar a moeda social, os comerciantes apelam para os descontos. Com isso, o dinheiro passa a ficar na própria comunidade. “Os bairros não são pobres. As pessoas é que perde a poupança quando consomem fora dele. Quanto mais dinheiro ficar na comunidade, mais ele vai circular internamente e mais riqueza vai gerando. Quanto mais vezes ele passar de mão em mão, mais se estará gerando valor e riqueza”, disse a pesquisadora.

Além dos descontos, para fazer crescer o uso dessas moedas são realizados mapeamentos de consumo e produção para avaliar a necessidade dos consumidores e se há produção suficiente na comunidade para atendê-los.

A comunidade também se organiza em fóruns para discutir questões como os juros e as diretrizes dos bancos comunitários na concessão do crédito. “Não estamos preocupados se você tem o nome sujo no SPC [Serviço de Proteção ao Crédito], na Serasa [Centralização dos Serviços Bancários S/A], se está em atraso com as prestações de uma loja. Isso não seria motivo para a pessoa não obter crédito. A forma de concessão é o aval da própria comunidade”, explicou.

O primeiro banco comunitário brasileiro foi o Banco Palmas, que surgiu em 1998 no Conjunto Palmeira, bairro da periferia de Fortaleza. Em 2003, a comunidade se organizou e criou o Instituto Palmas, que hoje serve de apoio para o surgimento de outros bancos comunitários. A expectativa para os próximos dois anos, segundo Juliana, é de que sejam criados mais 100 bancos comunitários em todo o Brasil.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Traição contra a classe trabalhadora no campo?


Não! O PCdoB já tinha avisado!


*Antonio Alves da Silva Junior



Seria um escândalo em outros tempos. Um absurdo, que causaria em épocas mais remotas da historia política da esquerda brasileira, um verdadeiro “racha”. Mais o que aconteceu na verdade, foi à triste metáfora da metamorfose que Kafka relatava em seu livro homônimo, de um jovem que se transforma em uma criatura desprezível, uma barata, deixando de ser o que era e se tornando algo totalmente diferente.

Nesta transcrição que fiz, sou gentil com relação à metáfora, porém, a criatura que quero citar é uma entidade, um Partido político. Que antes era um símbolo da radicalidade revolucionária e hoje é o baluarte da conciliação de classes, em nome de um pseudo projeto nacional-libertador, que junto à burguesia nacional ira combater o imperialismo, se perdendo em um chauvinismo sem precedentes. Sendo elogiados até pela ala mais conservadora do país. O que me faz lembra Mao Tse Tung : “Se o inimigo nos elogiar demais, alguma coisa errada estamos fazendo”.

O Deputado Federal Aldo Rabelo (PCdoB-SP) foi o relator do projeto para o novo Código Florestal Brasileiro, acabou sendo a pedra de toque que a truculenta UDR (União Democrática Ruralista) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) presidida pela reacionária Kátia Abreu, Senadora do DEM, que elogiou publicamente a iniciativa do Dep. Aldo Rabelo pela bela redação do texto, que fundamenta teoricamente o que os trogloditas da direita fundamentalista nunca conseguiram fazer em toda sua existência.

O que venho trazer neste texto não é a simples análise do que esse aberrante fato significa em sua ação direta, seus impactos e conseqüências, caso seja aprovado pelo Presidente Lula. Mas o que está acontecendo com o PCdoB, Partido que um dia já foi símbolo de vanguarda armada, que agora segue um projeto nacional-desenvolvimentista, que não tem nada a ver com qualquer pretensão revolucionária.

Os últimos 15 anos, o PCdoB vem se fortalecendo institucionalmente, digo, alcançando cargos políticos pela via eleitoral, gradativamente em algumas esferas, como Vereadores, Dep. Estaduais, Federais e Prefeitos. A cada eleição que avança, os princípios que norteiam um Partido Comunista sério, vão ficando no caminho. Rebaixa-se o discurso e o programa, se segue a linha burguesa de conciliação e aliança, acabando em um filme bastante conhecido: a descaracterização de uma ferramenta que um dia já foi de luta e agora virá um balcão de negociação de empregos!

