quinta-feira, 21 de novembro de 2013

RouboAnel de São Paulo - a filha assassina que incomoda os tucanos

fonte: http://illuminado.wordpress.com/

 Caso Suzana Von Richthofen envolve PSDB


Por traz de um crime de homicídio, muita falcatrua política a ser desvendado MP apura conta de Suzane von Richthofen na Suíça Olhem como o mundo dá voltas… e como um simples caso de assassinato (no fundo) tem um belo motivo para ter sido cometido. 01/04/2010 Alguém Aí Lembra do Caso Richthofen??? Já que inauguraram o RoboAnel… Desencavei isso aqui lá de 2008, o PHA também já abordou o assunto. Por isso ninguém quer soltar a menina de ouro, ela é a chave do caso e do cofre Na Gaiola – O caso Von Richthofen, o Rodoanel, Serra e Alckmin O jornal Brasil de Fato, levanta um assunto indigesto para os tucanos e que a imprensa demo-tucana tenta abafar: a origem da fortuna de Manfred Von Richthofen, assassinado pela filha Suzane Von Richthofen, junto com os irmãos Cravinhos. O assassinato e a disputa pela herança, acabou por revelar contas na Suíça, abrir investigações sobre um amplo esquema de corrupção no DERSA (órgão responsável pelo Rodoanel paulista), e com forte suspeita de que parte desse dinheiro tenha financiado uma versão 2002 de caixa-2 tucano. Aprofundar as investigações pode desvendar elo de ligação com governos e campanhas tucanas … O que a grande mídia e os tucanos escondem – mas que acaba sempre vazando – o que se comenta por toda parte, e com claros e fortes indícios de ser verdade, é que o cerco e a proteção que envolvem a senhorita Suzane desde o primeiro momento resultam de uma forte ação de personagens ligados ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Na verdade, essa proteção a senhorita Suzane, visaria esconder o real móvel do crime, que se entrelaça com o modo tucano de fazer política, com a probidade tucana.” Indícios levam a suspeita de desvios de dinheiro no Rodoanel para servir ao caixa-2 tucano em 2002 para campanhas de Serra à presidente e Alckmin à governador.
De acordo com diversos comentaristas e fontes, o engenheiro Manfred Von Richthofen, pai da senhorita Suzane, e na época do crime diretor da empresa pública estadual (SP) DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A., era um dos reponsáveis pelo caixa 2 das campanhas pela reeleição do então governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e pela eleição do senhor José Serra – também tucano – que disputava com o petista Luiz Inácio Lula da Silva a Presidência da República naquele ano (2002).
Parte do dinheiro que engrossava o milionário caixa 2 tucano teria origem em falcatruas e desvios de verbas destinadas à construção do Rodoanel Mário Covas. Segundo apurou o Ministério Público, o senhor Manfred tinha um patrimônio de R$ 2 milhões, muito superior ao que poderia ter acumulado, considerando que seu salário no DERSA era de R$ 11 mil. Além disso, o senhor Von Richthofen enviava dinheiro para uma conta na Suíça que o Ministério Público “desconfia” estar em nome do senhor Von Richthofen e de sua filha, senhorita Suzane. Ou seja, o móvel do crime perpetrado pela filha contra os pais seria exatamente o dinheiro do caixa 2 tucano que estaria depositado nessa conta.
Ricardo Berzoini
http://amascaracaiu.blogspot.com/2008/01/na-gaiola-o-caso-von-richthofen-o.html
MP apura conta de Suzane von Richthofen na Suíça
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE) vão investigar se Suzane von Richthofen e o pai, Manfred, são os titulares de duas contas correntes no Discount Bank and Trust Company (DBTC), hoje Union Bancaire Privée, em Lugano, Suíça, para onde pode ter sido remetido dinheiro supostamente desviado de obras do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas. Suzane foi condenada em julho pela morte de Manfred e da mãe, Marísia, ocorridas em 2002.
O advogado Denivaldo Barni Júnior, procurador da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pelo Rodoanel, era amigo de Manfred e foi tutor de Suzane.
Ele será ouvido pelo promotor do MPE Eduardo Rheingantz no próximo dia 27. Não se sabe se as contas número 15.616 e 15.6161, abertas em 1998 no DBTC, pertencem respectivamente a Manfred e a Suzane.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as contas já haviam sido descobertas pela CPI do Banestado em 2003, mas a titularidade ainda não foi comprovada. A Promotoria de Justiça e Cidadania do MPE, que investiga suspeitas de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa de Manfred, ex-diretor de Engenharia da Dersa. Ele a mulher Marísia foram assassinados em 30 de outubro de 2002 pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane.
A construção do Trecho Oeste do Rodoanel estava orçada em R$ 339 milhões, mas consumiu mais de R$ 1 bilhão entre obras e indenizações por desapropriações. Aditamentos elevaram os custos para cerca de R$ 575,8 milhões, 70% a mais do que o valor inicial.
http://noticias.terra.com.br/brasil/casorichthofen/interna/0,,OI1199949-EI6792,00.html
Suzane diz ter recebido ameaça de morte na prisão
Suzane von Richthofen, 23 anos, prestou depoimento durante 10 horas ontem no Ministério Público de Ribeirão Preto, em São Paulo. Em julho do ano passado, ela foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, Mafred e Marísia, em 2002. Ela alega que foi ameaçada de morte em sua cela na Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, onde está desde 3 de setembro.
A jovem chegou ao MP em uma ambulância escoltada por agentes penitenciários e policiais militares. De acordo com a Promotoria, o depoimento faz parte de inquérito civil aberto no início deste mês para investigar a violação de direitos contra Suzane e mais 19 presas – como agressões verbais, além de restrições a banhos de sol, visitas, trabalho e recreação.
Segundo o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, não se cogita a transferência de Suzane, uma vez que as ameaças provavelmente vieram de fora do presídio. Suzane está na ala do seguro, no pavilhão superior da penitenciária, onde há quatro celas especiais para presos
http://noticias.terra.com.br/brasil/casorichthofen/interna/0,,OI1350217-EI6792,00-Suzane+diz+ter+recebido+ameaca+de+morte+na+prisao.html

Por que não existe Metrô em SP??

Movimento ELT de Santo André ocupou Secretaria de Cultura de Santo André c0m Ato Artístico

Fonte: http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/60542/Ocupacao+teatral+para+dar+um+recado+real

18/11/2013 22:01

Ocupação teatral para dar um recado real

Alunos da Escola Livre de Teatro realizam manifestação e prefeito de Santo André é obrigado a 'ceder'  
Agência Bom Dia

 
Olivia Tesser/Ag. Bom Dia Alunos ocuparam de forma teatral e pacifica a Secretaria  
Alunos ocuparam de forma teatral e pacifica a Secretaria
 
POR: Loli Puertas
Especial para o BOM DIA

Cerca de 50 integrantes da ELT (Escola Livre de Teatro) de Santo André ocuparam de forma teatral e pacifica a Secretaria de Cultura da cidade, na manhã de segunda, onde permaneceram até ao final da tarde.

Com rosas brancas, música e muita animação mestres e aprendizes da escola conseguiram com a ação chamar a atenção da prefeitura. O prefeito Carlos Grana, que inclusive foi fotografado apoiando a causa da ELT, recebeu uma comissão de integrantes da escola, no final da tarde. Até o fechamento desta edição a reunião não tinha terminado.

O grupo da ELT não encontrando mais caminhos para o dialogo com a prefeitura, como havia sido prometido no inicio de outubro, e nem perspectivas sobre o futuro da escola e principalmente de seu projeto pedagógico, realizou a manifestação denominada por eles “ELT no Ocupação”.

De acordo com a aprendiz Monique Maritan, o ELT quer respostas. “Precisamos de respostas imediatas e efetivas. Em outubro mudaram a interlocutora. Ficamos animados, mas aí nada aconteceu. Apenas reuniões marcadas e desmarcadas, mas conversa mesmo não há”, fala a aprendiz.

Segundo os aprendizes desde que o novo governo assumiu, em janeiro deste ano, há dificuldades de diálogos tanto em relação a verba para o desenvolvimento de projetos quanto a manutenção das atividades atuais. 

“A interlocutora não conversa com o grupo, apenas com a CTP (Cooperativa Paulista de Teatro)”, declara Monique. A CTP é a organização que administra a verba repassada pela prefeitura ao ELT.

No final deste ano a licitação da CTP vence e a prefeitura já está preparando um novo edital de licitação da qual a CTP poderá concorrer novamente. “Queremos construir esse edital juntamente com a prefeitura. Não queremos que a ELT se torne num centro cultural de eventos. A ELT é um centro de formação teatral por excelência e tem um projeto pedagógico reconhecido em toda a América Latina”, diz o aprendiz Adriano Milan.

Com o ELT no Ocupação, os aprendizes buscam a continuidade da escola, tanto em termos materiais quanto de sua pedagogia que inspirou tantos outros projetos.

Impasse teve início quando ocorreu interrupção de aulas

O impasse entre prefeitura e alunos da ELT teve inicio quando as aulas diurnas foram interrompidas para a realização de uma vistoria técnica, e logo em seguida reabertas.

O laudo de vistoria técnica da prefeitura encontrou diversos problemas no Teatro Conchita de Moraes, na praça Rui Barbosa, em Santa Teresinha, onde funciona a ELT, como o processo contínuo de desabamento do forro e iluminação insuficiente nos locais de trabalho e problemas na instalação elétrica.

De acordo com a promotoria de Santo André, representada por Fábio Franchi, na primeira semana de dezembro há uma reunião marcada com o prefeito para decidir se a ELT vai para algum lugar durante as obras emergências.

A atual administração ainda culpa a gestão anterior por problemas na licitação que serviria para a adequação da parte elétrica e do telhado do Conchita.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Movimento Teatral Santista na luta por manutenção de verba para Cultura!!!


