sábado, 12 de setembro de 2009

Na França, o povo não deixa fecharem escolas!

Se tivéssemos alguns pais franceses em São Paulo, teria mais pais sequestradores que o PCC. É que aqui são dezenas de escolas e sala que são fechadas, mesmo com demanda de estudantes, tudo para enxugar os gastos com prédios públicos, funcionários e docentes, e claro, fortalecer o setor privado. Alguns amigos já passaram por isso, e ficaram "adidos", ou seja, tiveram que procurar outra escola com vagas, às vezes tendo de trabalhar em duas ou três para cumprir a carga mínima, além dos estudantes, que têm que se deslocar para outros bairros, pegando conduções perigosas e superlotadas de São Paulo.

BBC - Brasil
09/09/2009 - 13h47

Pais de alunos fazem professores reféns em duas cidades na França


Daniela Fernandes
De Paris
Pais de alunos franceses mantêm como reféns nesta quarta-feira oito professoras em duas escolas maternais no sudoeste da França para protestar contra o fechamento de salas de aula.

A decisão de fechar as salas de aulas foi tomada pelo ministério da Educação da França. Segundo o governo, não há número suficiente de alunos para manter as salas de aula abertas.
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Na cidade de Laroque d'Olmes, com 2,7 mil habitantes, próxima a Carcassone, três professoras, sendo uma delas a diretora da escola, estão sendo mantidas como reféns desde a noite de terça-feira por dezenas de pais.

Eles afirmam que a classe dos filhos teria sido extinta porque faltariam apenas dois alunos para atingir a cota estabelecida pelo governo.

"O mínimo de 49 alunos para três salas de aula não foi atingido. Há 47 crianças para o curso e por isso foi decidido o fechamento de uma das classes, para a qual uma professora havia sido contratada", diz Jean-Charles Sutra, vereador e responsável pela comissão escolar da cidade, que também protesta contra a decisão do governo.

Na cidade de Pompertuzat, perto de Toulouse, também no sudoeste da França, os pais de alunos também sentiram o fechamento de uma sala de aula.

Em uma escola maternal, os pais de alunos mantêm reféns desde a noite de terça-feira, cinco professoras, entre elas a diretora.

"Atualmente, há entre 23 e 24 alunos por classe. Com o fechamento de uma delas, haveria 30 alunos", diz Corinne Viguié, representante da FCPE, uma das maiores federações de pais de alunos da França.

Crime
Em Laroque d'Olmes, a polícia foi acionada para fiscalizar a situação na escola Elysée Maury, a mesma onde estudou o ex-goleiro da seleção francesa de futebol, Fabien Barthez.

Os policiais alertaram os pais que "após 24 horas, a lei prevê que se trata de um sequestro, crime severamente punido pela legislação".

Até o momento, empregados que mantiveram como reféns diretores de empresas, em alguns casos por um prazo superior a 24 horas, não tiveram problemas na Justiça pelo "sequestro".

Até então, somente empresários haviam sido "sequestrados" por empregados na França. O motivo é geralmente tentar impedir demissões e negociar indenizações trabalhistas. Após o agravamento da crise, a França registrou diversos casos de executivos mantidos como reféns.

Esta é a primeira vez, no entanto, que pais de alunos mantêm professores como reféns para protestar contra iniciativas adotadas pela direção da escola, sob orientações do ministério da Educação.

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