Esse caminho de ida, quase sem volta, (pois acredito na dialética), foi o escolhido pelo PCdoB, que teima em falar de um socialismo nacionalista que enfraquece antigos aliados estratégicos, para privilegiar a chegada ao poder a qualquer custo.

No seu 12º Congresso em 2009, o PCdoB assumiu a sua nova forma de ação política pragmática, segundo a vice-presidente do Partido, Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda, nas palavras da própria, em entrevista ao Diário de Pernambuco, do dia 14/11/2009, ela afirmou: "No programa que nós debatemos neste ano procuramos deixá-lo palatável, factível. Deixamos de ter um programa de afirmação de princípios para ter um programa que se rebate na realidade". E ainda outro comentário sobre a questão do Agronegócio: "Hoje a gente separa. Na política de desenvolvimento agrário, muitos segmentos não são apenas da agricultura familiar, não são pequenos produtores, não são cooperativas. Para nós, os grandes produtores agrícolas também estão dentro do programa de mudança do Brasil".

Sendo assim esclarecido o titulo do texto, não é surpresa, o PCdoB já tinha avisado!



*Educador Social, Coordenador da AMH2-PE e Direção Estadual do PCB/PE

Esse texto se encontro no blog Dias de Guerra, Noites de Amor

http://diasdeguerranoitesdeamor.blogspot.com/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Manifesto de trabalhadores da cultura a candidaturas de Roque e Miranda

MANIFESTO DE TRABALHADORES DA CULTURA EM APOIO ÀS CANDIDATURAS DE ROQUE E MIRANDA


Nós, trabalhadores da cultura que assinamos este manifesto, declaramos apoio às candidaturas petistas de José Carlos Miranda para deputado estadual (13633) e Roque Ferreira para deputado federal (1328), por serem candidaturas que entendem os mandatos parlamentares como pontos de apoio à luta dos trabalhadores, e na área da cultura, desde já se colocam ao lado da categoria na luta por suas reivindicações.
Nas eleições desse ano, nosso voto é também para os demais candidatos do PT (Dilma, Mercadante e Marta). Os patrões e seus candidatos querem aprofundar sua política de privatização, sucateamento dos serviços públicos e ataques aos direitos dos trabalhadores. É hora de votar no PT para barrar a direita!
A luta dos trabalhadores da cultura deve seguir sempre unida à luta de toda classe trabalhadora. Queremos condições dignas para o exercício de nossa profissão e que o acesso à cultura não seja um privilégio de poucos, mas o direito de todos garantido pelo Estado. Nossas propostas seguem resumidas abaixo e são o norte do programa de cultura dos candidatos Roque e Miranda:
1) Dotação orçamentária fixa para a cultura e nunca inferior ao indicativo da UNESCO (2% do orçamento geral) para as pastas de cultura de municípios, Estados e federação. Criação de pastas de cultura e capacitação de pessoal qualificado, onde não existem.
2) Uso e destinação consequente das verbas garantidas no orçamento, através de formulação de plano de cultura enquanto política de Estado e não de governo. Pela formulação de programas garantidos por lei, executados por meio de editais democráticos e transparentes.
3) Recursos, condições técnicas e materiais aos trabalhadores da cultura prevendo a criação de corpos estáveis, assim como a manutenção dos já existentes, com contratação
por meio de concursos públicos. Sempre através dos recursos públicos, comprometendo o Estado com políticas culturais.
4) Revitalização dos equipamentos culturais (teatros, museus, casas de cultura, etc) existentes e mapeamento de espaços ociosos para ocupação dos mesmos enquanto
equipamentos culturais de utilidade e interesse público.

• Por um governo do PT comprometido com os trabalhadores da cultura e de todas as categorias, sem alianças com patrões e seus partidos! Por um governo socialista dos trabalhadores!
• Pelo fim das leis de renúncia fiscal! Investimento direto do Estado em cultura já! Contra a privatização da cultura! Mais cultura, menos mercadoria!
• Pela responsabilidade do Estado de prover o acesso à cultura, quer na fruição quer na produção, enquanto direito de todos os cidadãos, assim como educação, saúde e moradia!