Movimento Teatral da Baixada Santista - Santos (Santos, Sao Paulo, Brazil)


Sobre o Facult 2013 (Santos-SP) ou Vamos perder a única política pública construída com as nossas mãos? O que dizer sobre uma lei construída de maneira suprapartidária que contou em todo processo com uma ampla participação popular tendo como objetivo fomentar a Cultura. O que dizer sobre um lei que mesmo precisando de melhorias e de mais verba contemplou 60 projetos que viabilizaram mais de 180 apresentações descentralizadas na cidade (sim descentralizadas , para a Zona Noroeste, Morros e Área Continental). Pois é, estamos prestes a perder o Facult! A lei do Facult regulariza o uso do Fundo Municipal de Cultura através de edital que contempla as iniciativas culturais da cidade. Anos de luta e após duas edições estamos vendo o barco afundar com essa nova gestão. Mas por quê? O intuito não era avançar, cuidar e inovar? Vamos tentar entender o que não tem explicação. Com o fechamento do Coliseu no começo do ano grande parte da receita que vai para o fundo municipal de cultura se esvaiu , vários artistas da cidade levantaram a questão perante a SECULT, presencialmente, pelas redes sociais e até pelo o Jornal A Tribuna e a resposta da administração municipal sempre foi mesma " já pensamos nisso e essa questão será resolvida sem prejudicar o Facult e blá blá blá", infelizmente essa não foi a realidade, nos deparamos com a omissão e o descaso. Alguém já te pediu um voto de confiança? Pois bem ,a classe artística deu esse voto de confiança, esperamos a publicação do edital pacientemente e fomos surpreendidos com o notícia de que não haveria edital no ano de 2013!??? Motivo "o fechamento do Coliseu".(Engraçado constatar que para reformar o Coliseu a administração municipal conseguiu suscitar o espírito mecenas de alguns empresários, pois bem a lei do facult também prevê a possibilidade do fundo receber doações, penso que a mágica poderia se repetir) Nos reunimos com diversos artistas de vários segmentos artísticos no dia 12 de novembro, na pauta estava o Facult 2013 e nessa primeira reunião tiramos duas ações, solicitar em caráter de urgência uma reunião com o Prefeito Paulo Alexandre e tentar uma interlocução via Conselho Municipal de Cultura em sua reunião mensal que foi realizada nessa última segunda dia 18/11. Sobre a reunião com o Prefeito foi entregue um ofício na semana passada e até agora não obtivemos resposta do seu gabinete, portanto todos que tiverem algum tipo de contato com o Sr.Prefeito e puder colaborar com a causa, será bem vindo. Sobre a ultima reunião do Conselho Municipal de Cultura (CONCULT) nos foi ofertada a generosa proposta de lançar ainda esse ano um edital que contemplaria apenas 7 projetos de R$10 mil reais ou caso tenhamos paciência o edital poderia ser lançado após o carnaval de 2014 contemplando 15 projetos!? Cabe a nós classe artística e população dessa cidade aceitar o retrocesso ou ir a luta, aceitar a redução do valor investido de R$300 mil para R$70 mil é assinar um atestado de passividade, aceitar que no ano de 2013 vamos ficar sem edição do facult na esperança de que em 2014 lancem um edital com 50% do valor original é brincadeira ou no mínimo uma declaração de desrespeito com a arte produzida na cidade. Em um ano onde presenciamos um precedente bizarro do ponto de vista do investimento do dinheiro público chamado " Encenação de José Boni-fácil", fica até difícil esperar um pouco de respeito. Não nos resta outra opção a não ser gritar e exigir que a lei do facult seja cumprida, afinal quando se tem vontade política de ver as coisas acontecendo tudo se resolve. São muitas possibilidades de resolver essa questão, não podemos andar para trás. 

Caio Martinez Pacheco 
Membro do Conselho Municipal de Cultura (Teatro); integrante do Movimento Teatral da Baixada Santista;  da Cooperativa Paulista de Teatro; da Trupe Olho da Rua; do Coletivo Vila do Teatro; da Rede Brasileira de Teatro de Rua.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

AUDIÊNCIA PÚBLICA OFICIAL: Grupo Sílvio Santos X Patrimônio Cultural (Oficina Uzyna Uzona

AUDIÊNCIA PÚBLICA OFICIAL CONVOCADA PELO DEPUTADO PAULO RILLO (PT)
Teat(r)o Oficina x Grupo Silvio Santos

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) liberou a Sisan, braço de especulação imobiliária do Grupo Silvio Santos, a construir torres no entorno do Teat(r)o Oficina!

Para tornar pública esta discussão, o deputado Paulo Rillo, apoiado por outros deputados e pela Comissão Cultural da Câmara dos Deputados Estaduais de São Paulo, convocou a audiência pública no Teat(r)o Oficina.

Além do deputado e de Zé Celso, está confirmada a participação de Ana Lúcia Duarte Lanna, presidente da Condephaat.

COMPAREÇA!

Data: 5 de setembro (quinta-feira)
Horário: 15 horas
Onde: Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona


sábado, 24 de agosto de 2013

Em setembro: Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Fonte:
http://www.mabnacional.org.br/noticia/atingidos-por-barragens-fazem-encontro-hist-rico-em-s-paulo


De 2 a 5 de setembro acontece na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, o Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que contará com a participação de mais de 3 mil pessoas de todo o Brasil e representantes de cerca de 20 países. O objetivo do evento é fazer uma grande mobilização para que o governo federal institua uma Política Nacional de Direitos para essas populações, além de discutir a política energética nacional e denunciar as violações de direitos humanos que acontecem sistematicamente nas barragens em todo o país.
Há décadas o Estado brasileiro desenvolveu um marco regulatório forte para garantir a construção das hidrelétricas em todas suas etapas, desde o planejamento, concessão e liberação da obra, até a liberação de recursos financeiros necessários. Entretanto, não existe nenhuma política específica que garanta os direitos das populações atingidas que são obrigadas a sair de suas terras para dar lugar ao lago. Por isso, os atingidos por barragens fazem lutas desde os anos 70 para defender e garantir seus direitos.
A única garantia jurídica existente é o Decreto-lei nº 3.356 de 1941, que reconhece como atingidos apenas os proprietários de terra com escritura que forem desapropriados pela obra e estabelece a indenização em dinheiro como única compensação. Esse é um dos principais fatores para que apenas 30% dos atingidos recebam algum tipo de indenização no país.
Dados indicam que no Brasil já foram construídas mais de 2 mil barragens, que deslocaram em torno de 1 milhão de pessoas. Atualmente 45 grandes e pequenas barragens para geração de eletricidade estão em construção, e até 2021 a previsão é de mais 99 obras, com despejo de milhares de famílias.
Hidrelétricas na Amazônia e transnacionais
Além disso, outro tema de destaque do encontro será a construção de grandes barragens no Brasil, e em especial na Amazônia, a exemplo da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, e do complexo hidrelétrico do rio Tapajós, ambos no Pará. Atualmente, esses são grandes focos de violação dos direitos dos povos da região, indígenas e ribeirinhos.
Os atingidos por barragens também vão problematizar o papel das transnacionais no setor. A Siemens e a Alstom, por exemplo, focos de denúncias por formação de cartel para atuação em obras do metrô e trens de São Paulo, fornecem também equipamentos para as hidrelétricas no Brasil, e estão presentes inclusive em Belo Monte.
Com relação à política energética nacional, os debates serão para reafirmar a postura do Movimento contra os leilões do petróleo e a privatização das barragens. Também será discutido o alto preço pago pela população brasileira para as tarifas de energia. Mesmo com a matriz de custo mais baixo, através de hidrelétricas, pagamos a sexta tarifa mais cara do mundo, equivalente às tarifas pagas pelos europeus, por exemplo, que tem sua principal matriz de energia elétrica baseada na geração térmica.
Serviço:
O que: Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Quando: 2 a 5 de setembro de 2013
Onde: CEMUCAM, Rua Mesopotâmia 900, Jd. Passárgada, Cotia/SP
Assessoria de imprensa: (11) 9.7266.3139 e (11) 3392.2660

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Nota Pública do DCE - Unifesp - "Quem Matou Ricardo?"

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São
Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos
desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário
terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa
feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central,
na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de
Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o
funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao
4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles
estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente
estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios
policias que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e
que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência.,
pois "admitiu" que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e,
a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados,
os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que
disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se
estudantes não parassem de ir à delegacia, eles "resolveriam de outro
jeito".

Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de
cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir
pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes
teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem,
“seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e
sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira
(02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua
casa com oito tiros.

Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o
caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos,
dizendo, por exemplo, que "o caso aconteceu da porta pra fora", ou
ainda, sob risos, que "os terceirizados são tratados da mesma forma
que os demais servidores".

Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está
o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio
matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e
periférica.

Sabemos que a policia não garante a segurança da maioria da população
pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o
controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores,
principalmente os negros e pobres. As politicas de segurança publica
criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica
do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que
queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a
desmilitarização da policia e uma segurança publica a serviço dos
trabalhadores e não das propriedades privadas!

O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta,
junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a
truculência e a violência policial contra a população pobre e
trabalhadora.

Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O
RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.

06 de agosto de 2013
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo

#QuemMatouRicardo?

Dce Unifesp

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dolores e outros grupos ameaçados de perder a sede que recuperaram!

Abaixo-assinado pela continuidade das atividades no espaço do Dolores!

Para quem não sabe, estamos com um abaixo-assinado pela continuidade e ampliação das atividades do CDC Vento Leste - Cidade Patriarca. Queremos que o mesmo permaneça como espaço cultural-desportivo, assim como tem funcionado há mais de dez anos. E pedimos sua ajuda nessa empreitada!
Nós, do Dolores e dos demais grupos que ocupam o espaço, somos contra as investidas para mudança de uso do local ou fracionamento de seu terreno - que já foi fracionado para a construção de um posto de saúde e de uma escola municipal.

O CDC Patriarca é o único equipamento cultural-desportivo público da região, sendo autogerido pelos grupos ocupantes, com a realização de assembleias públicas quinzenais. É um espaço de lazer e aprendizado para todas as idades e que está se tornando referência em São Paulo.

Ali acontecem peças de teatro gratuitas frequentemente, como foi o caso das quatro temporadas d'A Saga do Menino Diamante - Uma ópera periférica, com média de público de 300 pessoas vindas de toda a cidade e até de outras localidades. Além das peças, acontecem shows, aulas de capoeira, campeonatos de futebol e basquete, oficinas de teatro e música, palestras, reuniões de recuperação para dependentes químicos, aulas de dança de salão para a terceira idade, entre outras atividades.
Em breve teremos também as oficinas de Permacultura (com início para 03 de agosto, num sábado) e Serralheria, além da pista de caminhada, que já está em processo de construção.
No segundo semestre realizaremos o II Festival de Teatro Mutirão e inauguraremos um jardim de esculturas para a comunidade.
Os grupos que ocupam o espaço são:
- Grupo Esquadrão Arte Capoeira;
- Grupo Amigos Para Sempre de Dança de Salão;
- Grupo Teatral Parlendas;
- Coletivo Teatral Albertina;
- Coletivo Teatral Dolores Boca Aberta;
- Comunidade Boliviana;
- Comunidade Paraguaia;
- Grupo de Recuperação para Dependentes Químicos;
- Banda Nhocuné Soul.
Para assinar, clique no link acima e acesse a página da Petição Pública, onde está hospedado nosso abaixo-assinado.
Assine e ajude a divulgar para o maior número de pessoas!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Resistência de espaço cultural: Espaço CITA VIVE!

Texto de Mara Esteves.

Este ano aconteceu na Praça do Campo Limpo a 8ª Edição do FESTCAL - Festival Nacional de Teatro de Campo Limpo e a 3ª Edição da Revirada Cultural da Resistência, uma entre várias ações culturais realizadas pela Trupe TrupeArtemanha De Investigação Teatral durante o ano.
A Trupe Artemanha, ocupa espaço onde já funcionou a antiga Subprefeitura do Campo Limpo em frente a mesma praça, tem contato permanente com a comunidade e possui uma relação de confiança e admiração por parte dos frequentadores da praça.
A Subprefeitura que apoia anualmente os eventos, contraditoriamente pede a saída do grupo para dar lugar a um CAPS.
O Espaço além de ser sede da Trupe Artemanha abriga outros coletivos culturais: Maracatu Ouro do Congo, Escola de Notícias, Sarau Do Binho, entre outros...

Bora assinar: Abaixo-Assinado: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2013N42289

Espaço CITA VIVE!




