A greve dos profissionais da Rádio e TV Cultura, que teve início nesta terça-feira (10/08), continua. Quase 100% dos profissionais da Rádio e TV, exceto os jornalistas, paralisaram suas atividades. Por falta de equipe técnica, a emissora reduziu pela metade o tempo do Jornal da Cultura, que passou de 40 para 20 minutos.
greve na tv cultura
O principal jornal da emissora está sendo feito com notas cobertas e matérias geradas somente por praças fora de São Paulo. Além disso, a empresa suspendeu temporariamente a programação da madrugada, que agora encerra por volta das 23h30 e retorna às 8h da manhã.
De acordo com os profissionais, a programação está sendo levada ao ar pelos supervisores, mas com muitas reprises e, no caso dos jornais, excesso de notas cobertas.
A assessoria de imprensa da emissora informou ainda que o Telecurso não está indo ao ar. Os boletins informativos sobre a nova gripe (H1N1), em parceria com o a HC TV, do Hospital das Clínicas, deixaram de ser exibidos. O Roda Viva de ontem foi substituído por uma reprise do programa.
Hoje os funcionários permaneceram na porta da emissora aguardando alguma posição sobre a reivindicação de 35% de abono salarial. Os 5,83% de reajuste já foi atendido, com 6,05% de aumento, após liberação do governo do Estado, mas o abono salarial ainda não foi confirmado.
"Pejotização" dos jornalistas atrapalha greve
Os jornalistas decidiram em assembléia, realizada nesta terça-feira (11/08) pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, pela suspensão da possibilidade de decretar estado de greve, o que irritou os outros profissionais que estão paralisados. Os funcionários, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo, vaiaram e xingaram os jornalistas, por não aderirem à mesma causa.
Até esta manhã existia a possibilidade do decreto de um estado de greve por parte dos jornalistas, mas muitos que trabalham como Pessoa Jurídica (PJ) - maioria dos jornalistas da emissora - afirmaram que apoiavam a causa dos radialistas, mas que a decisão de aderir a uma greve poderia prejudicá-los, porque não possuem garantia de direitos, correndo o risco de demissão.
Os jornalistas reivindicavam direitos como reajuste, abono salarial e regularização dos profissionais que trabalham sem registro em carteira. O Sindicato dos Jornalistas elaborou uma nota de apoio à greve dos radialistas, mas mesmo assim não foi bem recepcionada pela categoria.
“Respeitamos a posição do sindicato, mas achamos que foi uma decisão equivocada. Nós não representamos a categoria, mas os jornalistas estariam cobertos porque fizemos todos os trâmites legais para entrar em greve, porque a emissora também está em débito com os acordos coletivos dos jornalistas”, afirmou Sérgio Ipoldo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto Camargo, negou que a categoria estaria coberta pelo anúncio de greve dos radialistas. “Não existe essa possibilidade, eles não representam os jornalistas, por isso os profissionais não estariam cobertos”.
Agora, a pauta do Sindicato dos Jornalistas será discutir a regularização dos PJs, com a realização de uma assembleia nos próximos quinze dias.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo convocou nova assembleía geral para esta quarta-feira (12) às 12h, em frente à porta da TV Cultura.
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