Primeiros que assinam:
Mario Conte, músico e secretário trabalhista do SIMPROIND (Sindicato dos Músicos Profissionais Independentes); Roberta Ninin, atriz e coordenadora do GT de seminários do COLECUT (Coletivo de Cultura da CUT); Edson Calheiros, bailarino; Mario Sérgio Jorge Santos, ator; José Luiz Marques Moura, secretário de finanças do SIMPROIND (Sindicato dos Músicos Profissionais Independenres)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Todos na Palestina são assassinados por sere chefes do Hamas. Será que todos os americanos são o Obama?


Fonte: Vermelho.

Georges Bourdoukan e a morte do chefe do Hamas

O governo de Israel não explica como é possível que alguém que eles disseram ter executado na segunda, na terça, na quarta, na quinta e na sexta-feira poderia liderar uma manifestação em Gaza. Desse modo, a mídia repercute as “informações” geradas pelas tropas de ocupação, sem ao menos se preocupar em ouvir o outro lado, as vítimas palestinas, mortas semanalmente em ataques israelenses.
Georges Bourdoukan elucida assim o noticiário semanal gerado pela mídia pró-Israelense. Leia abaixo a íntegra do que publicou em seu blog a respeito:

Segunda-feira – Helicópteros israelenses explodem um carro que circulava em Gaza, Palestina ocupada. Todos os seus ocupantes morreram.O governo de Israel afirma que valeu a matança porque no veículo viajava o chefe do Hamas.

Terça-feira – Tanques israelenses explodem mais um carro que circulava pelas ruas de Gaza, Palestina ocupada, matando todos os passageiros. O governo de Israel assevera que valeu a hecatombe porque no veículo viajava o chefe do Hamas.

Quarta-feira – Helicópteros israelenses explodem outro carro que circulava em Gaza, Palestina ocupada. Não houve sobreviventes. O governo de Israel insiste que valeu o derramamento de sangue porque no veículo viajava o chefe do Hamas.

Quinta-feira – Tanques de Israel explodem uma casa de palestinos, em Gaza, Palestina ocupada, matando todos os moradores. O governo de Israel repete que valeu o massacre porque na casa vivia o chefe do Hamas.

Sexta-feira – Aviação israelense destrói dezenas de casas em Gaza, Palestina ocupada, vitimando um número desconhecido de palestinos. O governo de Israel garante que ali vivia o chefe do Hamas e que sua morte valeu o holocausto.

Sábado – Soldados israelenses assassinam Sâmia, de oito anos, diante da escola da ONU, em Gaza, Palestina ocupada. O governo de Israel não informou se ela era a chefe do Hamas.

Domingo – “Colonos” israelenses, apoiados por aviões, helicópteros, tanques e infantaria, perseguem crianças palestinas que atiravam pedras contra os ocupantes de sua terra. O governo de Israel afirma que as crianças obedeciam ordens do chefe do Hamas. Mas não explicou como era possível que alguém que eles disseram ter executado na segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira agora liderava uma manifestação de crianças.

E a mídia repercute essas “informações” das tropas de ocupação, sem ao menos se preocupar em ouvir o outro lado, as vítimas palestinas.

Lamentável.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

MST não deve nada a ninguém!!! E o Brasil, quanto deve?

Fonte: http://www.reformaagraria.blog.br/2010/07/12/nao-identificamos-desvio-de-recurso-publico-afirma-relator-da-cpmi/

Não identificamos um centavo de desvio de recurso público”, afirma relator da CPMI

Por Aline Scarso
Da Radioagência NP
Para o Blog da Reforma Agrária

Não há desvio de dinheiro público para a ocupação de terra no Brasil. Foi o que concluiu o relatório da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investigou a ligação entre entidades da reforma agrária e ministérios do governo. No total, foram realizadas treze audiências públicas em oito meses. A CPMI também investigou as contas de dezenas de cooperativas de agricultores e associações de apoio à reforma agrária.