--
Trupe Artemanha de Investigação Teatral
CITA - Centro de Investigação Teatral Artemanha
Rua Haroldo de Azevedo, 20 - Campo Limpo
Praça do Campo Limpo - São Paulo-SP
artemanhatrupeartemanha.wordpress.com

(11) 998624821 (oi) / (11) 952687907 (tim) / (11) 5844-4116 (fixo)

domingo, 7 de julho de 2013

"NÃO É SÓ O DARF!"

Texto de Miguel do Rosário.


 Ontem eu tomei uns chopes com um fera do jornalismo investigativo, na área de finanças. Eu comecei a explicar a ele que eu acho até engraçado a gente detonar a Globo por causa de sonegação fiscal. Acho que me senti como Eliot Ness, quando um de seus subordinados diz que a melhor maneira de pegar Al Capone é através d...o fisco. Caramba, tanta coisa contra essa empresa: levou mensalão dos EUA para participar do golpe de 64; tentou fraudar eleições no Rio; editou debate entre Collor e Lula; manipula diariamente informações; etc. E a gente vai pegá-la por sonegação?

A figura, experiente em tempestades políticas, olhou para mim e sorriu: “Não é apenas sonegação, Miguel. É crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, além da tentativa de enganar o fisco”.

Nossa senhora! Aí deixei de me sentir um Eliot Ness tupiniquim e passei a me sentir um daqueles garotos do Movimento Passe Livre, que foram às ruas contra o aumento de 20 centavos nas tarifas de ônibus, e viram milhões vir atrás por causa de todos os problemas do Brasil.

A situação da Globo nessa história é a seguinte: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A emissora diz que pagou, mas não mostra o documento. No entanto, se mostrar o documento, ela confirma o seu crime contra o sistema financeiro. Se não mostrar, pior ainda: deixa no ar que está devendo mais de 1 bilhão de reais ao povo brasileiro; neste caso, deveria estar inscrita na Dívida Ativa da União e não receber mais recursos públicos.

Aí temos uma contradição incrível: segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais, o Brasil perde, por ano, mais de R$ 400 bilhões em sonegação. A legislação brasileira é condescentente, em alguns casos quase conivente em relação aos crimes contra a Receita. Por que, então, os protestos “populares” nunca se lembram de mencionar a “sonegação”, que é um ralo bem maior de recursos públicos do que a corrupção? Pior, ainda vemos alguns coxinhas imbecis, senão mercenários, indo às ruas pedindo redução de impostos. Eu até concordaria com redução de impostos para setores estratégicos, como pesquisa, tecnologia, para os mais pobres, para setores da classe média. Mas aí teríamos que aumentar a tributação sobre os mais ricos: é assim que se faz nos países desenvolvidos.

Se queremos ver o Brasil mudar mais rápido, temos que arrecadar mais. A única maneira de aumentar a arrecadação sem aumentar os impostos é endurecendo contra a sonegação. Uma lei mais dura contra a sonegação de impostos seria muito mais eficiente, para os cofres públicos, do que uma lei mais dura contra a corrupção. Corrupto de verdade, em alta escala, não vai deixar de roubar porque a Constituição aumentou de 3 para 5 anos a penalidade. Na sua cabeça, ele nunca vai ser pego. Mas um sonegador, se for espremido, será obrigado a pagar, senão quiser fechar as portas de seu negócio.

Para uma empresa de concessão pública, como a Globo, a coisa é mais fácil: não pagou, então não recebe mais recursos públicos, e se insistir no calote, perde a concessão.

Independente dos crimes financeiros da Globo, todavia, não podemos perder de vista que o maior mal que a emissora causa ao país é ser a cabeça de um cartel midiático que trabalha dia e noite contra os interesses nacionais.

Ontem, no mesmo jantar com o grande jornalista investigativo, topamos com um grande colunista político da… grande mídia. Conversamos educadamente por um bom tempo, ele defendendo a sua empresa, nós ouvindo e discordando. Lá pelas tantas, quando se viu em apertos na questão do monopólio, ele lembrou que é difícil haver vários grandes jornais num país, e citou o New York Times. Eu rebati lembrando a Guerra do Iraque: matou mais de 1 milhão de iraquianos, e continua matando, e fez os EUA gastarem mais de 1 trilhão de dólares (dinheiro que foi para o bolso da indústria da guerra, que assim ficou mais poderosa e mais golpista), cavando o buraco onde o mundo iria submergir alguns anos depois. A guerra no Iraque aconteceu, entre outras razões, porque o New York Times chancelou a mentira do governo Bush de que Saddam tinha armas de destruição em massa. Um outro colunista da grande imprensa à mesa tentou me atacar, enquanto eu estava no banheiro, com o argumento de que eu defendia Saddam Hussein. Aí começou uma gritaria danada, entre os colunistas e os amigos que me defendiam. Quando voltei, estava instalado o caos. Achamos melhor nos despedirmos, e cada um foi para um lado.

O fato é o seguinte: em todas as grandes manifestações que vimos no país, havia muita crítica à mídia. No entanto, essa informação não chega à TV, não entra na pauta do congresso, nem no discurso da presidenta. Se há uma crise do modelo representativo, há uma crise muito maior do modelo midiático. As empresas de mídia, ainda mais em países em fase de consolidação democrática, caso do Brasil, tem características alarmantes: concentração em poucos proprietários; um poder enorme para desestabilizar governos; acobertam a corrupção de seus aliados; têm uma disposição ideológica profundamente anti-trabalhista, anti-nacional e anti-popular. E agora ficamos sabendo de uma outra face da mídia tupi: sonega impostos, comete crimes contra o sistema financeiro, lava dinheiro em paraísos fiscais.

Vivemos numa democracia aberta onde a liberdade de imprensa é um valor quase absoluto. Queremos continuar assim. Mas democracia também em implica em respeitar o poder soberano do povo de se autogovernar e fazer leis que o beneficiem. Então voltamos mais uma vez à necessidade de democratizarmos a mídia brasileira, através de uma lei moderna, que nos torne menos dependentes dos caprichos de meia dúzia de herdeiros da ditadura.

Repetindo: não é só o Darf. Não é só a sonegação. Queremos que o governo pare de injetar recursos públicos na conta dos bilionários da Globo. A Globo é concessão pública. Tem que botar os anúncios públicos de graça. O dinheiro que o Estado brasileiro gasta com a Globo deveria ir para a educação, para ensinar nossos jovens a pensarem com suas próprias cabeças, a não se tornarem massa de manobra dos golpistas da grande imprensa. Se o governo do PT quiser sobreviver ao “gigante”, terá que ouvir sua voz, que tem gritado forte nas ruas: “a verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura!”

PS: A Globo afirma em nota, agora oficial, que pagou a Receita, mas não mostra o Darf, e ainda deixa um rabo do lado de fora, ao mencionar dívidas “discutidas” no Conselho do Contribuinte…"

