segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Terroristas" com pedaços de pau são eliminados por torpedos!



Repudio aqui os israelenses (não os judeus) que apoiam essa chacina terrorista da ocupação de Israel, que mataram e prenderam ativistas por reagirem a uma invasão com pedaços de pau e, segundo autoridades israelenses, bolinhas de gude. Que o Brasil expulse o embaixador de Israel e retire o brasileiro da ocupação na Palestina.
Educador que não se cala.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dezenas de instituições "levam" a grana da Cultura de São Paulo



Fonte: I Plenária com Trabalhadores da Cultura na Livraria Marxista, dia 15/04/2010

Atual política cultural do governo do Estado (PSDB):
As políticas públicas de cultura do estado de São Paulo propõem a privatização dos equipamentos em serviços na área cultural. As leis de convênio direto têm permitido o crescimento dessas políticas, que geram uma maior precarização dos contratos dos trabalhadores, jogando-os, não raro, na completa informalidade. A demonstração destes fatos se dá através de um levantamento dos órgãos gestores dos equipamentos públicos e dos contratos de funcionários. Estes órgãos são fundações ou associações de direito privado, algumas delas "sem fins lucrativos", como ONGs, OSs, OSCIPs e outras personalidades jurídicas constituídas com o fim exclusivo de gerir equipamentos públicos com dinheiro público, sob interesses privados. Tendo em vista que algumas das organizações constituídas são modos de sobrevivência dos próprios trabalhadores da cultura precarizados. Abaixo, exemplos retirados do site da secretaria do estado da cultura:
A Casa - Museu de Arte e Artefatos Brasileiros Museu da Casa Brasileira

Abaçaí Cultura e Arte

ACAM Portinari

ACAM Portinari Casa de Cultura Paulo Setúbal

ACAM Portinari MHFP Monteiro Lobato

ACAM Portinari MHP Bernardino de Campos

ACAM Portinari MHP Conselheiro Rodrigues Alves

ACAM Portinari MHP Índia Vanuíre

ACAM Portinari MHP Prudente de Moraes

ACAM Portinari Museu Casa de Portinari

APAA - Associação Paulista dos Amigos da Arte

APAA Teatro de Dança

APAA Teatro Sergio Cardoso

APAA Theatro São Pedro

ASSAOC - Associação Amigos das Oficinas Culturais

Associação de Amigos do Conservatório de Tatuí

Associação de Amigos do Memorial do Imigrante

Associação de Amigos do Museu de Arte Sacra de São Paulo

Associação de Amigos do Projeto Guri

Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado

Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado Estação Pinacoteca

Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado Memorial da Resistência

Associação dos Amigos do Museu do Café

Associação dos Amigos do Paço das Artes

Associação dos Amigos do Paço das Artes Museu da Imagem e do Som

Associação Pró - Dança São Paulo Cia de Dança

Associação Santa Marcelina Cultura

Associação Santa Marcelina Cultura EMESP Tom Jobim

Associação Santa Marcelina Cultura Festival de Campos do Jordão

Associação Santa Marcelina Cultura Guri Santa Marcelina

Catavento Cultural e Educacional

Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

Instituto da Arte do Futebol Brasileiro Museu do Futebol

Poiesis

Poiesis Casa das Rosas

Poiesis Casa Guilherme de Almeida

Poiesis Museu da Língua Portuguesa


Assim, as leis de convênio, inicialmente federais, depois praticadas no estado de São Paulo, já desde a gestão Mario Covas (1995) e no município de São Paulo desde a gestão Serra (2005), favorecem e "legalizam" este tipo de transferência de recursos públicos para grupos privados, que os destinam segundo seus interesses.

A cultura é o patrimônio de um povo e não deve ser exclusividade de nenhum grupo social. É um direito como a habitação, a saúde, a educação e o transporte. É dever do estado garantir o acesso à fruição e produção de cultura aos seus cidadãos.
Este não é o cenário do estado de São Paulo, mas de equipamentos públicos sucateados ou privatizados, onde fundações ou associações de direito privado o administram com recursos públicos (dinheiro dos impostos dos cidadãos). Os contratos dos trabalhadores de cultura são precarizados. Não há mínimos direitos ou estabilidade, nem concursos públicos para estes trabalhadores, que são contratados como prestadores de serviços eventuais, alguns por mais de duas décadas, como os trabalhadores dos corpos estáveis dos estados e municípios. Estáveis no nome, porque sua vida é pura instabilidade, consequência da informalidade e precariedade de seus contratos.
O estado deve assumir sua responsabilidade como fomentador da cultura. Para isso as secretarias de cultura devem ter verbas próprias e dotação orçamentária fixa, como garantia de gestão dos equipamentos e pagamento de salários dignos aos trabalhadores, com os direitos reconhecidos em lei. E para que possam construir equipamentos de cultura (museus, teatros, centros culturais).
Apenas recursos não bastam. Precisamos de políticas culturais conseqüentes, no interesse público. Todo município e estado da federação deve ter um plano de cultura garantido por lei, com programas de fomento às artes em todas as suas linguagens, em toda a sua diversidade.