Para o relator da CPMI, deputado federal Jilmar Tatto (PT/SP), “foi uma CPMI desnecessária”.

“São entidades sérias que desenvolvem um trabalho de aperfeiçoamento e de qualificação técnica do homem do campo. O que deu para perceber foi que a oposição, principalmente o DEM e o PSDB, estavam com uma política de criminalizar o movimento social no Brasil. Tanto é verdade que, depois de instalada a CPMI, eles praticamente não apareceram nas reuniões.”

O deputado federal Onxy Lorenzoni (DEM/RS) pediu vista do relatório durante a última sessão. Com isso, uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira (14). A expectativa é de que a bancada ruralista coloque em votação um relatório paralelo à relatoria oficial, mesmo não tendo participado das audiências de investigação.

Clique aqui e leia o relatório final

Abaixo, leia entrevista com o deputado federal Jilmar Tatto (PT/SP).

A CPMI foi criada para investigar desvios de recursos públicos de convênios entre ministérios e entidades sociais para a ocupação de terras. Qual a conclusão depois de oito meses de trabalho?

Foi uma CPMI desnecessária. A oposição fez uma carga muito grande, dizendo que havia recursos públicos desviados para a ocupação de terras no Brasil. Depois de um trabalho intenso e exaustivo, verificando todas as contas de dezenas de entidades, que fizeram convênios com o governo federal, concluímos que não é nada disso. São entidades sérias, que desenvolvem um trabalho de aperfeiçoamento e qualificação técnica, principalmente para o homem do campo. O que deu pra perceber é que a oposição, principalmente o DEM e o PSDB, estavam com uma política de criminalizar os movimentos sociais no Brasil. Tanto é verdade que, depois de instalada a CPMI, eles praticamente não apareceram nas reuniões. Foi a demonstração de que eles realmente estavam interessados mais em desgastar o governo federal, o MST e criminalizar o movimento social. Infelizmente, foi isso que aconteceu na criação dessa CPMI.

Como você avalia o trabalho das entidades da reforma agrária (como Anca, Concrab, Cepatec, Inocar, Itac e Fepafi), que participaram das audiência públicas na CPMI?

A oposição, em certa medida, no primeiro momento, conseguiu atrapalhar. Os convênios estavam acontecendo e, na medida em que ficam fazendo denúncias vazias em relação a essas entidades, atrapalham o seu trabalho junto aos produtores rurais assentados. Uma parte do seu objetivo a oposição conseguiu: justamente romper parte desses convênios. Eu acho que era isso que ela queria. Ficou comprovado que essas entidades, que fazem um trabalho com os assentados, produtores e pequenos proprietários de terra, ligados à agricultura familiar e às cooperativas, é muito importante para o Brasil. São entidades que trabalham com a produção de orgânico, a qualificação da melhor maneira de aproveitamento da terra e manuseio das sementes. Do ponto de vista pessoal, foi um aprendizado. Do ponto de visto político, foi um desastre, porque essa CPMI veio para prejudicar o campo, principalmente os pequenos produtores e assentados. Tem algumas questões de competência do legislativo que precisam ser aprimoradas.

Quais são as medidas mais importantes propostas no relatório?

Por exemplo, a questão do trabalho escravo. Essa lei [que prevê a desapropriação das terras dos proprietários que usam trabalho escravo] precisa ser votada urgente, que criminaliza quem pratica a vergonha do trabalho escravo, principalmente pelo agronegócio. Outra questão que precisa ser resolvida é dos índices de produtividade. Estou propondo também uma lei que regule os convênios. Porque a cada hora que se muda os governos, tem um procedimento em relação aos convênios com as entidades. Por isso, tem que normatizar, definir em lei como funcionam esses convênios, para desburocratizar, deixar transparente e facilitar esses convênios. Dessa forma, essas entidades e outras poderão desenvolver seu trabalho de forma tranquila, sem cometer erros de procedimento – não de má-fé – porque não está claro na legislação de como proceder na prestação de contas.

Já é possível pensar alguns pontos dessa lei para regular os convênios?