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A CATARSE DA CLASSE MÉDIA

Por Guilherme Leite Cunha.
O povo foi para as ruas? Ele acordou? Isso irá mudar o cenário político atual? Para detalhar e mesmo contrapor alguns argumentos de textos de professores como Henrique Carneiro e Wladimir Safatle e outros teóricos, creio ser necessário nos valermos do instrumental marxista de análise da realidade, para compreender a onda relâmpago de protestos de junho de 2013. Com os poucos dados científicos que temos e pela observação empírica, já está claro que o “povo” que protagonizou as manifestações pelo país foi o que se costuma chamar de “classe média”, pontuados por participações de outras mais elitistas e outras mais subalternas. Ao que parece, nem mesmo a “nova classe média” ou “classe C” - que possui renda familiar per capita entre R$ 300 a R$ 1000, e tem baixa escolaridade – engrossou as marchas ruidosas. Podemos depreender isso da única análise parcial de perfil feita pelo Datafolha (FSP, dia 21/6/13) no protesto do dia 20/6/13 em São Paulo. Lá verificou-se que “78% dos manifestantes da Av. Paulista têm Ensino Superior, 20% Médio e 2% Fundamental”. Se considerarmos que no último censo do IBGE de 2010 a fatia da população com nível superior era de 7,9% podemos concluir que o protesto de São Paulo era elitizado e não representou a “massa” pobre e trabalhadora do país. Embora com menos rigor científico, podemos concluir também que esse perfil foi o padrão em outros cantos do país, a partir da observação empírica. Todas as manifestações possuíam as mesmas características: eram movidas por espontaneísmo, tinham ausência de líderes, multiplicidade de pautas, pautas genéricas, cartazes individuais, e de maioria branca. Tudo leva a crer que o “gigante que acordou” foi então uma fatia da classe média. Apenas uma fatia, pois como mostra a pesquisa Ibope publicada pela Revista Época (de 21/6/13): 6% da população afirmou ter ido a manifestações. Nesse sentido, podemos concluir que foi uma parte da classe média brasileira que se levantou. Apesar disso, foi o suficiente (principalmente para mídia conservadora e de oposição) para “impressionar”, ter aparência de totalidade, de “unanimidade”, frente a ausência de protestos dessa ordem em nossa história recente. (Contudo em nossos dias, com o tamanho da população do país, os protestos de massa precisam ser redimensionados para representarem uma totalidade. Se chegamos a 1,2 milhões de pessoas na última quinta, seriam necessários pelo menos 10 vezes mais para ser constituído por outras classes sociais proporcionalmente, pois estamos falando de um país continental.) O despertar, entretanto, se justifica, para essa fatia social, pois de fato não há registros de tamanha manifestação pública desde a passeata por deus, pela família e pela propriedade da década de 60. Mas por que uma parte da classe média foi para as ruas? Se considerarmos em termos materiais, nos últimos 10 anos, sua qualidade de vida e renda aumentaram, como mostra o PNAD do IBGE de 2010. Ou mesmo em pesquisas da FGV. E como também fica claro na pesquisa Ibope publicada pela Revista Época (de 21/6/13) que mostra que, mesmo entre as pessoas que apoiam os protestos, 69% está satisfeita com sua vida atual e 39% tem expectativas positivas de futuro. Por que, então, protestar? A interpretação conservadora e de oposição justifica como sendo uma resposta (e tenta pautar as manifestações) à corrupção disseminada no país e aos desmandos da era petista. Seria o “basta”, a “chegada a um limite”, o fim da paciência com governo corrupto e incompetente. A corrente mais progressista, em geral, encontra problemas na crise da democracia representativa. Ousamos propor uma nova análise. É preciso levar em conta que não foi o “povo”, como uma totalidade em seus mais variados espectros sociais, que foi para as ruas. Mas uma fatia da classe média. E quem é esse sujeito jovem de classe média que estreou nas ruas? Aparenta ser um sujeito forjado pelas novas estratégias de consumo do capitalismo contemporâneo. Nesse sentido, ele vem há cerca de 20 anos sendo levado e formado no ambiente veloz, fluído e mutável do capitalismo financeiro. Ele vem se constituindo pela individualização extrema do consumo e no rompimento total com laços sociais mais perenes. Ele é hiperindividualista. Já há análises exaustivas (como as de Lipovetsky) sobre o novo ser do capitalismo contemporâneo. Podemos dizer, contudo, que este foi o primeiro protesto, a primeira aparição pública dos filhos do atual capitalismo, iniciado pelo neoliberalismo. Este ser foi criado sob os produtos da indústria contemporânea: a internet e as redes sociais. O Capitalismo que ao mesmo tempo em que o anulava completamente em sua subjetividade, lhe prometeu um retorno através do Facebook. Ao mesmo tempo em que esmagou-lhe no anonimato e na nulidade do mundo do trabalho, lhe acenou, pela esperança midiática, de um reconhecimento público. São milhões de pessoas que vivem a total insignificância diária, mas almejam o reconhecimento através de frases de efeito, “memes” criativos e posts de impacto. Através da ilusão de importância e notoriedade que os produtos “redes-sociais” vendem a seus consumidores, estes mesmos produtos vão construindo uma realidade hiper-fragmentada, individualista e egocêntrica, facilitada, por sua vez, por toda uma gama de “gadgetes” também hiperindividualizados. Criam a ilusão, por sua vez, da possibilidade de construção de um novo e contraditório tecido social hiperindividualizado. Contudo, as pessoas tendem a não acreditar em mais ninguém que não sejam elas próprias. Portanto não é este ou aquele governo que não dá voz ou responde aos anseios da população, mas o próprio Capital. Que trabalha na contradição entre massificar e individualizar o consumo ao paroxismo e obriga o sujeito a se resolver entre a insignificância absoluta e os desejos de notoriedade, ou seja, de ser alguém, em última instância de dar sentido a sua vida. Somente a partir da compreensão sobre a mutação e o surgimento desse novo ser social é que podemos começar a entender a frustração e o descrédito com a política e a democracia. Não se sustentam os discursos de que a “nossa” corrupção, os “nossos” governantes e a “nossa”classe política desmoralizou nossa democracia. Em verdade, e estatisticamente, não há diferença significativa entre o descrédito dos brasileiros e de populações de outros países europeus ou norte-americanos para com suas democracias. Em nosso caso, entretanto, podemos considerar duas outras circunstâncias determinantes: 1) Há uma década, praticamente todos os tradicionais representantes e líderes da classe média brasileira foram duramente derrotados ou “mudaram de lado”. É o que se observa na diminuição em termos de voto e prestígio de partidos como PFL/DEM, PSDB, PPB/PP, e no apoio de outros líderes tradicionais, do PMDB, PL, etc., ao projeto petista. Para quem é de esquerda isso pode não fazer sentido, pois afinal o governo Lula não apresentou rompimento significante com a ordem anterior, mas para essa fatia da classe média foi duro ver seus líderes serem derrotados ou traindo sua origem para continuar no poder. Isso, apesar da falta de dados mais concretos, pode sem dúvida ter contribuído com o descrédito, por parte dessa classe, na política e democracia tradicional. 2) Há também uma década existe uma emissão diuturna, por parte da mídia tradicional (Globo, Folha e Estadão, Veja, etc), de discursos sobre o alastramento da corrupção, que são repercutidos nas redes a exaustão. Dados comprovam contudo que não existiu esse alastramento, mas sim uma continuação dessa prática desde governos muito anteriores. Apesar de ser evidente a ligação desse tipo de corrupção com a história de nosso capitalismo (os corruptores), a mídia conservadora tenta todos os dias identificar essa característica em uma suposta fraqueza moral de seus inimigos políticos. Essas duas características criaram, no seio da fatia da população que protagonizou as manifestações, um ódio irracional e de classe, acumulado por tudo o que se origina no projeto petista. Ódio que é personalizado em figuras como Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi. Pois bem, apesar da falta de mais dados, podemos considerar que foi a partir da autorização velada (ou mesmo desvelada, como fez Jabor) por parte da mídia tradicional à participação nas manifestações, que os protestos foram tomados por essa classe. Como já é sabido, contudo, foi a esquerda organizada que os iniciou, por uma causa justa, mas pontual: o transporte público. A partir disso a frase que resumiu esse momento foi dita por alguém: “o Facebook foi para as ruas”. Todo o ódio destilado, já há tempos, em comentários anônimos nas redes sociais e em comentários de sites de notícias, foi para as ruas. Pôde-se ver a cara dessas criaturas. Ódio multifacetado, disperso, múltiplo e hiperindividualista. Caracterizado pela multidão de cartolinas individuais, contraditórias, genéricas, egocêntricas, tal qual uma timeline da rede. Todos buscando uma foto, um segundo que fosse, de fuga do anonimato. Curiosamente os consumidores do Facebook encontraram um novo lugar para manter a mesma contradição de ser nada e ser alguém: a velha rua. Numa catarse coletiva, proporcionada, por um lado, por anos acumulando um ódio de classe alimentado pela mídia opositora, e por outro lado pela inquietação advinda da angústia gerada pela insignificância (e promessas de significância) produzida pela Capital, toda essa fatia foi rebelar-se contra tudo e contra todos nas ruas. E foram protestar fundamentalmente contra a política, entendida como espaço público de discussão sobre o poder, nesse sentido, entidade anacrônica com o tipo de consumo engendrado pelo capital. E tudo sustentado materialmente pela estabilidade e segurança econômica e na manutenção da qualidade de vida que o Lulismo proporcionou. Esses fatores, além de outros mais pontuais, fomentaram essa catarse individual/coletiva de final de expediente ou happy-hour. O cartaz erguido por uma manifestante anônima no protesto de segunda-feira, dia 17/7 (e exibido por um álbum da Folha Online), resume: “meu partido sou eu”. A nova lógica a ser compreendida pela democracia é essa, a de que ela possui cidadãos formados pelo Capital que não toleram mais nem um resquício de coletividade, representatividade ou qualquer forma de vida social que pressuponha a alteridade. Caminho iniciado pelo próprio Capital, objetivando uma nova etapa de acumulação, desde os fins de 1970: caminho esse que pretendia colonizar toda a vida pública. E, a política, compreendida nesses termos, não poderia estar fora deste projeto de dominação. GUILHERME LEITE CUNHA

sábado, 8 de junho de 2013

Protestar no Facebook não adianta. Tem que fechar avenida! por Carta Capital

Foto: Passe Livre (http://tarifazero.org/mpl/) Fonte do texto: Carta Capital Atos contra o aumento da tarifa Protestar no Facebook não adianta. Tem que fechar avenida Para algo acontecer tem que incomodar. E isso é, sim, coisa de gente civilizada. O dinheiro pressiona de um lado, as ruas têm que pressionar de outro. Por Lino Bocchini por Lino Bocchini — publicado 07/06/2013 Na última quinta-feira, protestos contra o aumento da passagem de ônibus e metrô (que em São Paulo subiram de R$ 3 para R$ 3,20) fecharam três das principais avenidas da cidade –Paulista, 23 de Maio e 9 de Julho. Natal, Goiânia, Porto Alegre e Rio de Janeiro também tiveram manifestações, porém, de menores proporções. Na capital paulista o ato foi chamado pelo Movimento Passe Livre, que defende a tarifa zero no transporte público e há anos faz uma série de manifestações de rua quando a tarifa aumenta. Apesar da convocação “oficial” do MPL, participaram também militantes de outros movimentos e de partidos de esquerda como o Psol e o PSTU, além de gente sem filiação ou militância fixa. Houve alguma depredação: lixeiras viradas, cabine de polícia tombada, foram quebrados vidros de bancas, ônibus e metrô, além de sacos de lixo incendiados no meio da rua. Boa parte da mídia e a maioria das manifestações na internet deslegitimaram o protesto por conta disso. Para eles, seria um vandalismo injustificável. Para outros tantos, é igualmente inaceitável que o trânsito seja fechado, pela manifestação que for. Não concordo com nenhum dos dois argumentos. Primeiro, esses mesmos que condenam os jovens que foram às ruas vivem bradando que a população não pode assistir impune à corrupção e demais problemas dos governos. A turma que grita “Acorda Brasil!” e outras palavras de ordem na rede vive pedindo reação popular. “Ah, mas tem formas mais civilizadas de se fazer isso, pela internet, escrevendo aos políticos, fazendo abaixo-assinados etc”. Ã-hã. O que te parece mais eficiente? Lotar a caixa de e-mail de um assessor de quinto escalão ou fechar uma avenida num horário de pico? E desde quando grupo ou evento de Facebook muda alguma coisa? Aliás, o tal abaixo-assinado com sei lá quantas mil assinaturas contra o Renan Calheiros na presidência do Senado deu no quê mesmo? Redes sociais como o Facebook são excelentes para a troca de informação, para conectar pessoas que pensam de forma semelhante, para ajudar na organização. Mas, se a grita não sair da internet e for pra rua, de nada adianta. Nadinha. Paris em chamas, sinal de civilidade Paris teve protestos violentíssimos em suas periferias em 2005. Após a morte de dois africanos pela polícia no subúrbio de Seine-Saint-Denis, seguiram-se 19 dias e noites de protestos e depredação. Quase 9 mil carros foram queimados e os prejuízos, segundo estimativas conservadoras, foram de 200 milhões de dólares. Alguém acha que a Paris ficou um lugar mais inseguro, selvagem ou menos civilizado após isso? Tornou-se um destino menos atraente para as próximas férias? E é bem melhor que seja assim, com protesto. E protesto, via de regra, não tem regra. E convenhamos: mesmo com vidros quebrados, lixeiras viradas e centenas de homens da Tropa de Choque na rua, nesta quinta-feira em São Paulo, ninguém saiu gravemente ferido --neste artigo nem vou entrar na questão da atuação da polícia, tema que por si só merecia outro artigo. Na Europa ou mesmo em vizinhos como Argentina e Chile, países em que a população, na média, estudou por mais tempo, lê mais livros e vai mais ao teatro ao cinema do que no Brasil, as pessoas reclamam mais e vão mais às ruas. E, sim, em muitos casos há depredação. E que sorte a deles que seja assim. O dinheiro pressiona do lado, as ruas têm que pressionar de outro. Por conta de tais protestos, seguramente Alckmin e Haddad –ou qualquer outro governante sob tal pressão-- vão se esforçar mais para evitar um novo aumento de tarifa ou, ao menos, para que eles seja o menor possível. Imagine se fosse apenas o mercado sozinho que regulasse tudo, que decidisse quando e quanto os preços aumentam, sem pressão social contundente alguma? Aí sim seria o caos. Por fim, o trânsito, o sagrado trânsito nosso de cada dia... o motorista paulistano (e o carioca, o goiano, o pernambucano, o manauara) não aceita que você encoste no carro deles. Buzinam como loucos meio segundo depois do farol abrir, com pressa pra tirar não apenas a mãe, mas também o pai, o avô e o cachorro da forca. Sinto muito. Na verdade, sendo sincero, não sinto nada, vamos lá: protestar e fechar o trânsito é, sim, legítimo. Até alguns sacos de lixo queimados está, de certa forma, dentro das regras do jogo. Passa anos-luz de ser o crime hediondo no tribunal tosco das redes sociais. Chega a ser cômico reclamar que o trânsito não anda por causa de um protesto. E nos demais dias do ano? Aí anda? E como resolver isso? Xingando no Facebook os moleques que protestam ou se aliando a eles, indo às ruas protestar, entre outras coisas, por um transporte público melhor e mais barato? Fico com a segunda opção.