- Contratos e concursos para os trabalhadores de arte, garantindo direitos trabalhistas.
- Programas e editais transparentes, com regras claras, que garantam o acesso a todo aquele que realiza um trabalho de relevância artística e social.
- Garantir manifestações culturais locais, que caracterizaram a identidade de cada comunidade, provendo a elas condições materiais para que possam manter vivas sua memória, história e seus patrimônios material e imaterial.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Para reitor da USP, trabalhador é bandido!


Fonte: http://blogdocappacete.blogspot.com/2010/05/reitor-fascista-da-usp-tira-mascara-em.html

Reitor fascista da USP tira a máscara em entrevista para a rádio OBANdeirantes

Estudantes e PMs se enfrentam na USP
O diálogo proposto por Grandino Rodas


É bom lembrar que esse reitor foi imposto pelo governador de São Paulo e candidato a presidente do Brasil pelo PSDB José Serra, o escolhido pelo Conselho Universitário foi outro. Rodas é o homem certo para fazer o serviço sujo de Serra. O objetivo da nova reitoria é destruir o sindicato dos trabalhadores da USP, bloquear o acesso a Cidade Universitária aos moradores das comunidades carentes vizinhas ; cercear o direito de ir e vir, sempre lembrando que a USP é pública. Trata-se de decretar uma espécie de AI-5 dentro da Cidade Universitária, e abrir caminho para que a PM se estabeleça de vez no Campus. Rodas quer destruir todos os movimentos sociais da USP, retirar a autonomia dos departamentos, e sucatear os cursos que não interessam ao mercado. Rodas e seu patrão só tem olhos para a UNIVESP. Leiam a entrevista abaixo e confiram, Rodas é da mesma estirpe de um Gama e Silva, faz parte da direita barra pesada. Atenção, Serra presidente e esse tipo certamente ocupará algum cargo relevante no governo nacional, talvez ministro da justiça. Já vimos esse filme.


Nota da Coordenadoria da Associação dos Pós-Graduandos da USP/Capital (21 de maio de 2010).


Preocupada com a preservação do respeito mútuo entre a Reitoria da USP e as entidades representativas de professores, funcionários e estudantes, a APG-Capital vem a público enfatizar a necessidade de um efetivo e respeitoso diálogo no seio da comunidade universitária, tendo em vista que as últimas declarações do reitor da USP à imprensa só têm contribuído para agravar as tensões, tão prejudiciais às atividades de pesquisa dos pós-graduandos.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, em 8 de maio, o Reitor João G. Rodas afirmou haver “mercenários dentro da USP, de alta estatura e envergadura, amedrontando fisicamente as pessoas”. Depois, acrescentou: “o pessoal do sindicato, isso é comprovável, não são só eles, existem pessoas contratadas por eles às dezenas, que fazem, por assim dizer, grande parte do serviço sujo”. Dada a gravidade dessas e outras acusações, faz-se necessária a devida apresentação de provas, até então desconhecidas.

Durante a entrevista, os dois radialistas e o Reitor da USP passaram a nomear os funcionários em greve como “invasores” e “pessoas inescrupulosas” , responsáveis por “jogar o nome da USP no lixo”. Consideramos lamentável que o Reitor da USP tenha investido todo o seu poder e responsabilidade em uma estratégia de desqualificaçã o de seus opositores políticos, como já havia feito em artigo publicado na Folha de S. Paulo e em entrevista ao programa Provocações.

Na Rádio, o Reitor, mais uma vez, resolveu criminalizar os opositores e se reportar, genericamente, à “sociedade”: “peço que a sociedade verifique, mande ver, porque realmente nós estamos fazendo da Universidade de São Paulo os morros do Rio de Janeiro, guetos, e com o tempo, ficarão absolutamente impraticáveis, se é que já não estão”. A preconceituosa associação entre o crime e os morros do Rio de Janeiro, analisada e posta em questão há anos por diversas pesquisas de Ciências Humanas, torna-se ainda mais grave quando utilizada pelo Reitor da maior universidade do país com o intuito de questionar o legítimo direito de greve dos funcionários.