Tem que tratar diferente os desiguais. Uma coisa é fazer um convênio com entidades patronais, que têm uma estrutura muito grande, nas áreas jurídica, contábil e administrativa. Outra coisa são entidades pequenas, que não têm essa estrutura. A lei tem que facilitar o trabalho, e os convênios, evidentemente, terão todo rigor na aplicação dos recursos públicos. Se tem a garantia de que a aplicação dos recursos está dentro do objeto, não precisa de tantos mecanismo, porque temos que partir do princípio da boa fé. Uma das ideias é colocar na legislação os procedimentos, porque nem sempre isso está claro, prejudicando as entidades que não têm uma estrutura administrativa de grande porte.

Qual a importância desses convênios para a execução de políticas públicas nos assentamentos e nas áreas rurais?

É fundamental. É onde o Estado não consegue chegar, e se chega faz de forma atabalhoada, sem critério. Essas entidades fazem a ponte dos órgãos do Estado com aquelas pessoas que mais precisam. Fazem um trabalho fundamental de resgate da cidadania, de setores da sociedade que estão marginalizados. Por isso, um governo democrático, preocupado com a melhoria da qualidade de vida de todos e todas, precisa fortalecer esse tipo de entidade no Brasil.

Na sua avaliação, por que a bancada ruralista ficou ausente durante as audiências com representantes das entidades e dos ministérios?

Eles fizeram toda uma carga, um discurso muito raivoso, colocaram dúvidas em relação ao desvio de recursos públicos e perceberam que a montanha tinha parido um rato. Porque não havia desvio nenhum. As entidades e o governo abriram todas as suas contas. Foi transparente e, em nenhum momento, conseguiram identificar um centavo de desvio de recurso público. Foram desmoralizados, e resolveram se ausentar dos trabalhos da CPMI. De todo modo, nós aprovamos um plano de trabalho, cumprimos a nossa obrigação, investigando aquilo que o Congresso definiu como prioridade. Nesse período, ouvimos todas as entidades e órgãos do governo envolvidos e fizemos um debate sobre a questão agrária no Brasil. Foi um trabalho produtivo, no sentido de deixar claro que não houve desvio de recurso público para fazer ocupação de terras no Brasil. O que houve foi a oposição fazendo uma carga muito grande contra o governo e o MST.

O prazo final da CPMI, previsto no plano de trabalho, é 17 de julho. O prazo para a prorrogação da CPMI acabou. O Onyx Lorenzoni anunciou que vai apresentar um relatório paralelo. Qual a perspectiva para a aprovação do seu relatório na próxima semana?

Eles tentaram, como último suspiro, prorrogar a CPMI, mas eles não conseguiram as assinaturas. Então, só cabe à oposição apresentar um relatório alternativo. Está convocada uma reunião para esta quarta-feira, às 14h, pra votar o relatório. Provavelmente, vai ser votado meu relatório contra o da oposição. Se der quórum, e tivermos maioria, a gente aprova o nosso relatório. Se não, de todo modo, já apresentei o relatório. É o que vale. A CPMI termina no dia 17 de julho, com os trabalhos concluídos, comprovando que não houve desvio de recursos públicos.

E os ruralistas vão apresentar um relatório mesmo não comparecendo às sessões…

Exatamente. Essa é a contradição. De novo, estão fazendo politicagem. Tem alguns deputados e senadores, ligados aos ruralistas, que precisam fazer prestação de contas, porque na prática fizeram muito pouco na defesa dos ruralistas na CPMI. É mais para mostrar para os setor deles que estão trabalhando. Esse relatório tem mais essa função, porque do ponto de vista objetivo não tem sentido apresentar um relatório alternativo. Até porque nem sei o que eles vão escrever nesse relatório. Vai ser mais um discuso político de campanha eleitoral, para atender os interesses do agronegócio, do que propriamente algo que trata de desvios de recursos públicos.

A partir das investigações, o que precisa ser feito para o país resolver os conflitos no campo e enfrentar o problema da pobreza dos trabalhadores rurais?