Edital de Residência Artística no Condomínio (São Paulo)

Residência no Condomínio
Rua Mundo Novo, 342 – Vila Anglo Brasileira
CEP 05028-030 Fone: 11 4303 4121
http://www.facebook.com/condominioculturalmundonovo
O CONDOMÍNIO CULTURAL abre inscrições, no período de 16 de maio a 14 de junho de
2013, para participação na Residência no Condomínio. Este programa irá selecionar até
06 (seis) artistas cuja prática esteja vinculada à pesquisa e à apropriação de espaços para
obras em site specific. Partindo da noção de apropriação do espaço como material poético,
a Residência no Condomínio quer incentivar a produção de obras em um ambiente específico:
o Condomínio Cultural e o bairro da Vila Anglo Brasileira. Ao longo da residência, o programa
combinará ações integrativas com provocadores especializados, artistas convidados,
workshops e debates, bem como promoverá dinâmicas de aproximação com os condôminos
do espaço e com o bairro.
O programa Residência no Condomínio ocorrerá por um período de 4 meses (de julho a
novembro de 2013), durante o qual os artistas participantes desenvolverão projetos artísticos
(conjuntos ou individuais), a serem apresentados ao público quando do término da residência
(em novembro de 2013).
Residência no Condomínio é um projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de
São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura - Programa de Ação Cultural – 2012, que, através
do edital nº18/2012 – Concurso de Apoio a Projetos de Produção de Espaços Independentes
Vinculados às Artes Visuais no Estado de São Paulo.
Sobre o Condomínio
O Instituto Cultural Mundo Novo – CONDOMÍNIO CULTURAL – funciona desde 2010 como
centro cultural colaborativo no bairro da Vila Anglo Brasileira. Sediado no antigo hospital e
maternidade São Marcos, o projeto vem revertendo o uso depreciativo do espaço ao longo
de 15 anos de abandono, transformando-o em um ambiente para que artistas desenvolvam
projetos e troquem experiências entre si e também com os moradores de seu entorno. O
projeto não conta com nenhuma verba advinda de instâncias públicas, sendo mantido financeiramente
através de doações de seus frequentadores.
Inscrição
Podem se inscrever artistas brasileiros ou estrangeiros residentes no país, com idade acima
de 18 anos. As inscrições deverão ser enviadas exclusivamente via e-mail, através do endereço
inscricao@condominiocultural.org.br
Todos os itens solicitados deverão constar em um único e-mail sob o assunto: “Inscrição
Residência no Condomínio”, e os anexos não deverão ultrapassar no total 10MB e deverão
estar em formato PDF.

A data limite para envio das inscrições é dia 14 de junho de 2013. Para ser avaliada, a inscrição
deverá incluir os seguintes itens:
- ficha de inscrição preenchida em todos os campos (disponível para download no link
http://condominiocultural.org.br/download/ficha_de_inscricao.docx)
- currículo (no máximo 2 laudas, contendo nome artístico, principais exposições, residências,
prêmios, etc.)
- portfólio, contendo imagens com legendas dos trabalhos e descrições quando forem necessárias.
Trabalhos em vídeo deverão estar disponíveis online e os links para assisti-los
poderão constar no portfólio.
É vedada a inscrição de qualquer funcionário, colaborador ou condômino vinculado ao Condomínio
Cultural.
Seleção
Serão selecionados até 06 (seis) artistas para participação na residência. A seleção será realizada
por uma comissão julgadora, composta por 5 membros do Condomínio Cultural e 2
especialistas convidados. Esse processo se dará em 2 etapas:
Primeira etapa:
- recebimento de material da inscrição por e-mail;
- avaliação do material enviado;
- convocação dos pré-selecionados será divulgada por e-mail e na fanpage do Condomínio
Cultural (http://www.facebook.com/condominioculturalmundonovo)
Segunda etapa:
- entrevista presencial com os pré-selecionados
O resultado final será publicado na fanpage do Condomínio Cultural (http://www.facebook.
com/condominioculturalmundonovo) e informado a todos os inscritos via e-mail. Após a divulgação
da lista, os selecionados terão o prazo de 5 dias úteis para assinar o contrato pessoalmente
no Condomínio Cultural (de 2ª a 6ª feira - das 10h às 18h). Não haverá possibilidade
de recurso contra a decisão da comissão julgadora. A inscrição do candidato implica a concordância
com os termos deste edital.
Cabe ao residente:
- participar dos encontros promovidos pelo projeto; durante 4 meses, 2 vezes por semana;
- disponibilizar registros, documentações e conteúdo para inserção no site do Condomínio

Cultural, blogs vinculados ao projeto, redes sociais e demais ferramentas de divulgação;
- ministrar um workshop relacionado à sua prática e/ou pesquisa desenvolvida no Condomínio
Cultural, aberto ao público, proposto no ato da inscrição (campo a ser preenchido na
ficha de inscrição);
- apresentar um trabalho no final da residência, que ficará exposto em mostra conjunta com
os demais residentes, no periodo de três semanas;
- colaborar com as atividades de formação de professores e monitores para a exposição final;
- disponibilizar os direitos de uso de imagem da obra para fins de divulgação ou publicações
vinculadas ao projeto.
Cabe ao programa de Residência:
- pagamento de auxílio mensal de R$ 450,00, totalizando R$ 1.800,00 ao final da residência;
- disponibilidade de uma sala de trabalho compartilhada (ateliê), acesso a todas as áreas
de uso comum como sala de reunião, cozinha, pátio externo e salas de ensaio (esta última
dependendo de agendamento prévio);
- promover encontros com artistas e especialistas da área a fim de fomentar a reflexão e a
produção dos residentes;
- promover encontros com artistas condôminos;
- promover saídas de reconhecimento do bairro e outros espaços associados ao Condomínio;
- dar assistência técnica e estrutural na produção dos trabalhos selecionados para exposição;
- realizar a produção da mostra final dos trabalhos desenvolvidos, bem como sua divulgação.
O Condomínio Cultural não arcará com nenhum tipo de despesas que envolvam alimentação,
estadia, seguro de saúde, ou qualquer outro tipo de gasto, cabendo aos artistas selecionados
se responsabilizarem por tais custos.
Residência no Condomínio
Rua Mundo Novo, 342 – Vila Anglo Brasileira
CEP 05028-030 Fone: 11 4303 4121
http://www.facebook.com/condominioculturalmundonovo

sábado, 4 de maio de 2013

Greve dos profissionais da Educação da cidade de São Paulo!!

Os profissionais da educação municipal decidem manter a greve iniciada dia 03/05 e marcam nova assembleia para dia 08/05 às 14h, em frente ao gabinete do prefeito. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!!!!

sábado, 20 de abril de 2013

Greve dos professores de São Paulo - versão 2013

Fonte: Apeoesp Em assembleia realizada na tarde de hoje no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista, Capital, mais de 20 mil professores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, 22 de abril, pelas seguintes reivindicações centrais:  Reposição salarial de 36,74% (março/ 98 a março/2013).  Reajuste imediato de 13,5%: 2%, mais 5% referentes à recomposição do reajuste prometido para 2012, mais 6% de reajuste já previsto na lei complementar 1143/11.  Implantação da jornada do piso (33% para atividades extraclasse, rumo aos 50%), nos termos do Parecer CNE/ CEB 18/2012 e/ou da sentença judicial conquistada pela APEOESP.  Extensão dos direitos dos professores da categoria “F” aos professores da categoria “O”.  Concursos públicos para que todos tenham a oportunidade de efetivar-se.  Direito de atendimento no IAMSPE aos professores da categoria “O”. Pela derrubada do veto do Governador ao projeto de lei que garante este direito.  Contra a privatização do Hospital do Servidor/IAMSPE.  Contra a remoção ex-officio, designação por perfil e avaliações anuais nas escolas de tempo integral.  Por uma escola de tempo integral que atenda aos interesses dos filhos e filhas da classe trabalhadora. Contra a escola de tempo integral excludente, de quaisquer governos.  Pelo fim da violência nas escolas. Ronda escolar em todas as escolas estaduais. Políticas e prevenção e combate à violência nas escolas e nos seus entornos.  Pela derrubada do veto ao projeto de lei que assegura a presença de psicólogos nas escolas.  Pela preservação dos direitos dos aposentados.  Melhores condições de trabalho.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Pela manutenção da Gestão Estatal do Centro Cultural PAGU, em Santos!!!