Chamamos a atenção para os graves efeitos de uma declaração de tal teor, emanada do mais alto cargo da Universidade. Além do já exposto, o Reitor da USP investiu, ainda, na instauração de um clima de medo, absolutamente estranho ao cotidiano da comunidade universitária, ao afirmar que a USP é “uma terra de ninguém” ou sugerindo até mesmo a instalação de uma placa na entrada da Universidade com os dizeres: “entre por sua conta e risco”.

Manifestamos o nosso repúdio à criação de um clima artificial de medo e insegurança, criado justamente pelo autor do parecer que autorizou a entrada da PM no campus. Desde que a Força Tática da Polícia Militar deixou a Universidade em 2009, após lançar bombas de gás sobre chefes de departamento, professores e alunos (grevistas e não grevistas), cessou-se, entre nós, qualquer motivo para insegurança.

Espera-se do Reitor da USP o cumprimento de suas responsabilidades como gestor público. Isto implica em uma posição ativa nas reuniões de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis, contribuindo para a sinalização de um meio termo capaz de dar fim à greve e permitir a reabertura das bibliotecas, dos restaurantes e dos demais serviços essenciais à pesquisa e ao ensino. O silêncio absoluto do Reitor da USP na última reunião de negociação, no dia 18 de maio, contrasta com a disposição manifestada em suas recentes declarações à imprensa.

Receosos de que a curta “era do diálogo” seja substituída por uma “era do medo”, a APG-Capital reafirma sua convicção de que a única saída existente para os conflitos no seio da comunidade universitária é a efetiva negociação e o efetivo respeito às diversas entidades representativas de funcionários, professores e estudantes.

APG/USP-capital

Associação dos Pós-graduandos da USP-Capital
Site: www.apgusp.com
Fórum: www.usp.br/apgforum
E-group: www.grupos.com. br/group/ pgusp

Como eu sempre digo, o PSDB e seus representantes tratam os defensores da educação pública, gratuita e de qualidade com polícia, ofensas, censura e todas as formas conhecidas de violência.
Educador que não se cala.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Estatuto indesejado

Fonte: Com Texto Livre

Primor do absurdo: o Estatuto do Nascituro


Os deputados da bancada fundamentalista conseguiram aprovar, ontem, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, o “Estatuto do Nascituro”. O projeto elimina os casos de aborto previstos atualmente em lei: quando há risco de morte para a mãe e quando a gestação é decorrente de estupro. Além disso, o texto abre brecha para a proibição de algumas medidas contraceptivas. Em síntese, o projeto revoga direitos conquistados pelas mulheres e aprofunda a realidade de dominação que as submete.

Trata-se de uma aberração intolerável. O projeto chega às raias da crueldade quando impõe, às mulheres, que mantenham uma gravidez que lhes traz risco de morte, ou quando as obriga a levarem uma gravidez que resulta de violência sexual.

Depois do fracasso do PNDH, que recuou no que tange à legalização do aborto, esse projeto é um novo ataque à decência e à dignidade.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Toda força aos mineiros: GREVE pela educação!

Fonte: Blog do Euler

Numa tarde emocionante, educadores de Minas votam pela continuidade da greve

A foto é da nossa colega Cristina, que registra um momento da nossa Assembléia.

Uma tarde emocionante a que vivemos hoje, é o mínimo que se consegue exprimir com palavras. Havia um clima de suspense no ar, pois durante todo o final de semana e no começo desta, a imprensa bombardeou a comunidade com a informação de que a greve ia acabar.

Antes de entrar propriamente nos detalhes da nossa maravilhosa assembléia, seria importante recuperar o histórico do final de semana, até como aprendizado para todos nós. Então vamos lá.

Num encontro de trabalhadores do qual participei na última sexta-feira havia uma divisão entre a manutenção da greve e a suspensão temporária da mesma. A própria direção sindical, que recebera um informe jurídico que não nos favorecia, deixava transparecer um receio em relação ao que podia acontecer em caso de demissões dos trabalhadores em greve e por isso chegou a cogitar de uma mudança de estratégia.

Nós próprios, também impactados pelos informes da direção, chegamos a considerar a possibilidade de um recuo estratégico, embora tivéssemos alertado: algo assim só teria sentido se a categoria em assembléia tivesse convencida de sua eficácia e se o governo desse claras demonstrações de que estava disposto a negociar.

Foi um final de semana com grande pressão, da mídia de um lado, dos temores em relação ao futuro do movimento do outro, e o receio, enfim, que esta belíssima greve chegasse ao fim de forma desarticulada, colocando a perder tudo o que acumulamos nestes 40 dias.

O governo, por sua vez, contava com a decretação providencial da ilegalidade da greve, do controle que mantém sobre a mídia e jogava ainda com as ameaças de demissões. Nos cálculos do governo, a greve terminaria nesta terça-feira. Estava tudo combinado: o governo, a imprensa, a Fepaemg e, julgavam eles, até uma parte da direção já estaria decidida a trabalhar pelo fim da greve.

Faltou só um pequeno detalhe, que aqui me faz lembrar, em véspera de Copa do Mundo, um episódio envolvendo o ex-técnico de um das melhores equipes que a Seleção brasileira já teve, João Saldanha. Certa vez, numa partida Brasil x Rússia, apresentaram toda uma tática de ataque contra o time adversário ao grande técnico Saldanha. E ele respondeu ironicamente mais ou menos assim: "Está tudo muito bem, falta só combinar com os jogadores da Rússia".

Pois é! Faltaram ao governo e à imprensa combinar com aqueles que decidem o início ou o fim da greve: os 10 ou 15 mil trabalhadores em assembléia.

Já na segunda-feira à tarde, numa reunião com o comando de greve das cidades de Vespasiano e São José da Lapa eu pude sentir verdadeiramente o clima e a disposição de luta dos companheiros. Mesmo ciente de todos os riscos que corremos, a decisão majoritária, quase unânime dos presentes foi: a greve precisa continuar, não dá para recuar, precisamos arrancar uma conquista salarial expressiva, pois senão o movimento acaba e dificilmente nós faremos outro movimento deste porte.

Durante a nossa reunião, os companheiros de uma subsede próxima da nossa telefonaram dizendo que também haviam decidido pela manutenção da greve. E vários e-mails começaram a chegar. E mensagens no blog. Na segunda-feira à noite eu já havia percebido: ninguém segura a disposição de continuidade da greve. Tanto que escrevi um texto falando sobre uma surpresa que o governo poderia ter que amargar na assembléia de terça (hoje). E não deu outra.

Mas, ainda na segunda-feira pela manhã, os diretores das escolas foram chamados pelas superintendências regionais para que preparassem tudo, pois as aulas retornariam na quarta-feira. Era, ainda usando a linguagem futebolística, o clima do já ganhou em véspera de clássico. Quando a partida começou, a goleada disparou: 20 mil a zero pela continuidade da greve!

Entrevista à TV Assembléia

Assim que chegamos ao pátio da ALMG, nossa combativa turma de São José e de Vespasiano, o pessoal de verde-abacate, foi procurada pelos repórteres da TV Assembléia. Como João Martinho, um dos grandes líderes deste movimento, não estava por perto, o pessoal passou a bola pra mim, e eu marquei três gols de placa. O repórter queria saber as reivindicações e o que o governo havia proposto. Eu disse: 1) a não demissão de nenhum educador em greve, 2) o não corte dos dias parados, e 3) o pagamento do piso ou algo que se aproxime do nosso piso. Sem essas três reivindicações, não voltamos a trabalhar. O governo está intransigente, então, a greve deve continuar.

Em seguida tive algumas surpresas agradáveis. Pessoas de diferentes cidades, que lêem o nosso blog, como foi o caso de duas companheiras de Mutum - um abraço aos bravos educadores de Mutum - entraram em contato comigo. Impressionante como o blog conseguiu assumir uma grande responsabilidade na divulgação da nossa greve. Uma outra companheira, Eliane, que escreve sempre nos comentários do blog, veio me abraçar. Ainda uma outra companheira, da Conlutas, veio puxar minha orelha, dizendo que num dos textos eu havia dado uma recuada. E várias outras pessoas que conheciam o blog mas não me conheciam pessoalmente manifestaram opinião sobre os textos que publicamos. Que bom que nosso blog se tornou mais um dos muitos instrumentos de informação e de união até dos educadores que estão em greve. Se a imprensa amordaçada não faz a sua parte, estamos construindo outros mecanismos para suprir esta lacuna.

A Assembléia começa

O início da assembléia, como sempre com os informes da direção, desta vez foi marcado por uma certa tensão. A companheira Beatriz, coordenadora geral do Sind-UTE explicou os andamentos das negociações com o governo. Foi sincera em reconhecer que a direção chegou a cogitar uma suspensão temporária da greve em troca de um compromisso por escrito do governo de negociar os três pontos que eu mencionei acima. Mas, não houve um retorno satisfatório por parte do governo. Beatriz tem se destacado como liderança, adquirindo confiança das bases - ou de uma parcela muito expressiva destas. Ela se comunica bem com as pessoas e tem sido sincera em relação ao que faz e ao que defende.

Por outro lado, alguns setores da oposição sindical, especialmente os companheiros do Conlutas, criticaram a direção por aquilo que consideraram um equívoco - a intenção de suspender a greve - e defenderam a continuidade da greve. Mas, nessa altura, já ninguém mais - direção ou oposição - defendiam outra proposta que não fosse a manutençãoda greve. A greve tem lidado bem com as divergências ideológicas e de encaminhamentos. É preciso que a unidade da categoria conquistada seja preservada como um patrimônio de todas as correntes. Claro que sem abrirmos mão da democracia e do respeito entre as diferentes opiniões.

Sem uma contraproposta concreta do governo para discutir, não fazia sentido parar a greve. O movimento está forte, tende a crescer ainda mais, e o governo, goste ou não, terá que negociar com os educadores. A base do movimento, em última instância, foi aquela que segurou a greve até agora, embora as direções tenham contribuído para sustentá-la.

Após os informes da direção, foram abertas as inscrições. Um troço meio complicado é este método de inscrição para falar. Geralmente abre-se a fala para 10 pessoas. Umas 20 pessoas mais ou menos solicitam inscrição e a direção escolhe ao belprazer quem serão os 10 a falar. Eis um mecanismo não muito democrático que precisa ser aprimorado.

Mas, justiça seja feita, as principais lideranças da oposição geralmente conseguem falar. Desta vez, pela primeira vez na greve, eu tentei me inscrever. Ao meu lado, João Martinho, que também tentou se inscrever, cantou a pedra: eles vão te chamar porque você está falando pela primeira vez nesta greve. João já havia falado na última assembléia. E não deu outra, depois de umas cinco ou seis pessoas, fui chamado.

Confesso que estava tenso e de garganta seca e minha voz saiu mais fina do que de costume. Logo eu que tenho voz de cantor de ópera! E exatamente na hora de falar, uma senhora desandou a conversar no meu ouvido pedindo para que eu mencionasse na minha fala a situação dos deputados federais que estão peleiteando não trabalhar durante a Copa do Mundo e que não terão o dia cortado como os professores.

Eu disse: tudo bem, minha senhora, se eu lembrar eu falo! Mas, qual o quê! O que me veio à cabeça foram os três eixos da nossa luta - a não demissão de nenhum educador, o não corte do ponto e um aumento de salário. Sem isso, disse, não voltaremos. E disse mais: devemos firmar um pacto entre nós: se algum companheiro em greve for demitido nenhum de nós volta ao trabalho até que ele seja reintegrado. Falei também sobre a mídia vendida, a justiça corrompida e que o governo teria, goste ou não, que negociar com os trabalhadores em greve. Foi isso que eu me lembro que disse, com uma voz, segundo disseram, um pouco, digamos, esticada pela garganta, misto de secura e tensão. Mas, o recado foi dado, tanto quanto os outros oradores que falaram antes e depois de mim.

Mensagem em tempo real

Antes que continue o relato, e como escrevo e olho os e-mails ao mesmo tempo, vou reproduzir aqui uma mensagem que recebi da brava companheira Eliane, aquela mesma, que eu mencionei acima lembram? Diz ela:

"Euler estou comovida pelo que presenciamos hoje na assembléia. Parabéns à todos. O Sindicato está bem articulado, firme nos propositos da classe, colegas coesos e uma manifestção de cidadania e coragem, nunca vista na educação por muitos anos. Este movimento me lembrou uma única manifestação parecida na década de 80. Agora não devemos mesmo recuar com a prova da força do movimento. Parabéns à vc pela coragem e demonstração da conquista, liderança e confiança que nossos colegas depositam na sua força. Palmas por tudo que aconteceu hoje. llllllliiiiiiiiiiiiinnndddddddddddooooooooooo. Bjs no coração.".

Esta mensagem passa a fazer parte do nosso relato. Parabéns a você, companheira Eliane, pela bravura, pela disposição de luta e pelo exemplo que dá aos colegas.

