domingo, 20 de junho de 2010

Na FFC-UNESP/Marí lia: polícia entra no campus para provocar estudantes da ocupação

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Na última quinta-feira o Comando de Ocupação do Prédio da Direção da FFC-UNESP/Marí lia empreendeu uma reunião de negociação com a Diretora da FFC, Mariângela S. L. Fujita, e com toda a burocracia acadêmica (professoras/ es e diretores administrativos e chefes de seção) da qual ela faz parte. Nesta reunião, as/os estudantes conquistaram parte do que reivindicavam: a abertura imediata do RU à noite, com trabalhadoras/ es concursadas/ os. Quer dizer, barramos a terceirização.

À noite, em Assembléia Geral, a proposta foi aprovada por consenso. Contudo, saliente-se, deliberamos por permanecer ocupadas/os por três motivos fundamentais: primeiro, nossas demandas não se reduzem à não terceirização do Restaurante Universitário, pois vão no sentido de lutar contra um projeto privatista dos governos, seja federal ou estadual e, mesmo, contra as orientações do Banco Mundial e do FMI. Segundo, exigimos uma reunião de negociação com o Reitor da UNESP, Herman C. J. Voorwald bem como uma Congregação aberta que delibere nossa pauta de reivindicações. Terceiro: havíamos convocado um Conselho de Entidades Estudantis da UNESP-FATEC para Marília, juntamente com o convite as entidades de trabalhadoras/ es e estudantes da UNESP, USP e UNICAMP.

Na sexta-feira pela manhã a Direção recuou e retirou a proposta. Diante disto, e sabendo tanto da política dos Governos e das Reitorias em dialogar por meio dos cacetetes; o Comando de ocupação optou pelo imediato levantamento de barricadas, deixando claro que lutaríamos com nosso sangue se preciso contra a terceirização e privatização da universidade. Fomos criticadas/os pelas/os ilustres professoras/ es estalinistas. Fomos criticados pela burocracia do SINTUNESP. Fomos criticadas/os pelas/os estudantes de direita sob a pecha de insanidade.

Embora diante das barricadas a Direção tenha colocado, por meio de uma comissão de negociação de professoras/ es, que não estava no horizonte a entrada da polícia no campus para reprimir as/os estudantes; eis que hoje, segunda-feira, dia 14 de junho de 2010, duas viaturas adentraram o campus. Desceram até a frente das barricadas e perguntaram “quem era o responsável”; em uníssono ouviram das/os estudantes presentes “a Assembléia Geral das/os Estudantes”. Posicionaram- se então em frente ao Prédio ocupado e, mediante a atuação de algumas/uns professoras/ es, retiraram-se do campus.

Concomitantemente, estudantes passavam nas salas para convocar os três setores à resistir aos brucutus do Estado. Cerca de 150 pessoas, entre trabalhadoras/ es, estudantes e docentes aglutinaram- se. Após a saída da polícia as/os trabalhadoras/ es iniciaram uma Assembléia da categoria que ainda não teve fim. Do mesmo modo procederam as/os docentes. Ambas as categorias estavam em uma plenária do campus, fechada ao movimento estudantil, convocada pela direção para nos isolar e, assim, quebrar a espinha dorsal da resistência à terceirização.

As políticas de todos os governos, das reitorias e das direções, bem como da patronal, tem sido reprimir aquelas/es que se colocam em luta. Vimos a Reitoria da UNESP expulsando estudantes da UNESP-Franca, sindicando estudantes em Araraquara, Marília, P. Prudente; vimos professoras/ es da UNESP-Registro que denunciavam a corrupção da burocracia acadêmica sendo ameaçadas/os de mortes; vimos trabalhadoras/ es batalhando contra a polícia em suas manifestações e greves; a Tropa de Choque reprimindo a ocupação estudantil da UNESP-Araraquara em 2007; vimos diretores de sindicatos sendo demitidos ilegalmente, como é o caso de Brandão do SINTUSP e de Didi do sindicato dos bancários.

Embora isto, explicitamos que o Comando de Ocupação reafirma sua disposição em resistir com pedras, paus, molotovs, bombas de cloro, rojões e tudo que pudermos lançar mão. Não negociamos com a faca do pescoço. Não retrocedemos frente às provocações da polícia. Não nos intimidam os músculos das/os militares. Somos a maioria. Defendemos os interesses da maior parte da população, pobre e explorada pelas/os patroas e patrões e pelos governos; não estamos ao lado das camarilhas de banqueiras/os burocratas, que rouba-nos o fruto do suor.

Do mesmo modo, reafirmamos a posição do CEEUF-Marília: nos colocamos em aliança às/aos trabalhadoras/ es da UNESP, USP e UNICAMP, bem como seus interesses, diante dos ataques do capital internacional, bem como de seus prepostos e marionetes em todos os governos. Que o CRUESP retroceda imediatamente. Que a Reitoria da USP devolva neste preciso momento o salário que está a roubar das/os trabalhadoras/ es em greve. Salientamos mais uma vez que somos a maioria, e não uma qualquer: somos aquelas/es dispostas/os a defender até o fim o que acredita.



Marília, 14 de junho de 2010, Sala ocupada da Direção



Comando de Ocupação

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