O Centro Cultural gerido pelo Governo do Estado de São Paulo que funcionou até 2011 na Cadeia Velha situada em Santos como Oficina Cultural Regional PAGU, levando o nome de Patrícia Galvão que ficou presa lá durante a ditadura.Este espaço sempre foi aberto para todos os artistas da região, do estado utilizarem o prédio para ensaios, oficinas, etc...lá nasceram festivais importantes de teatro, audiovisual, encontros de diversos segmentos, movimentos, enfim...funcionava como um espaço de todos. O Estado abandonou o prédio, deixando aos pedaços, sem reforma durante muitos anos e jogaram as oficinas culturais do Estado para um local precário.O Estado além de não ter iniciado brevemente as obras do local está querendo passar a responsabilidade e a gestão para o município e este como acaba de assumir o PSDB e sua gestão é praticamente de obras está abraçando a ideia, sendo que só na cidade de Santos existem alguns teatros precisando de reforma e a Cadeia Velha passaria a ser somente da cidade de Santos. Sendo assim nós artistas perderemos o único Centro Cultural do Estado na região e a liberdade que sempre tivemos de realizar projetos, ensaios, etc...além de historicamente a região perder um lugar onde importantes artistas passaram como Plínio Marcos, Patrícia Galvão, entre outros. Segue abaixo manifesto feito pelos artistas da região.Pedimos para que todos leiam e assinem a petição. http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2013N38750 Não queremos a Municipalização do Prédio da Cadeia Velha! "Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem." Bertolt Brecht O Movimento Cultural da Baixada Santista, representado por pessoas e grupos de vários segmentos artísticos de Santos e região, vem por meio desta manifestar seus anseios quanto a futura utilização da Cadeia Velha, (ex) sede da Oficina Regional Cultural Pagu situada no Centro histórico, na Praça dos Andradas. Este movimento, que fique bem claro à todos que é apartidário, está se organizando, já há um tempo em prol das atividades culturais que beneficiem o acesso e descentralização das artes e entende, principalmente pela experiência e história da luta destas pessoas, que a Cadeia Velha é um espaço conquistado para esta finalidade e que seu vínculo com o Estado, através da Oficina Regional Cultural Pagu foi essencial para a formação de muitos artistas e grupos, fomentando as artes e o acesso a cultura. A Cadeia Velha, contextualização histórica Antiga Casa da Câmara e Cadeia, localizada na Praça dos Andradas (centro de Santos) que já serviu de refúgio na Guerra do Paraguay, Fórum, Prefeitura, palco da 1ª Constituição Municipal (1894), enfermaria de um surto de peste (1870), se perpetuou na cidade por 80 anos como Cadeia. Após seu tombamento como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional passou por um grande período de abandono, sendo revitalizada como Centro Cultural do Estado. Nasce então, a Oficina Regional Cultural Pagu, em homenagem à sua mais célebre ex-detenta, desde 1994 a Oficina Pagu ou Cadeia Velha ou simplesmente Pagu, como é chamada carinhosamente pelos artistas, cumpre um importante papel na vida cultural da região, galgada na formação, um espaço que vem dando ótimos frutos recentemente. A Oficina sedimentou na cidade de Santos incontáveis coletivos artísticos e fomentou tanta produção que hoje em dia o receio dos artistas é que ela não possa fazer o mesmo com as próximas gerações. A Oficina Cultural Regional Pagu, atualmente, está alocada nas dependências da Igreja São Judas Tadeu, local totalmente inadequado para o funcionamento da mesma, situação posta, até então como improvisada e temporária. Por que perder o único Centro Cultural mantido pelo Estado de São Paulo na Região da Baixada Santista? Com a municipalização do prédio, a região perde seu único Centro Cultural mantido pelo Estado (um retrocesso para nossa história). Os artistas perdem um importante centro de aperfeiçoamento e espaço de manifestação artística, que há quase 20 anos potencializa a vida cultural da baixada, já que no mínimo 90% de todos artistas lá participaram ou ministraram algum tipo de atividade, a sociedade perde importância nas política culturais perante o Governo do Estado de São Paulo. Lugar de diálogo próximo e possível com as políticas de estado da/para cultura, prédio histórico e abençoado com a hóstia da revolução por minuto, não-lugar oficial de criação, sem censura e coerente consigo mesmo, que tinha vida própria graças aos circulantes - brincantes que limparam com transpiração e inspiração o suor e lágrimas de escravos daquelas pedras frias do chão. Há alguns anos o Governo do Estado cancelou o programa da Delegacia Regional de Cultura que funcionava na Cadeia Velha em conjunto com a Oficina. Com a municipalização do prédio e com a consequente precarização da Oficina Cultural Pagu, vemos o Governo do Estado recuar na sua responsabilidade e participação nas políticas culturais da baixada. Cabe a Prefeitura de Santos pressionar e cobrar essa responsabilidade e não compactuar com o desmonte efetuado pelo Estado na área da Cultura. Cadeia Velha, Casa livre Aventam-se mudanças na configuração político-cultural aqui em terras santistas, enquanto na verdade essa mudança já vem acontecendo faz um tempo e grande parcela dela advém, finalmente, dos próprios agentes/produtores/artistas locais que botaram a mão na massa, deram a cara a bater, e criaram espaços e possibilidades na unha, literalmente, muitas vezes. Ali o sonho de Patricia Galvão com o Festival de Teatro criado por ela e Paschoal Carlos Magno, o FESTA, foi levado adiante e se hoje é o mais antigo festival de teatro do Brasil indo para sua 55ª edição, é por que muitas foram concebidas e realizadas a partir dali. Foi na Cadeia, que Santos começou a trabalhar a questão do curta metragem, que recebeu em 2002 as Oficinas Kinoforum da grande Zita Carvalhosa e não teríamos sem sombra de dúvida na cidade um festival como o Curta Santos, que a cada edição leva mais de 90 mil pessoas diretamente a mais de 20 pontos de exibição espalhadas pela cidade, exibindo mais de 200 horas de conteúdo nacional por edição, empregando mais de 200 pessoas, movimentando o turismo e a economia local, realizando intercâmbios internacionais e colocando a cidade no panorama cinematográfico nacional. Ali era sede de ambos, FESTA e CURTA SANTOS, ali nasceu Querô, o filme e as Oficinas. Dezenas de grupos, tanto de dança quanto de teatro, só puderam pôr suas produções na rua, pois a Pagu lhes deu teto e abrigo pra chamar de casa e ensinou como trilhar seus caminhos com mais qualidade graças ao sem números de profissionais que passavam por aquelas paredes frias dividindo seu notório saber com esses coletivos, dando luz a uma geração que reestruturaria os métodos de produção e estética postos em prática até então pela Baixada. Nesse momento fazia-se história. Ela está viva e solta por ai. Quantas centenas de guris não viram nascer a paixão por Villa Lobos, por Mozart... passar a tarde e ouvir, naquele Centro cheirando café e porto, a nona de Beethoven tocada por adolescentes era de emocionar qualquer um. Pelas celas da Pagu passaram e deixaram ouro entre outros: Bete Mendes, Sérgio Mamberti, Plínio Marcos, Rubens Ewald Filho, Esther Góes, Sérgio Ferrara, José Roberto Torero, Paulo Markun, João Silvério Trevisan, Antonio Araujo, Zé Celso Martinez, Hugo Possolo, Mario Bolognesi, Veronica Tamaoki, Palhaço Picolino, Andrea Pasquini, André Fisher, Décio Otero e Marika Gidali, Celso Sabadin, Zé do Caixão, podemos ir longe na lista. Aquele lugar provocava, propunha, fomentava, instigava, permitia e incentivava o livre fazer, com compromisso com o silêncio de Hamlet e também com sua ratoeira para o rei Cláudio. Por que a Cadeia Velha? Existem no centro de Santos outros equipamentos culturais da SECULT, como a Casa do Trem Bélico, o Outeiro de Santa Catarina que se encontram inoperantes, por que o interesse em municipalizar a Cadeia Velha? Isso representa algum avanço ou inovação? Ou um retrocesso? O orçamento Municipal para a Cultura já tão comprometido, suporta mais esse investimento? Em detrimento de qual investimento essa ação será efetuada? Quantas pessoas deixarão de experienciar tudo isso se ali não for esse lugar único possível? Iniciamos aqui o nosso pedido de paralisação do suposto processo de municipalização, por parte do Estado e do Município. Queremos que a Cadeia Velha continue a ser um Centro Cultural do Estado e sede da Oficina Cultural Regional Pagu, a garantia da sua restauração e reforma o mais breve possível. Que saudade do amanhã. QUE PAGU ESTEJA CONOSCO! QUE PLÍNIO ESTEJA CONOSCO! QUE TONINHO E TANTOS OUTROS ESTEJAM CONOSCO!