Um dia antes, aliás, Eliane havia dito numa das muitas mensagens que honram este blog, que, se o governo cortasse o seu salário ela não voltava; ia para a Praça Sete com chapéu de palha pedir esmola a mostrar como são tratados os educadores em Minas. É uma guerreira. E é com pessoas com esta disposição de luta que o governo está lidando. São muitos anos de descaso e até de humilhação, com políticas neoliberais, marcadas pela disputa, pela divisão de classe, pela cobrança, pela ameça via avaliação de desempenho, que levaram os educadores de Minas a terem esta reação.

A base do governo estremece na ALMG

Enquanto acontecia a nossa assembléia, novidades ainda estavam por vir. A votação pela continuidade da greve já não era mais novidade. O pátio tremeu quando a coordenadora do Sind-UTE perguntou: quem vota na proposta um, em favor da continuidade da greve, levante a mão. Mãos, bandeiras, gritos, apitos e palavras de ordem de cerca de 20 mil pessoas ecoaram pelo pátio atravessando as paredes da Assembléia Legislativa e provocando reações no interior daquela Casa.

Dois deputados da base governista, Duarte Bechir e Doutor Viana (se não me falha a memória), foram até a mesa pedir para se manifestar. E assumiram publicamente o compromisso de conversar com o governador e pedir para que ele atenda as reivindicações dos educadores. Outros deputados, da oposição, que sempre aparecem nas assembléias, como Padre João, Carlin Moura e Wellington Prado, foram renovar o seu apoio aos trabalhadores em greve.

Ali por perto também, dei de cara com o ex-deputado Rogério Correia, sempre presente nas manifestações dos educadores, ele que no passado participou ativamente da luta dos trabalhadores da Educação. Cumprimentei também o Carlinhos Calazans, que eu conhecia de outra época, num tempo em que a CUT era uma outra CUT, o PT era um outro PT e eu era também um outro Euler.

De volta ao encontro com o pessoal da luta de Vespasiano e São José da Lapa caminhamos para a passeata, já nos posicionando com as bandeiras do sindicato nas mãos. Era só alegria e a certeza de que a luta ia continuar, firme, forte, e que nada ia nos fazer voltar atrás.

A coordenadora Beatriz, ao final da assembléia, chegou a dizer que o governo havia mudado um pouco, na última hora, os termos do compromisso que chegara a firmar com o sindicato, mas que o documento seria analisado depois. A próxima assembléia já está marcada para terça-feira, dia 25.05.

A passeata e o julgamento

Como tem acontecido semanalmente, a passeata dos educadores atravessou quarteirões, perdendo-se de vista o começo e o fim da mesma. Uma coisa emocionante. Todos cantando palavras de ordem: "Se o governo enrola, enrola, não voltamos para a escola", ou "Ehhh sou professor, com muito orgulho, mas sem valor", "1, 2, 3, 3, 5, mil, somos nós que construimos a história do Brasil", o Hino Nacional e até uma marchinha carnavalesca adaptada "Ó quebra, quebra gabiroba, Eu quero ver quebrar, Se piso não sair, não voltamos a trabalhar".

Impressionante o apoio da comunidade, com várias pessoas nos pontos de ônibus batendo palmas e outras, nas janelas dos prédios jogando papel picado. politicamente o governo Aécio-Anastasia tem tudo a perder com essa greve. Mas, a imprensa finge que não vê, enquanto as ruas da cidade são tomadas por milhares de manifestantes com bandeiras azuis.

Ao chegar nas escadarias da Igreja São José, foi realizado um extenso e simbólico julgamento do Governo de Minas Gerais. Com direito a advogado de defesa, de acusação e jurado. O réu, o governo, foi processado pelo crime de não investir adequadamente na Educação, e a sentença, entre outros pontos, condenado a pagar o piso salarial profissional aos educadores. Na minha modesta opinião, com todos os méritos e encantos do evento, ele poderia ter acontecido com menor duração. Mas, tudo bem. A tarde tinha sido bonita demais e alguns minutos a mais nas ruas ocupadas do Centro de BH não fariam mal algum.

E foi assim que terminou a nossa noite. Com todas os grupos de educadores vindos das mais distantes regiões de Minas se dirigindo para seus ônibus, cantando, sorrindo, gritando palavras de ordem, num verdadeiro entusiasmo coletivo, marcado pela confiança na unidade da luta dos trabalhadores em greve.

Não tenho mais a menor dúvida: o governo terá que negociar. E se for inteligente, fá-lo-á o mais breve possível. Pois, nada, ameaça alguma mais, conseguirá alterar a disposição de luta dos educadores em greve. A primeira frase que eu disse na minha fala foi mais ou menos o seguinte: esta, é a mais bonita greve de Minas Gerais!

