Há um medo incrível de greves por parte dos trabalhadores, ainda mais de atos como ocupações, especialmente dos funcionários públicos, onde qualquer ameaça, ainda que amparada por argumentos ilegais, paralizam não só as ações, mas o pensamento daqueles que, evidentemente, precisam se mobilizar para impedir atrocidades do patrão (no caso o governador) perverso. Os argumentos diversos para a inação vão desde "não me misturo a essa gente, idiotas, moleques" a "não adianta nada mesmo". Acontece que o plano de sucateamento, privatizações, arroxo salarial e retirada de direitos trabalhistas historicamente é bem antigo, e se não fosse a pressão dos trabalhadores a coisa já tinha degringolado, a barbárie que vivemos não seria em doses (decretos safados a cada dois anos contra toda categoria, principalmente da educação) e sim um duro golpe contra a população, que nada faria e aceitaria tudo, acreditando que não adianta nada, quem pode pode, quem não pode que se f...!
Mas acontece que o tempo passou, e muitas doses já foram decretadas, muito espaço foi dado às fundações, que chegaram para "auxiliar" os estudantes, e agora estamos a ponto de perdermos a Universidade Pública, a possibilidade da diática Paulo Freiriana, pois o ensino a distância não permite o diálogo com toda sua dialeticidade possível, e os professores estaduais seus direitos e a possibilidade de atuar sem concurso, ou com concurso mas com uma doutrinação denominada de curso preparatório. A coisificação terá limites? O indivíduo, já em crise cosigo mesmo, viverá sem a relação amigável com o coletivo?
O medo e o preconceito que impaca as mobilizações não pararam pra pensar... Eles não sabem o que fazem!
As ocupações geram uma incrível produção artística, união entre os companheiros de luta, interação, sociabilização, comunicação, conhecimento das estruturas burocráticas da instituição e do Estado, enfim, toda uma formação política, um gestão autônoma e independente dos cânones acadêmicos pelos mobilizados, e é por isso que é tão condenada pelos que detêm as rédeas, sejam da administração quanto dos partidos.
Educador que não se cala.
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