domingo, 24 de março de 2013

ANÁLISE DE LUIZ CARLOS MOREIRA SOBRE A ELEIÇÃO DA COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO 2013

ANÁLISE DE LUIZ CARLOS MOREIRA SOBRE A ELEIÇÃO DA COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO ou ATIRANDO NO PRÓPRIO PÉ Luiz Carlos Moreira autor/diretor teatral Cia. Engenho Teatral Não há vencedores. Perdemos todos. Já perdemos todos. Estou falando do processo eleitoral da Cooperativa Paulista de Teatro que, no máximo, evidencia e acentua nossa despolitização. Sei que minha voz é mais uma mergulhada nesse atoleiro. Portanto, não deixa de ser apenas uma voz desesperada em busca de uma compreensão racional e de uma luz no fim do túnel. O companheiro Alexandre Krug tem cobrado das duas chapas as verdadeiras diferenças que estariam postas em conversas reservadas, nunca em público. Deduzo que ele se refere a falas – de integrantes das duas chapas – que afirmam que a Acordes representa uma aliança com o PT e que este teria barrado o nome da Fernanda (Berro) e imposto o nome do Dorberto (Acordes), o que teria impedido uma composição. As mesmas conversas dizem que o PT já estaria até disposto a aumentar o orçamento do Fomento ao Teatro se a Acordes ganhar, mas estrangularia os cofres se a Berro vencer. Simplificações e ingenuidades à parte (não do Krug), por esse caminho chegaremos ao diz-que-diz ou a fatos que indicariam como as coisas se deram mas não porque se deram dessa maneira. Poderíamos julgar mas não compreender. Em textos e ocasiões diferentes, Sergio Carvalho e Marco Antonio Rodrigues apontam para o retrocesso de nossas discussões acerca de política pública, mercantilização e estética, reduzidas à disputa pela sobrevivência, isto é, pelas migalhas que sobram dos cofres públicos (o que não é pouco, é legítimo e necessário, mas insuficiente e, talvez, “burro”, se não formos além, como cobram os companheiros citados). Creio que é um ponto de partida mais sólido para discutir essas eleições. Questões que as eleições colocam Questões que as eleições escondem A partir do que está explícito no papel, em sites ou nas falas públicas das chapas, somos obrigados a garimpar, nas entrelinhas, o que está implícito, isto é, o que não foi dito abertamente mas aponta para deduções que se impõem (e aí sempre há um espaço para “não foi isso que eu quis dizer”, “não é bem assim”, “você está distorcendo”...). Mas os pronunciamentos em favor de uma das chapas e o comportamento de torcida no triste debate do dia 19 de março não deixam dúvidas sobre os termos da disputa. Vamos a eles. Quem não ouviu a ‘brincadeirinha’: “você vai votar neles, que fazem reserva de mercado, ou em nós, que lutamos por todos”? Quem não sabe que uma chapa é pela diversidade estética e a outra pela imposição de uma linguagem única? Quem não sabe que uma chapa está aberta ao diálogo, a ouvir todos o tempo todo, enquanto a outra quer impor velhos e surrados chavões? Quem não sabe que uma chapa é radical, esquerdista, isto é, é contra o diálogo com o governo e a outra é aberta, favorável a esse diálogo? Quem não ouviu que uma chapa representa a mudança de um Conselho Administrativo burocrático, não transparente, e a outra a manutenção disso? Saberes que, sem dúvida, exigem uma provocação irônica: quem não sabe, enfim, que nossos inimigos são nossos companheiros e nosso amigo é o governo? Para muitos, essa provocação seria uma “jogadinha”, mas as outras seriam “verdades”, não ideologia e marketing. Não mesmo? De qualquer forma, são esses os termos da disputa. E isso é despolitizador porque não enfrenta as verdadeiras questões. A título de exemplo, faço alguns comentários sobre as duas primeiras “questões”. Quem não ouviu a ‘brincadeirinha’: “você vai votar neles, que fazem reserva de mercado, ou em nós, que lutamos por todos”? Quem não sabe que uma chapa é pela diversidade estética e a outra pela imposição de uma linguagem única? Essas falas usam e abusam de um velho sentimento: a de que são sempre os mesmos grupos que ganham todos os editais, particularmente o Fomento. E isso se deve a manipulações, privilégios e, mais recentemente, à imposição de um teatro “político” e da periferia em detrimento dos outros; a diversidade estética estaria acuada por um pensamento único, totalitário. A Chapa Acordes viria prá acabar com isso. A Berro representaria a continuidade disso. Para não ir muito longe: nos últimos anos (na verdade, isso é muuuuiiito velho), muitos de nós passaram a acreditar que existe um teatro político (ruim, não é teatro, usa o teatro) e um teatro de pesquisa formal (bom; é teatro, não política). E que o primeiro estaria sufocando o segundo e, portanto, o próprio Programa de Fomento, já que ele se destinaria a projetos de pesquisa. A partir daí, está feita a briga entre nós, entre a “diversidade” do teatro e a “estreiteza” política que usa o teatro. Essa visão ideológica se transforma em verdade e acaba publicada no próprio livro que comemora os 10 anos de Fomento! E ninguém diz nada!!! Curto e grosso: o Fomento não é para projetos de pesquisa; é para projetos de trabalho continuado. E não é para qualquer projeto de trabalho continuado. É para projetos de trabalho continuado de pesquisa e produção. Isso mesmo: de produção; ao contrário do que estamos dizendo há anos, um projeto não pode ser desqualificado só porque seu Plano de Trabalho se destina à produção de um espetáculo. De novo: o que está em jogo é um projeto de trabalho continuado (de pesquisa e produção) que visa o desenvolvimento do teatro e o melhor acesso da população ao mesmo. E o que significa isso tudo, mesmo? Uma resposta da moda, há mais de ano, e que hoje se projeta nas eleições, é a balela da “pesquisa” que estaria sendo soterrada pela “política” ou pelo “teatro da periferia”, pela tal “reserva de mercado”. “Agora chegou a nossa vez de acabar com eles”, delira a torcida. Seria por isso que o União e Olho Vivo ou o Teatro Studio Heleny Guariba (ex-Studio 184) não são contemplados há várias edições, porque eles são manifestamente “políticos” e, portanto, “ruins” esteticamente? E os critérios de qualidade aplicados a um Tapa servem também para um União e Olho Vivo? (De forma bem simplista, que é o que cabe aqui: existem projetos explicitamente “políticos”, seja pelos seus conteúdos ou intenções manifestas; existem projetos que se dizem explicitamente à margem da política, seja pelos seus conteúdos aparentes ou por suas manifestas intenções. Mas, além das intenções e conteúdos explícitos, não existe teatro sem forma e forma sem conteúdo, unidade que tem, sempre, um sentido político. Conceitualmente, a divisão – obra política, obra formal – não se sustenta, é mero discurso ideológico centrado na aparência e, quase sempre, serve à hegemonia para calar a minoria.) Já em documentos lidos e discutidos nos primeiros 5 anos de implantação do Fomento, o Arte Contra A Barbárie levantava dados estatísticos que demonstravam que essas afirmações – “são sempre os mesmos” – não eram verdadeiras. O sentimento ilustrava outra questão: o Fomento ainda é concorrência, o que significa que não contempla todos (o que é diferente de afirmar que contempla sempre os mesmos – isso os números desmentem, o que não é, necessariamente, bom, pois derruba a tese da continuidade). Como se vê, a discussão tem que ir longe, cada vez mais longe, no limite há que se discutir mercado (capitalismo), arte, profissionalização, indivíduo, classe, Estado, democracia popular, social-democracia, comunismo, neoliberalismo... A saída não é simplesmente transformar o programa num pires de INSS a distribuir um pouco para cada um ou “você já ganhou, agora é a minha vez”. Atendo-se, propositalmente, à questão específica, o Arte Contra A Barbárie alertava: se os grupos de teatro não conquistarem uma relevância estética, cultural, social, política dentro da sociedade que lhes permita ampliar o programa para mais grupos, e se o Programa de Fomento continuar isolado e não conseguirmos outros programas, então ele morrerá, não pelas mãos dos governos, mas pelas nossas próprias mãos. Daí a tentativa do Fundo Estadual de Arte e Cultura (que não era só para teatro). Daí a tentativa do Prêmio Teatro Brasileiro (que não é só para grupos, mas para artistas independentes e pequenos produtores). Daí as teses de que uma política pública não deveria se restringir a um único plano ou programa, mas a um tripé: programaS, fundos e ações de governo; de que deveria servir para organizar a criação e não o Estado, desde que essa criação e seus criadores fossem de interesse público (a política se volta para a sociedade e não para a corporação de ofício); de que a mercantilização neoliberal sufocava a cultura... Mas, desde 2002 (e não a partir da segunda ocupação da Funarte, como sugerem algumas falas), perdemos em todas essas frentes. Na luta pela sobrevivência, deixamos de pensar política com “P” maíúsculo, política pública, estética... Há muito deixamos de pautar os governos; há muito somos pautados por eles e corremos a apagar incêndios. Há mais de meia década, quando o governo federal baixou um decreto criando um Sistema Federal de Cultura, o discurso desses gestores já era o mesmo de gestores estaduais e municipais, de qualquer partido, e ficou claro: o Estado estava se organizando. Hoje, não fazemos outra coisa a não ser correr atrás da burocratização do Fomento e da legislação fiscal, a correr para responder ao Procultura, ao Sistema Nacional de Cultura, à Plenária não sei das quantas, ao Fundo, à economia criativa, à autossustentabilidade... E o que realmente sabemos disso tudo? Qual a visão que temos de Estado (não estou falando de governo), de política pública? Prá quê, mesmo, serve nosso trabalho? Isso depende dos nossos desejos e crenças? O que discutimos sobre profissão, trabalho alienado e grupo teatral? E a questão da continuidade? A bola da vez ainda é política pública? Vamos organizar o Estado? Com qual pauta? Plano Municipal, Estadual e Nacional de Cultura? Prêmio Teatro Brasleiro? Fomento? Grupo? Por quê? Prá quem? E...? Qual é, enfim, a nossa pauta? A campanha eleitoral não permitiu que essas questões fossem discutidas. Frente à perda de rumo e ao enquadramento que o mercado e seu Estado nos impõem, o que temos a dizer? Que o problema são nossos companheiros sectários, que o problema é a administração da Cooperativa, que… Sorrisos montados e ar de bom mocismo, jogo de cena, não convencem: no sufoco, estamos a ponto de sair no tapa; se a farinha é pouca, meu pirão primeiro. E nem sabemos direito porquê. Forçoso reconhecer que a Chapa Acordes tem grande responsabilidade nessa história. Afinal, o que significa ouvir todos? Que a Cooperativa tem que dar espaço aos racistas, homofóbicos, fascistas? Aí vão dizer que estou “forçando a barra”, que não é nada disso e todo mundo sabe que não é nada disso. Eu também sei, mas fica evidente (e ficou evidente na campanha) que não é para todos, é apenas um slogan de campanha que não inclui os “velhos discursos de sempre” e nem mesmo aqueles que têm posições e as defendem apaixonadamente, pois isso, de antemão, é ser raivoso e, no limite, “inumano”. Até a humanidade de companheiros é anulada por um discurso “doce” que propõe ouvir todos mas massacra, publicitariamente, o outro, o diferente, o radical, o inimigo interno. Entendo que a campanha foi jogo de cena entre bonzinhos e mauzinhos, entre o “velho” e o “novo”. Logo, como toda campanha publicitária, nada esclarece, apenas canaliza e materializa ressentimentos e desejos, sem espaço para compreendê-los e discuti-los. A geleca de que você tem que estar aberto a tudo e todos, ao diálogo, etc., se evidencia falsa, é marketing em tudo e por tudo semelhante às musiquinhas de fim de ano com o elenco risonho e sedutor da Rede Globo. Independentemente das boas intenções (e eu ainda quero acreditar nelas) dos acordes, o resultado é desafinado, o tiro sai no pé ao abrir a temporada de caça ao outro, aquele que é culpado por impedir a realização de meus desejos (de onde eles vêm, mesmo?). Nesse contexto, não há debate político, não há conversa razoável, não há entendimento. O que resta é a torcida entre acordo e acorde harmônico contra o inimigo raivoso que quer apenas impor suas posições de antemão sectárias e, portanto, elas sim, de antemão divisionistas. E a platéia ainda aplaude e ainda pede bis Prá mim, essa foi uma campanha de discursos ideológicos, portanto, despolitizadora. Essa foi uma campanha de imagens que, longe de levantar as verdadeiras questões e discutir caminhos para enfrentá-las, denunciou culpados, promove uma caça às bruxas e nos divide. E agora, o que fazer? Krug sugeriu a retirada das 2 chapas e a eleição nominal para que os mais votados assumam a administração da Cooperativa. E ninguém disse nada. Confesso que também pensei na dissolução das 2 chapas, não no processo de eleição individual que ele propõe, mas é só olhar em volta para perceber o desastre: isso é golpe, é contra o processo eleitoral, é... Como se uma assembléia pudesse dar um golpe em si mesma. (A propósito, uma informação aos mais novos: isso já aconteceu numa eleição da Cooperativa, a assembléia destituiu as 2 chapas e, pelo voto, definiu uma nova composição). Mas a questão tem também um lado privado e não menos trágico: somos amigos, dizem o Fábio e o Rudi, você conhece meu pai, mágico, lembra Thiago. Talvez tenha sido verdade um dia, mas ali, naquela cena da noite de 19 de março travestida de debate... Enfim, o nervosismo e a irritação com que Maysa Lepique tentava questionar o Paulo Celestino, seu parceiro de direção na Cooperativa, dá uma idéia do que poderá vir se juntarmos esses amigos numa mesma diretoria. Foi a isso que chegamos. Esses foram os grandes avanços para nossa compreensão e organização frente ao mercado e seu Estado que nos sufocam. No debate rebaixado, se formos mesmo obrigados a optar entre as 2 chapas, por tudo que escrevi acima, fica claro meu voto: vai para a Chapa Berro, que tentou politizar a campanha e não conseguiu. Já estava, de antemão, julgada, culpada e demonizada: era o bode expiatório de nossos ressentimentos e derrotas. Essa distorção ideológica foi o eixo de campanha da Chapa Acordes, mesmo que fossem outras as intenções de seus componentes. Mostrou-se, portanto, menos preparada politicamente para as questões que deverá enfrentar. De qualquer forma, não há vencedores. Perdemos todos. Já perdemos todos. São Paulo, 23 de março de 2013

sábado, 23 de março de 2013

A (DES)CISÃO Sobre a eleição para a gestão 2013/2015 da Cooperativa Paulista de Teatro (CPT)