Nos 40 dias de greve, viva a força dos trabalhadores unidos na luta! Até a vitória final!

sábado, 15 de maio de 2010

PROCULTURA - CAMPANHA FEDERAL!!!

PROCULTURA - CAMPANHA FEDERAL!!!

Escreva para a deputada Alice Portugal (alice456@solar.com.br), relatora do projeto Procultura, e mande o seguinte e-mail: Prezada Deputada - Nós, trabalhadores de artes cênicas do Brasil, reivindicamos a inclusão dos seguintes termos no projeto de Lei Procultura:

PROPOSTAS DE EMENDAS AO PROCULTURA

Art. 2º.....
V – Programas setoriais de Artes, criados por leis específicas.

Art.8º...
Parágrafo 2º - Os critérios estabelecidos no inciso II-b) não se aplicam aos projetos cujas atividades ou formas de produção não podem ser autosustentáveis devido à sua própria natureza ou objetivos.

Art. 60. Será destinado ao FNC, e incluído na peça orçamentária, pelo menos quarenta por cento das dotações do Ministério da Cultura, garantindo-se um valor nunca inferior ao montante da renúncia fiscal disponibilizado para o incentivo de que trata o Capítulo IV desta lei.

Art. 66. Fica instituído o Programa Prêmio Teatro Brasileiro, a ser definido em Lei específica, para fomentar:
...

Art. 36...
Parágrafo Único. As exigências previstas no caput não se aplicam ao disposto no inciso III, Parágrafo 1º do Artigo 3º desta lei.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Estados desviam verba federal destinada à Educação!

Fonte: http://blogdojuniorcampos.blogspot.com/2010/05/estao-metendo-mao-no-fundeb.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&

Estão metendo a mão no FUNDEB.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. O Fundeb está em vigor desde 2007.

Segundo o MEC,em 2009,21 estados deixaram de repassar esses recursos para a Educação básica e em valores absolutos,o Estado de São Paulo foi o campeão com R$ 660 milhões desviados.Em valores relativos,o Estado do Espírito Santo desviou R$ 259 milhões.O rombo pode ser ainda maior se contabilizar o que o governo do Distrito Federal deixou de injetar,uma quantia absurda de R$ 921 milhões,já que o DF não utilizava a conta do fundo e,por isso,não tem como o MEC saber se houve desvio ou sonegação.

O MEC já alertou os tribunais de contas dos estados e municípios, os ministérios públicos federal e estadual, os conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb e os respectivos governos estaduais.

Fonte: O Globo

Serra na Constituinte! Não deixe ele tirar todo direito do trabalhador.

Fonte: Com Texto Livre



1) - Votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;

2) - Votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;

3) - Votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;

4) - Votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;

5) - Negou seu voto pelo direito de greve;

6) - Negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;

7) - Negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;

8) - Negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;

9) - Negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;

10) - Negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;

Fonte: DIAP - “Quem foi quem na Constituinte”

"Pagar nunca é demais" para empresa-escola, claro!


Fonte: http://blogdamartabellini.blogspot.com/2010/05/escolas-bah.html

Escola de R$ 1.700 aconselha aula particular em SP

Folha on Line

A coordenação da escola Móbile, na zona sul de São Paulo, que cobra mensalidades de R$ 1.700, recomendou que a mãe de um aluno de 12 anos pagasse um professor particular para ensinar o filho as matérias vistas na escola, informa reportagem de Talita Bedinelli, publicada na edição deste domingo da Folha
O Conselho Nacional de Educação e o Procon dizem que a indicação de professor particular é irregular. Mas as escolas privadas a fazem com frequência.
A coordenadora da escola indicou para a mãe o nome e o telefone de um profissional que cobra R$ 70 a hora. "É uma pessoa que trabalha com a escola há muito tempo, que ajudará no reforço e na organização dele", ouviu.
O fato foi confirmado à Folha por três professores particulares, indicados por escolas caras da cidade. Com mensalidades que superam os R$ 1.000, Santa Maria, Mater Dei e Lourenço Castanho estão na lista.
Os colégios particulares afirmam que só fazem o encaminhamento em último caso. Não foi o caso da mãe ouvida pela Folha. A recomendação da Móbile foi feita antes mesmo de as primeiras notas do ano saírem.
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COMENTÁRIO de Marta Bellini: a criança é sempre culpada! Doque? de qualquer coisa. Inclusive de pagar a escola. Eita, escolas, sô!

São Paulo puxa a nação! Pro buraco...

