terça-feira, 9 de dezembro de 2014

FOLHA/UOL: Jornalistas terceirizados não são considerados da equipe? Carta Aberta!

carta enviada por jornalistas do UOL à direção do portal:
Colado de:


À direção de Conteúdo,
Caros,
Manifestamos por meio desta o nosso descontentamento com a política praticada na festa de confraternização de fim de ano, da qual os prestadores de serviço (PJ’s) não serão convidados a participar, ao contrário do que ocorreu em anos anteriores.
Não nos está claro se a exclusão dos PJ’s está relacionada a um corte de custos, à fiscalização trabalhista ou a ambos. Independentemente da razão, no entanto, é lamentável que nossos colegas prestadores, que trabalharam conosco o ano todo não possam gozar da confraternização de fim de ano como o restante da empresa. Ao longo de 2014, eles atuaram sob a mesma cobrança e responsabilidade, mas sem benefícios como vale-alimentação, vale-transporte, 13º salário, seguro-saúde ou recolhimento de FGTS.
No jornalismo, infelizmente, eles não são simples prestadores de serviço, e sim frutos da precarização do trabalho que caracteriza a categoria.
A festa é simbólica. Assim como ela é um momento de descontração após um ano cheio de grandes eventos, metas, compromissos e dedicação, também representa a ponta do iceberg de um conjunto de condições de trabalho cada vez piores.
O ano de 2014 foi especialmente difícil para todos nós. As redações sofreram demissões, as equipes se enxugaram e o segundo semestre foi de trabalho redobrado. Para quem esteve envolvido nas duas grandes coberturas do ano, a Copa do Mundo e as Eleições, a carga foi ainda maior.
Para quem é PJ, por exemplo, houve a precarização do ambiente de trabalho; com muitos funcionários tendo de trabalhar de suas casas, com pouco espaço nas redações.
Tudo isso sem contar as condições questionáveis às quais já somos submetidos tradicionalmente. Ao contrário de outras empresas do meio e até de outros departamentos da nossa própria empresa, os jornalistas do UOL (sejam eles CLT ou PJ) não ganham hora extra ou adicional noturno.
Diante de tudo isso, decidimos repudiar a política adotada na festa de confraternização, que apenas expõe o tratamento desigual dado pela direção da empresa a empregados que desempenham as mesmas funções e têm as mesmas responsabilidades. Todos são trabalhadores, independentemente do regime sob o qual estão contratados. Com a segregação, a própria ideia de uma festa de confraternização perde sentido, diante da precarização do trabalho promovida.
A direção do UOL precisa estar atenta ao fato de que suas decisões estão aumentando a nossa insatisfação em relação a nossas condições de trabalho.
Nos colocamos à disposição dos diretores que queiram debater e discutir soluções.
Att,

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