Compartilhando o texto de amigo, João Alves, em: http://lugardeindignar.blogspot.com.br/2013/03/a-descisao.html "Eu vivo num tempo sem sol. uma lingua sem malícia é sinal de estupidez, uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ri ainda não recebeu a terrível notícia." Bertholt Brecht Após esse texto vou me tornar um abjeto, um execrável, um crápula, o pior ser na face da terra para alguns. Já faço essa ressalva porque é melhor eu ser rotulado criticamente por mim mesmo do que por meus detratores. Gregor Samsa, personagem principal da obra Metarmorfose de Franz Kafka, sabia disso e teve coragem de bancar a transformação em inseto abominável. Por que eu também não teria a mesma coragem? Vou tocar aqui na paixão e na postura egoica de alguns artistas teatrais e isso é o suficiente para me julgarem moralmente, mas o que conta não é moral, o que conta é a ética e pretendo ser muito ético em minhas colocações. Serei longo e também posso ser enfadonho dentro de uma sociedade da informação em 140 caracteres, mas tenho muito mais que uma twittada para fazer. Antes que me acusem de “comunicador de determinada chapa” e usem isso politicamente para depreciar a construção do pensamento, vou logo dizendo: diante do contexto complexo que estamos vivendo; como cooperado interessado em pensar propostas para uma cooperativa em conjunto; como um desinteressado em propostas impostas de cima para baixo em atos de apresentação regidos pelo comportamento “eu falo, você escuta e apoia, senão cai fora”; eu declaro meu voto para a Chapa Berro. Após o preambulo irei iniciar minha colação dizendo: Tenho vergonha do comportamento de meus colegas artistas de teatro! A vergonha que sinto surge da contradição que existe entre o discurso de meus pares e sua ação no mundo. O comportamento demonstrado pela classe teatral durante o debate desta terça, 19 de março, entre as duas chapas que concorrem à gestão da Cooperativa Paulista de Teatro (CPT), Chapa Acordes e Chapa Berro, é o que me conduz a fazer essa afirmativa. Somos uma classe que diz ser “politizada”, mas que não está interessada no verdadeiro debate político. Prefere ficar na superfície das coisas à mergulhar de cabeça nas questões. Nada que assuste tanto quando lembramos que nossa profissão vive de criar imagens vendáveis para o mercado. Somos um grupo que prefere construir muito bem um perfil de Facebook ao invés de tentar construir um pensamento político significativo e verdadeiro. Como produto que somos consumimos produtos construídos e maquiados como nós. Consumimos também discursos políticos que se adéquam a nossa necessidade de consumo e não nos atemos às questões reais que se apresentam. Nós, os artistas de teatro, temos a estranha mania de nos colocar acima do bem e do mal. Colocamo-nos nas figuras de "grandes pensadores e libertadores da sociedade através da religião Arte”. Em nosso discurso somos aqueles que ainda não renderam-se à alienação, aqueles que ainda não renderam-se ao mercado, somos os revolucionários, somos os out-sideres. Mas como dizia seu Fulgêncio, meu avô: “Falar é fácil, até papagaio fala”. Diante do discurso que adotamos nossa atitude está muito contraditória: · Guy Debord, ao definir imagem, diz que “imagem é acumulo de capital". Ora, quando nos deixamos levar pela propaganda bem feita não estamos nos rendendo ao fetichismo da imagem? Não seria também rendermo-nos ao capital? Quando nos deixamos ser conduzidos por uma imagem bem construída, uma imagem de propostas sólidas, sem analisar o contexto no qual essas propostas irão agir, creio que passamos imediatamente a fazer parte do enorme batalhão de alienados, tão depreciado por nós, os “detentores do saber”. E para deixar bem claro: aceitar propostas sem analisar o contexto é alienação; · Quando nos rendemos a um discurso populista de “para todos” e outros slogans mercadológicos de venda, não estaríamos mostrando a nossa despolitização? Mas tudo isso pode ser justificado quando dizemos que “comprar gato por lebre” é simplesmente um senso de humor, um ruído de KKKKK, e não a triste constatação de que fomos enganados. (Mas é necessário aceitar o populismo, aceitar o POP. Se Madonna estivesse concorrendo à gestão da cooperativa Paulista de Teatro, ela seria uma ótima candidata e já teria ganhado. Ela deu seus pulos no palco e se produziu a vida inteira para essa função: “Por uma cooperativa mais like a virgian, vote Madonna"); · Quando “intelectuais civilizados do teatro” se deixam levar pela vaia e provocação em massa, eles não estão sendo massa? Além disso, no nosso discurso de “acima do bem e do mal” estamos acima da selvageria. Reproduzir uma atitude de arena romana, onde eram praticados atos sanguinolentos, não seria o mesmo que reproduzir a barbárie que condenamos? Ainda mais quando nos dizemos defensores dos ideias da democracia e da polis grega? (Que fique claro que não sou conta a vaia. Acho uma atitude genuína, espontânea e popular. A vaia pode ser uma forma significativa de manifestação politica de uma classe cooperada frente os seus opressores. Mas quando ela é usada, somente pela forma, contra pessoas de sua própria classe é desnecessária, porque desfortalece a construção de conhecimento e revela o quanto não somos solidários com nossos iguais. Como podemos querer cooperar se não somos afeitos ao debate sadio? Como podemos cooperar se não sabemos respeitar a falha do outro e ajudá-lo à esclarecê-la?); · Que classe é essa que condena um ator que trabalhou num comercial de propaganda política? Olhem bem, eu disse trabalhou, ou seja, vendeu a única coisa que tem para sobreviver, a sua força de trabalho. Fazer parte de um comercial político é a mesma coisa que fazer parte de qualquer comercial mercadológico (sabendo que política hoje também é um mercado e o mercado também é política). Ambos os trabalhos estão no rol da perversidade a qual temos que nos submeter para poder pagar o aluguel em dia, comer e se locomover (principalmente naqueles meses de entre-safra de trabalho teatral). “Trabalhar para” é diferente de “apoiar” e “colaborar”. E aposto que, sabendo da realidade de “vacas magras” que vivemos, pelo menos metade da plateia que vaiou esse ator quando recebesse a proposta de um partido, com as cifras devidamente negritadas e não tendo a conta bancária recheada, não exitaria em aceitar. Sem falar que na nossa amnésia política deixamo-nos levar por um episódio negando toda uma tragetória política desse ator. Mas, como dizia Stanislavski, “tudo é uma questão de estar ou não em situação”. (Boa parte das pessoas presentes no debate, conhece ou já ouviram falar de Brecht, aquele dramaturgo alemão, aquele perseguido por Hitler, aquele que escreveu roteiros para Hollywood, aquele que fez propaganda para uma empresa automobilística. Essa plateia adora dizer que Santa Joana dos Matadouros é uma peça brilhante. Mas essa mesma plateia se esquece de que nessa peça uma mulher, que protestava a morte do marido, enlatado após ser moído pela máquina de carne, resolve aceitar um prato de comida por dia da empresa que assassinou seu esposo. “Primeiro o estomago, depois a moral”. Isso não quer dizer que ela apoia a empresa, isso quer dizer que existe questões pragmáticas cotidianas que fazem a gente correr atrás do dinheiro). · Por que ninguém comentou a menção ao Senhor Andrea Matarazzo, durante a reunião? Por que não houve um esclarecimento verdadeiro da situação? Por que ficamos na questão da propaganda e não nos atemos ao posicionamento? Creio que é porque somos criadores de imagens ocas e não construtores do conhecimento. (Somos nós que criamos a nossa casta de políticos profissionais. Nossas famílias de gestores: de Sarneys, Magalhães, Alckmins, Matarazzos, Alves, Malufs e afins. Basta dar um google nesse sobrenomes que vocês verão como estamos construindo muito bem uma classe de Nobres Políticos com direitos hereditários e poderes consuetudinários. A menção do nome de Andreia Matarazzo não seria algo preocupante? Como podemos esquecer que esse cara era o grande executor dos interesses comerciais da prefeitura nesses últimos anos de Serra/Kassab? E saibam que o senhor Andrea Matarazzo é o pré-candidato pelo PSDB à prefeitura de São Paulo para as próximas eleições). · Falar que é "contra a política nojenta" e usar da ingenuidade do outro para se promover é perversidade política da pior especie. E também essa atitude não se configuraria como fazer política nojenta? Se queremos nos colocar na posição de intelectuais, de artistas pesquisadores, artistas pensadores, tenho que dizer que estamos muito aquém. A Ilusão da bolha cor de rosa é coisa de mocinha “tocadoura” de piano do século XIX. O pesquisador é aquele capaz inquietar-se com a realidade e formular perguntas, ou seja, inferir para movimentar o pensamento. Estamos passando longe de sermos questionadores. Nossas colocações revelam consumidores de afirmativas e de receitas prontas. Uma proposta rígida, formatada por uma elite intelectual e artística, acaba tornando-se mais interessante para um coro que grita “Eu quero ensaiar. Não quero ir na reunião da cooperativa” (Até o debate para essas pessoas foi um saco, porque impediu uma galera de ficar em casa assistindo determinado programa de TV e/ou postando piadas sobre o fazer teatral no Face). Noto na nossa classe teatral um discurso complicado em relação à cooperativa. Um discurso que desconhece o conceito de cooperar. As cooperativas são criadas num contexto em que os trabalhadores, para sobreviver ao mercado, necessitaram se unir e serem solidários entre si. Toda cooperativa tem que observar alguns princípios ( adesão livre; gestão democrática; taxa limitada, etc). Os artistas teatrais cooperados ignoram esses princípios, isso foi claramente notado nas formulações de perguntas durante o debate, que não contemplaram a problemática. A escolha dos artistas teatrais, ao que parece, não é pela gestão democrática e cooperativa. Cooperar uns com os outros dá trabalho, então, submetem sua escolha às regras do sistema político que criticam: escolhem representantes que legislem por eles e esquecem que a cooperativa existe até a próximo rateio (nem vou entrar nas questão acerca do SATED-SP para aprofundar a questão da falta de articulação, mas fica a dica). O ideal para os artistas que querem ir só para a “sala de ensaio” e não na reunião da cooperativa é que um grupo seleto de pessoas, altamente capacitadas pense as suas necessidades e resolva todos os problemas sem que eu tenha que sujar minha mão com a gestão. “Eu sou gestor. Sou pai de família e faço a gestão de meu grupo. Estou pronto para encarar a cooperativa”. Esse é o discurso predileto de nossa classe, que prefere ficar ensaiando meses um espetáculo que não saber se vai estrear, ou nos bares da praça Roosevelt, ao invés de ir na assembleia da cooperativa (vale a ressalva de que sou um dos frenquentadores assíduos da praça Rossevelt e não vejo problema nenhum em frenquentá-la). Esse do grande gestor ex-machina é perfeito para uma classe que prefere que alguém lute por suas necessidades ao invés de se organizar, para tentar conquistar espaços e mudanças num contexto político e empresarial massacrante para o nosso ofício. O contexto que se apresenta dentro da própria classe artistas mostra claramente um embate. Estamos cindidos entre aqueles que estão interessados em pensar e lutar por uma Arte Pública e aqueles que estão preocupados em ir para seu ensaio e ganhar edital. Afinal: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”, ou “Pouco capital, primeiro Eu no edital”. O que nos esquecemos é que sala de ensaio e piração estética não cria política pública descente para a nossa classe. A Lei de Fomento, que foi a única grande conquista da classe nos últimos anos, surgiu quando os artista se uniram e usaram suas salas de ensaio como espaços de assembleia cooperativa, ou seja, quando eles perceberam que representavam a si mesmos num regime de cooperação. Depois vieram tramites políticos, mas primeiros precisamos descobrir em conjunto o que precisávamos. Já sabemos que a Lei de Fomento é pouco, ela não mata a fome, ela engana a dor de barriga. Mas não queremos criar uma nova política de arte, queremos que alguém faça isso por nós para podemos concorrer ao edital. Queremos um representante com propostas sólidas que forre a nossa dor de barriga mais uma vez. Somos uma classe cindida, dividida, fragmentada e isso não pode ser acobertado pelo discurso polido (ético e complexo, complexo porque ético, ético porque complexo): “Pertencemos a mesma classe. Ninguém aqui é inimigo de ninguém”. Não somos inimigos porque pertencemos a mesma classe fodida de artistas, mas que existem alguns dos nossos que estão aliados com a proposta do inimigo, isso existe. E que fique claro: a alienação não é consciente; quando consciente, deixa de ser alienação e quando usada para conseguir vantagens políticas, é perversidade. Temos de um lado pessoas interessadas em pensar junto, construir pautas a partir das nossas necessidades, para lutarmos juntos por uma Arte Pública. De outro lado temos a mudança para “melhor” com proposta não pensadas cooperativamente. Qual é a real necessidade de um cooperado? O cooperado tem que participar ou deixar que legislem por ele? Creio que esta eleição irá revelar bastante sobre a classe teatral. Creio que os comentários acerca deste texto também revelarão. Estou aberto à construção de conhecimento sadia, sem acusações infundadas e aproveitamentos políticos. Postado por João Alves às 07:36