Em Minas Gerais, como não podia deixar de ser em governos tucanos, os profesores estão morrendo de fome com um salário de gorjeta. Parecem seguir o modelo de São Paulo, onde a barbárie rola solta. Total apoio aos grevistas, que lutam há quase um mês por condições dignas de trabalho e por um sistema educacional melhor, contra os golpistas do PSDB/DEM, e todos os privatizadores!
Educador que não se cala.


INFORMES DA EDUCAÇÃO ESTADUAL de Minas Gerais.


Entenda o contracheque de um professor de Minas Gerais...
Atendendo à sugestão de um visitante do nosso blog, divulgamos acima um contracheque de professores.

O contracheque em tela é comum aos professores com as seguintes características:

a) a data do contracheque é de março de 2010, portanto, foi pago este mês de abril de 2010,

b) o símbolo PEB3B significa que se trata de um professor com licenciatura plena (curso superior), que cumpriu o estágio probatório e recebeu uma progressão na carreira, de A para B,

c) o piso básico deste professor, sobre o qual incidem as gratificações e mudanças na carreira, é de R$ 515,49. Se fosse um professor PEB3A, o piso seria de R$ 500,00. Como o professor em questão recebeu uma progressão, teve um aumento de 3% sobre o piso de R$ 500,00. Logo, o piso pulou para R$ 515,00. Se este professor mudar de nível (promoção), passando para PEB4 - mudança que ocorre a cada cinco anos, desde que haja titularidade adequada (pós-graduação), ele receberá aumento de 22% sobre o piso. Ou seja, seu salário base seria de R$ 610,00,

d) como o governador criou um teto salarial de R$ 850,00 (o novo será de R$ 935, 00) - que o governo vende para a opinião pública que se trata de um "piso remuneratório", a diferença entre os tais R$ 515,49 e o teto de R$ 850,00 é preenchida com penduricalhos e gratificações, como: VTI (Vantagem Temporária Incorporada), PCRM (Parcela Complementar de Remuneração do Magistério), além da gratificação de incentivo à docência (mais conhecido como pó-de-giz) que é um percentu al de 20% sobre o piso real de R$ 515,49,

e) toda a movimentação ocorrida na carreira (progressões, promoções, quinquenios, etc) é deduzida dos penduricalhos (VTI e PCRM, sem alterar o teto salarial de R$ 850,00. Assim, se o professor mudar de PEB3 para PEB4 após cinco anos de trabalho e tendo feito especialização ou mestrado ele continuará recebendo os mesmos R$ 850,00 de salário bruto,

f) sobre este volumoso salário de R$ 850,00 há o desconto da previdência de 11%, mais o desconto do Ipsemg - que até ontem era compulsório -, mais as contribuições sindicais. O que restou como salário líquido, que é aquele valor que o trabalhador bota a mão no dia do pagamento, é a expressiva quantia de R$ 720,55,

g) ou seja, não dá nem p ra pagar um almoço de deputado, que, de acordo com as notas fiscais das verbas indenizatórias que eles recebem para custear aluguel, comida, casa, transporte, etc, além dos poupudos salários, chega a custar R$ 9 mil reais numa só tarde de almoço,

h) e é assim que Minas avança! Com choque de gestão em cima dos educadores...

Fonte: http://blogdoeulerconrado.blogspot.com

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Greve dos trabalhadores da USP: abaixo-assinado

Fonte: passapalavra.info

Greve dos trabalhadores da USP: abaixo-assinado
No dia de hoje iniciou-se a greve de trabalhadores da USP, que saem em luta em defesa do salário, contra a repressão e em defesa da universidade pública. A reitoria tenta intimidar a greve com uma política repressiva conseguindo uma liminar na justiça de multa contra os piquetes e declarando que não vai pagar os dias parados. Trata-se de mais uma tentativa de impor uma derrota a esta categoria que, a partir o Sintusp, vem dando um exemplo na defesa da universidade pública. É fundamental que todo movimento estudantil, os movimento sociais, as entidades, as organizações políticas, intelectuais, personalidades, etc, sejam solidários a essa greve para ajudarmos a que seja vitoriosa. Em primeiro lugar, queremos partir de solicitar a assinatura deste abaixo assinado contra a repressão e sua mais ampla difusão.
Favor enviar para: sintusp@sintusp. org.br e para flacs06@yahoo. com.br
Além disso, agradecemos todo tipo de iniciativas de apoio.

TODO APOIO A GREVE DOS TRABALHADORE DA USP!

abaixo-assinado



Fonte: passapalavra.info