"Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma." Augusto Boal
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Violência do Estado contra conhecimento e expressão
Fonte: http://www.sarava.org/
Sequestro do servidor do Saravá - 1 ano
No dia 06/08/08, a Policia Civil do 7º DP de Barão Geraldo (Campinas) apreendeu o servidor de internet do Grupo de Estudos Saravá que estava hospedado no IFCH - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, devido a uma denúncia feita pela reitoria da mesma universidade[1]. No ato foram sequestrados, além do portal do Saravá, diversas páginas de pesquisa, estudo, tecnologia e direitos humanos, entre outras.
O que demorou quatro anos para juntarmos nos foi arrebatado num único dia.
Estamos completando um ano de apreensão do servidor, sem muitas esperanças da volta do mesmo. Neste um ano o Coletivo Saravá se adaptou as condições e fez o que pode para continuar a manter suas pesquisas e hospedagens, contando com o apoio e colaboração de alguns grupos próximos conseguimos disponibilizar os backups que possuímos para que os grupos por nós hospedados pudessem continuar a desenvolver seus trabalhos em outros locais.
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Editorial sobre o sequestro do servidor do Grupo Saravá
Nem tudo pôde ser recuperado e muitas das ferramentas que eram disponibilizadas no servidor apreendido continuam fora do ar.
Ainda estamos reconstruindo nossa infra-estrutura, tentando fazer com que seja mais resistente e menos centralizada. Há ainda muito trabalho a fazer, mas hoje temos mais experiência.
O sequestro do servidor ocorreu num contexto no qual a autonomia universitária só é respeitada no que diz respeito ao usufruto do seu orçamento. Após a apreensão do servidor do grupo Saravá, houve ao menos dois outros casos graves de violação da autonomia: o arrombamento da Rádio Muda pela Polícia Federal[2] e a invasão da USP pela Tropa de Choque[3].
Antes desses atentados perpetrados pelo Estado, acreditava-se que as universidades públicas no país ainda constituíam bolsões de proteção à liberdade de pesquisa, de expressão e manifestação política, especialmente pela crença de que o que ocorrera durante a ditadura militar não se repetiria.
Ledo engano: se durante a ditadura houve, por parte das reitorias, da cooperação com o regime à política de "dos meus comunistas cuido eu", hoje a tecnocracia dos catedráticos procura "resolver" as questões internas das universidades paulistas da maneira mais "eficiente" ao tratar qualquer problema político como caso de polícia, muitas vezes sob ordens do próprio governador.
Torcemos para que, daqui por diante, seja mais difícil interromper nossos meios de comunicação e que possamos ter sistemas mais estáveis.
Agradecemos todo o apoio recebido e oxalá possamos manter nossas atividades ainda por muito tempo!
Grupo Saravá
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