Precisamos continuar investindo bastante na agricultura familiar, o que o governo tem feito, aumentando os recursos cada vez mais. Temos que garantir que a legislação trabalhista seja aplicada, rever os índices de produtividade, incentivar cada vez mais plantios alternativos, ligados à questão de alimentos orgânicos, produzindo alimentos de qualidade e do ponto de vista nutricional adequado. E, ao mesmo tempo, acelerar e intensificar o processo de desapropriação e de reforma agrária no país. Fazer um mapeamento, por meio de georreferenciamento, de todas as terras no Brasil – tanto as que pertencem ao governo como as privadas. Definir claramente quem são os donos dessas terras e, aquelas que não forem produtivas, como diz a Constituição, devem ser desapropriadas para fazer a reforma agrária. É preciso acelerar esse processo, que teve avanços no governo Lula, mas precisamos continuar cada vez mais para fazer com que as pessoas do campo também possam ter uma qualidade de vida mais adequada.

Publicado em 12 de julho de 2010 em Monitor da CPMI e criminalização

sábado, 10 de julho de 2010

A cultura do PSDB


Já fiz alguns textos postados nesse blog sobre manifestações de funcionários, sobre a clara imposição de conteúdos ideológicos e padrões da mídia coorporativa à rede cultura e à perda de qualidade artística e crítica de seus programas. Segue a postagem lida no "Com texto livre", sobre a grande perseguição política traidora aos lacaios da rede cultura de televisão. Lacaios pois é evidente que Heródoto Barbeiro, tanto na rede cultura quanto na rádio CBN, faz muuito bem o papel de papagaio-tucano na mídia, repetindo as diretrizes do PSDB. Porém, como não podia deixar de acontecer em qualquer ditadura, mesmo os mais fiéis aliados, às vezes por inocência, às vezes por bom senso ou mesmo pela pressão da sociedade, cometem "deslizes" imperdoáveis para os censores.
Boa noite e boa sorte para os jornalistas demitidos, que isso sirva de lição, como serviu ao Paulo Henrique Amorim, a Luís Nassif, a Rodrigo Vianna, a Azenha e tantos outros que estiveram com o PIG e agora fazem uma importante resistência ao jornalismo de esgoto.

Fonte:
http://contextolivre.blogspot.com/2010/07/pedagio-em-sao-paulo-faz-mais-uma.html

Pedágio em São Paulo faz mais uma vítima
Tucanos não tem limites nem pudor para aparelhar o estado; depois de Heródoto Barbeiro veja agora o caso de Gabriel Priolli

É inacreditável o aparelhamento ideológico que o PSDB faz na TV Cultura de São Paulo. Menos de uma semana da exclusão de Heródoto Barbeiro da apresentação do Roda Viva, agora demitiu Gabriel Priolli, indicado há alguns dias, simplesmente por tentar fazer uma matéria sobre os pedágios.
O PSDB tem toda razão. Os pedágios de São Paulo são uma obscenidade. Tirem as crianças da sala ou censurem por favor.
Veja post do Nassif:
Pedágio derruba mais um jornalista da TV Cultura
Há uma semana, Gabriel Priolli foi indicado diretor de jornalismo da TV Cultura.
Priolli planejou uma matéria sobre os pedágios paulistas. Foram ouvidos Geraldo Alckmin e Aloízio Mercadante, candidatos ao governo do estado. Tentou-se ouvir a Secretaria dos Transportes, que não quis dar entrevistas. O jornalismo pediu ao menos uma nota oficial. Acabaram não se pronunciando.
Sete horas da noite, o novo vice-presidente de conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello, chamou Priolli em sua sala. Na volta, Priolli informou que a matéria teria que ser derrubada. Tiveram que improvisar uma matéria anódina sobre as viagens dos candidatos.
Hoje, Priolli foi demitido do cargo. Não durou uma semana.
Semana passada foi Heródoto Barbeiro, demitido do cargo de apresentador do Roda Viva devido às perguntas sobre pedágio feitas ao candidato José Serra.
Para quem ainda têm dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado.