quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ditadura: PRESENTE! - Ato contra o genocício de ditadura em São Paulo

Enquanto a América Latina começa a punir seus torturadores das ditaduras impostas pelos EUA (Brasil, claro, ainda nem começou), surge mais um ataque brutal à humanidade. O Goriletti de Honduras. Força à população de Honduras contra o golpe. Aqui, muita gente luta para trazer à memória, escovando a história a contrapelo, as vítimas da ditadura e da polícia militar atual. E segue mais uma vez o apelo: Brasil, condene os assassinos e torturadores da Ditadura e da atualidade!


Ato Político-Cultural na estréia do filme "Salve Geral"

SALVE A VERDADE E A JUSTIÇA!!!
O ESTADO NO BANCO DOS RÉUS!!!
CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE POBRE E NEGRA!!!


Sexta-feira, 02 de Outubro de 2009, às 18hs
em frente ao Espaço Unibanco de Cinema
(Rua Augusta, 1475 - próximo à esquina com a Av. Paulista)


--- pedimos para que tragam velas, tambores, fotos e camisetas das vítimas históricas do Estado Brasileiro (em particular das vítimas dos “Crimes de Maio” de 2006) ---


"Nós não queremos saber de ficção, queremos saber da realidade!"
Débora, mãe de vítima dos ataques da polícia em maio/2006


02 de outubro de 2009. Aqui estamos mais um dia. E a história se repetindo como farsa trágica.

Nós seguimos sem ter nada o quê comemorar... Nós, familiares, amigos e amigas das vítimas dos ataques da polícia durante uma das maiores chacinas da história brasileira, os "Crimes de Maio" de 2006, não fomos ouvidos durante a produção deste filme hollywoodiano que hoje é lançado sobre a nossa história: "Salve Geral". Não fomos consultados nem convidados pra mais essa festa que os homens armaram pra nos convencer... Viemos contar nossa história real, que também daria um filme...

Há pouco mais de três anos, o chamado "estado democrático de direito", por meio de seus agentes policiais e pára-militares, promoveu um dos mais vergonhosos escândalos da história brasileira. Durante o mês de maio de 2006, em uma suposta resposta ao que se chamou na imprensa de "ataques do PCC", foram assassinadas no mínimo 493 pessoas, entre mortos e desaparecidos. Sendo que a imensa maioria delas - mais de 400 jovens negros, afro-indígena-descendentes e pobres – executados sumariamente pela polícia militar do Estado de São Paulo. Somos centenas de mães, familiares e amigos que tivemos nossos entes queridos assassinados covardemente, e até hoje seguimos sem qualquer satisfação por parte do estado brasileiro: os casos permanecem arquivados sem investigação correta para busca da Verdade dos fatos; sem Julgamentos dos verdadeiros culpados (os agentes do estado brasileiro); sem qualquer proteção, indenização ou reparação por parte do estado que nos tirou os nossos jovens. Um estado que ainda insiste em nos sequestrar também o sentimento de Justiça!

O desprezo pela memória e pela história fez ainda que o dia de estréia deste filme "Salve Geral", feito com base na nossa dor e que deverá concorrer ao Oscar no ano que vem, coincidisse também com outra data que é um marco emblemático da injustiça e da violência do Estado Brasileiro contra seus próprios cidadãos pobres, indígena-descendentes e negros em particular. Há exatos 17 anos, no dia 02 de outubro de 1992, os agentes policiais do Estado de São Paulo protagonizaram uma outra matança em série, desta vez na Casa de Detenção de São Paulo, covardemente contra pessoas sob a sua custódia: seres humanos sem qualquer possibilidade de defesa. Um episódio sangrento que ficou conhecido como "Massacre do Carandiru" e que teve ao menos 111 pessoas assassinadas por agentes policiais, segundo os números oficiais. Outro crime em série do Estado Brasileiro que permanece sem investigações corretas, sem julgamento ou condenação dos verdadeiros culpados - a começar pela alta cúpula do estado, Fleury e cia. Sem qualquer reparação para as vítimas e seus familiares. Outro episódio que, no entanto, a indústria cultural conseguiu fazer mais dinheiro em cima da dor das vítimas: produzindo filmes espetaculares, séries televisivas, livros e outras mercadorias descartáveis. A Verdade e a Justiça que é bom: mais uma vez não compareceram na estréia...

Relembramos hoje, portanto, que em apenas dois episódios sangrentos só aqui em São Paulo, MAIS DE 600 VÍTIMAS POBRES E NEGRAS. Isso para não falar das violências e execuções sumárias cotidianas que atingem sobretudo as periferias urbanas de todo país: uma pesquisa divulgada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, UNICEF e Observatórios de Favelas, no dia 21/07/2009, afirma que se as estatísticas permanecerem como estão, mais de 33.5 mil jovens terão sido executados no Brasil no curto período de 2006 a 2012. Os estudos ainda apontam que, os jovens negros apresentam risco quase três vezes maior de serem executados em comparação com os brancos.

Tantos casos e números que são ainda mais impressionantes do que todos os absurdos cometidos durante a ditadura civil-militar brasileira pelo mesmo estado brasileiro, só que agora seus agentes matam em nome da "democracia" e da "segurança". Casos com contornos de crueldade que só mudam o endereço de região para região do país: a Chacina da Candelária e de Vigário Geral no Rio de Janeiro (1993), o Massacre de Corumbiara em Rondônia (1995), o Massacre de Eldorado dos Carajás (1996), a Chacina da Baixada Fluminense (2005), a chacina do Complexo do Alemão (2007) a chacina de Canabrava, de Plataforma e a matança generalizada em Salvador na Bahia (2006-2009), entre outros tantos casos no dia-dia do povo pobre brasileiro. A imensa maioria deles sem investigação correta, muito menos punição dos seus verdadeiros responsáveis.

Nomes e números que jamais conseguirão traduzir o sentimento de perda e de dor irreparável das famílias todas: repetimos para nos fazer ouvir que só aqui em São Paulo, durante estes dois episódios de matança estatal (o "Massacre do Carandiru" e mais recentemente os "Crimes de Maio de 2006"), foram mais de 600 famílias destruídas e outras milhares dilaceradas pela dor da perda de seus entes queridos.

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO GENOCÍDIO CONTRA A CLASSE POBRE, A POPULAÇÃO INDÍGENA-DESCENDENTE E NEGRA DO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O FIM DO CHAMADO "AUTO DE RESISTÊNCIA" ou "RESISTÊNCIA SEGUIDA DE MORTE", FARSAS LEGAIS QUE TEM INSTITUÍDO E DADO NA PRÁTICA O AVAL PARA UM VERDADEIRO ESTADO DE SÍTIO NO BRASIL!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR O DESARQUIVAMENTO E A FEDERALIZAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE OS ATAQUES DA POLÍCIA EM MAIO DE 2006, DURANTE OS "CRIMES DE MAIO"!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR QUE O ESTADO BRASILEIRO E SEUS AGENTES VÃO PARA OS BANCOS DOS RÉUS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR A VERDADE E A JUSTIÇA HISTÓRICA SOBRE TODAS AS MORTES COMETIDAS PELO ESTADO, E A PUNIÇÃO DE TODOS OS RESPONSÁVEIS!!!

ESTAMOS AQUI PARA EXIGIR VOZ, PROTEÇÃO, ASSISTÊNCIA, INDENIZAÇÃO E REPARAÇÃO A TODAS AS FAMÍLIAS DE MORTOS E DESAPARECIDOS, SOBRETUDO PARA AS MÃES E COMPANHEIRAS DE VÍTIMAS!!!


EM NOME DA MEMÓRIA DE NOSS@S FAMILIARES E NOSS@S AMIG@S
MORT@S OU DESAPARECID@S PELO ESTADO BRASILEIRO


“MÃES DE MAIO” DA ASSOCIAÇÃO AMPARO DE FAMILIARES E VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA

Mais informações: http://www.maesdemaio.blogspot.com/

Inglaterra ameaça ministro de Israel de prisão!

Fonte: Marta Bellini

Welcome to Britain!
Do Leonardo Ferrari
“Bem-vindo à Grã-Bretanha – Ministro de Israel enfrenta ameaça de prisão por crimes de guerra durante visita ao Reino Unido”
Fonte: Ian Black e Ian Cobain in The Guardian, 30/9/2009. A fotografia, simbólica, que ilustra a reportagem, é da Reuters.

Sensacional! A Grã-Bretanha mais uma vez dá o exemplo. Durante a visita do ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, ao Reino Unido, um grupo de advogados que representam 16 palestinos, pediu ao tribunal de Londres a emissão de um mandato de prisão imediato contra Barak, devido à sua participação na Guerra de Gaza, em dezembro do ano passado, baseando a petição no Criminal Justice Act de 1988, que confere aos tribunais da Inglaterra e Gales jurisdição universal contra crimes de guerra.
Furioso, o governo de Israel respondeu que seu ministro detém “imunidade diplomática”. Segundo a reportagem do The Guardian, o grupo de defesa dos direitos humanos de Israel, B’Tselem, calculou que 1.387 palestinos morreram durante os ataques de Israel, sendo que 773 deles não tomaram parte das hostilidades, ou seja, vítimas civis. Os advogados britânicos disseram acreditar que houve um precedente no mandato emitido em maio do ano passado para a prisão de Omar al-Bashir, presidente do Sudão, acusado de cometer crimes de guerra em Darfur. Quem diria que um dia Israel estaria no mesmo banco dos réus que uma reles ditadura sanguinária africana ou de um mega-genocida como Augusto Pinochet, também preso quando de visita médica à Inglaterra? É verdade que provavelmente o Sr. Barak vai voltar correndo para Israel.
É verdade que obviamente o atual governo de Israel vai acusar os advogados ingleses de anti-semitismo. Agora, é verdade que esse homem não pisa mais na Grã-Bretanha. E, se for só por isso, valeu! Se for só por essa notícia do The Guardian, valeu! Que manchete magnífica! Um dia, existiu um grupo de advogados colocando um poderoso ministro para correr de volta para seu país. Um dia, existiu um jornal com a coragem de estampar isso no alto de suas páginas. E um dia, certamente, Israel conseguirá também levar para a cadeia seus criminosos de guerra. Um dia. Enquanto isso, nós nos entretemos com o amador do Roberto Micheletti em Honduras. Que bobagem. Quanto poderíamos aprender com os profissionais do atual desgoverno de Israel?

Programação em São Paulo de Vídeo Popular!

III SEMANA DO VÍDEO POPULAR

de 01/10 >> 04/10

Galeria Olido: CineOlido e Sala Azul

Av. São João, 473

ENTRADA FRANCA

exibições
debates
feira do rolo
exposição de fotos
lançamento da revista do vídeo popular

Todos estão convidados! Grupos e indivíduos atuantes na área
audiovisual, interessados em geral!!

A III Semana do Vídeo Popular é um espaço de encontro, exibições,
debate e trocas entre todos aqueles que atuam ou se interessam pelo
vídeo popular. Serão exibidos programas do Circuito de Vídeo Popular,
além de programas especiais de vídeos latino-americanos, franceses e
do acervo da ABVP - Associação Brasileira de Vídeo Popular.

Esta ação é parte do Projeto do Vídeo Popular, apoiado pelo Programa
VAI - Valorização de Iniciativas Culturais e realizado pelo Coletivo
de Vídeo Popular, formado por grupos e indivíduos atuantes na área do
audiovisual na cidade de São Paulo, e que busca desenvolver ações de
fortalecimento destes grupos produtores-formador es-exibidores de
Vídeo Popular.

Compareça! Divulgue
Confira a Programação completa abaixo!

PROGRAMAÇÂO

Dia 1/10 – quinta-feira

15h - Programa VII – Infantil - Vídeo Popular
Velho bola murcha - Ani, 5', 2007
Rodrigo Eba - Grafitti com Pipoca

Um velho colecionador de bolas furadas resolve fazer amizade com duas
crianças do bairro.
Sem terrinha em movimento - Doc, 17', 2009
Roteiro e direção Coletivas – Setores de Educação, Cultura e Comunicação do MST
O documentário Sem Terrinha em Movimento, lançado em Maio de 2009, foi
construído coletivamente pelos Setores de Educação, Cultura e
Comunicação do MST.
Tudobolô - Doc, 14', 2001
Diogo Noventa
Documentário lúdico sobre a re-criação e re-leitura de brinquedos
futuristas e milenares como escado-de-jacó , corrupio e jabolô, feitos
pelo poeta Francisco Marques (Chico dos Bonecos).

Um amor salgadinho - Ani, 4', 2004
Direção Coletiva - Oficinas Kinoforum
Animação que utiliza predominantemente a técnica da colagem. O
desespero e as súplicas de um salgadinho muito especial.
Sobre frutas e garotas - Ani, 5', 2004
Direção Coletiva - Oficinas Kinoforum
Animação que utiliza predominantemente a técnica "pixilation" .
Frutas, uma jovem grávida e seu bebê se comunicam com a maior
facilidade..
Nhanhonhama Paulista - Exp, 3', 2007
Diego F.F Soares
A correria da grande São Paulo pede uma pausa para o chocolate,não? !
Acadêmicos do Morrinho Parte 1 - Ani, 4', 2006
Direção Coletiva - TV Morrinho
Minutos antes de entrar na avenida, o intérprete do samba da
Acadêmicos do Morrinho, o MC Marquinho, entra em crise e pede
conselhos ao mestre Renato, colocando em risco o desfile.

Acadêmicos do Morrinho Parte 2 - Ani, 4', 2006
Direção Coletiva - TV Morrinho
Acadêmicos do Morrinho entra na avenida e encanta o público. Será que
a escola vai ganhar o estandarte?

17h – Programa V – Política e Sociedade – Vídeo Popular
O Preço da luz é um roubo - Doc, 9', 2008
Direção Coletiva - Brigada Audiovisual da Via Campesina
O atual modelo energético que impõe altíssimas tarifas a ser pagas
pela população, expulsa trabalhadores de suas comunidade e agride o
meio ambiente é o tema desta produção.
Marcha dos 5000 - Doc, 9', 2007
Direção Coletiva – MTST
Em 2006 o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto tinha ocupado uma terra
por mais de dez anos vazia no Capão Redondo.
A Luta Continua - Doc, 10', 2008
Direção Coletiva - Movimento do Vídeo Popular - Goiânia - GO

Vídeo criado pela comunidade do Real Conquista , periferia de Goiânia,
e conta a trajetória das famílias despejadas do Parque Oeste
Industrial em 2005 até hoje.

Futebol a arte do Real - Doc, 10', 2008
Direção Coletiva - Movimento do Vídeo Popular – Goiânia - GO
“Futebol, a arte do Real" é mais um dos filmes realizados durante a
oficina de imagem popular no setor do "Real Conquista" periferia de
Goiânia.

Um fechar de olhos - Dra, 11', 2003
Gilberto Caetano e Arnaldo Malta - Núcleo de Cinema e Vídeo Com-Olhar
Uma mulher ao entrar em um ônibus urbanos impede que um coletor de
lixo sente se ao seu lado aflorando as diferenças sociais entre os
passageiros.

18h30 - Programa X – Vídeo Popular

Sinfonia das Ondas - Fic, 7', 2009
Turma Cinema Básico 2009/01 - Cinema Nosso/RJ
Escritora de sucesso tem a vida abalada por uma fã.

Às margens - Doc, 13', 2008
Direção Coletiva
Documentário poético sobre pessoas que habitam regiões de várzea e
margens dos rios, na periferia de Osasco.

Freestyle: um estilo de vida... - Doc, 15', 2008
Pedro Gomes - DAP audiovisual

A rima de improviso, o verso feito na hora, um momento transformado em
música. Os artistas traçam um panorama do que é o freestyle na cultura
hip-hop.

Crescemos Somente na Ousadia! - Doc, 24', 2009
Direção Coletiva - Co-produção do Coletivo de Comunicação da Marcha
Estadual Maria Cícera Neves do MST-SP e do sítio Passa Palavra
O vídeo "Crescemos somente na ousadia!" foi feito em homenagem aos 25
anos do MST.

20h - Programa IV - Comunicação Popular - Vídeo Popular
Difusão Comunitária Heliópolis - Doc, 12', 2008
Direção Coletiva - Coletivo Nossa Tela
A história da rádio Heliópolis, na zona sul de São Paulo e toda sua
luta até conquistar seu direito de transmissão enquanto uma rádio
comunitária.
Cinema de Quebrada - Doc, 47 min, 2008
Rose Satiko G. Hikiji - Lisa – Laboratório de Imagem e Som em
Antropologia da USP
Jovens Moradores da periferia de São Paulo apresentam o cinema como
meio de expressão e de reflexão.

Dia 2/10 – sexta-feira
15h - Programa III – Ficções - Vídeo Popular
Sobreviva - Fic, 9', 2008
Rodrigo Paschoalin - Oficina Básica de Criação Audiovisual e Cineclube
Consciência – Jundiaí
Hoje em dia em meio às cidades, dentro de ônibus, trens e carros ou
até mesmo no escuro do nosso quarto procuramos alternativas e soluções
para nossos problemas.

O Grande Vencedor - Fic, 15', 2009
Jucélio Santos - Cine Favela
A história de um menino que não suportando ver a violência sofrida por
sua mãe, foge, deparando e vivenciando com outras realidades.

Pai nosso dos cineastas - Fic, 5', 2007
Henrique Bouduard
Mensagem de luz e esperança para todos aqueles que produzem a sétima arte.

Desencontros - Fic, 4', 2007
Direção coletiva - Fabicine
Em uma noite agitada da Vila Penteado, Zona Norte de São Paulo, dois
jovens combinam de se encontrar numa das avenidas principais do
bairro, após viverem anos distantes um do outro.

Katmandu – Por dentro do cotidiano - Fic, 14', 2007
CarlosCarlos – CNSA
CarlosCarlos e Zé Calanga adentram o cotidiano de uma das principais
capitais brasileiras.

A Viagem - Fic, 12', 2006
Rômulo dos Santos Paulino
Rodrigo é um rapaz de periferia que quer fazer uma viagem com os
amigos. Na impossibilidade dos pais o ajudarem, ele encontra outra
forma de conseguir o dinheiro.

69 - Fic, 17', 2007
Thais Scabio - Cavalo Marinho Audiovisual LTDA
Após comemorar seu aniversário com a família Dona Ana começa a
refletir sobre sua vida na terceira idade e resolve mudá-la
completamente após ver um programa na Televisão.

17h - Programa I – São Paulo em Cena - Vídeo Popular
Narrativas da Sé - Exp, 20', 2008
Diogo Noventa - Companhia Estudo de Cena

Exercício videográfico em oito cenas realizadas a partir da observação
de situações vividas na Praça da Sé em São Paulo.
Em Busca do Gozo Perdido - Doc, 15', 2007
Alex Mountfort e Fernando Rodrigues Frias - Oficinas Culturais Oswald
de Andrade
O cenário pornográfico do Centro Velho de São Paulo e seus
personagens, sob o ponto de vista urbanístico e sociocultural.
Pari - Doc, 13', 2008
Direção Coletiva - Coletivo Nossa Tela
A história do bairro do Pari (região central de São Paulo) e de
diversos personagens que constituem esse ambiente onde está presente a
exploração do trabalho de imigrantes na indústria têxtil.
Na Real do Real - Doc, 10', 2008
Direção Coletiva - Favela Atitude

11 de dezembro de 2007. A Prefeitura de São Paulo coordena uma
violenta ação de despejo contra os moradores da Favela Real Parque.

19h - Programa Francês - Coletivo Kourtrajmé – Internacional
365 Jours a Clichy Montfermeil - doc, 25'
Projet 28 Milimetres - doc, 15'
Justice - videoclip, 5 '
Go Tast - fic, 22 '
** Após a sessão, haverá debate.

Dia 03/10 - sábado

14h30 - Encontro de integrantes do Coletivo de Vídeo Popular, Feira do
Rolo e Lançamento da revista

15h – Programa VIII – Experimental - Vídeo Popular
A Carne - Exp, 8', 2007
Fernando S. Soares e Rosi – NCA
Uma mãe não se conforma com a morte de seu filho.
Merreis - Doc, 17', 2003
Filipe Freitas e Leandro HBL
Grupos de amigos viajam ao Rio de Janeiro, chegando lá eles se deparam
com situações improváveis que lhes remetem ao mundo ficcional.
Pela Metade - Fic, 5', 2007
Ana Divino - Cinema de Guerrilha
Ronaldo tenta capturar um evento que se repete em sua vida.
Foi sonhar com ela - Fic, 5', 2006
Julio Fonte - Cinema de Guerrilha
O fim de uma relação casual leva uma pessoa a diversos tormentos.
Sobre a Perda, sobre o tempo, sobre a morte.
Onomatomania - Exp, 3', 2006
Diego F.F Soares - NCA
O vídeo entra em conflito através de imagens, para questionar a
eleição em São Paulo
Programa Bola e Arte – Morro de Santa Marta/RJ - TV, 13', 2008
CarlosCarlos - CNSA
Programa Bola e Arte viaja ao Rio de Janeiro e bate um papo com Fiell,
rapper e cineasta morador do Morro de Santa Marta, assim como com
outros representantes da comunidade.
EU 44 - Doc, 5', 2009
Wilq Vicente e Carol Mesquita

Um não lugar, invadido por uma jovem em seu cotidiano. Afetada por
algo ou quem sabe um fato, que a faz penetrar através de portas ao que
lhe é desconhecido.
Tá me ouvi-vendo? - Exp, 4', 2009
Rogério Pixote - Cinebecos
Vídeo com eixo no texto Trabalhadores do Brasil, de Marcelino Freire
em diálogo com os filmes Terra em Transe e Di-Glauber, de Glauber
Rocha.

17h – Programa XI - Vídeo Popular
Postal da Lapa - Doc, 6', 2009
Oficina de Documentário - Cinema Nosso/RJ
Os arcos da Lapa são conhecidos desde a época dos boêmios, porém, será
que todos sabem na verdade para que eles servem?

Eu, Você e o Santa Helena -Doc-fic, 8', 2009
Direção Coletiva - Cineclube Arco de Triunfo / Mundo em Foco
O trabalho pedido por uma "professora" nunca foi tão divertido, com
ele duas alunas aprendem na ficção e na vida real um pouco mais sobre
a história de seu bairro, o Santa Helena.

Amanhã Talvez - Fic, 9’, 2009
Rogério Pixote - Arte na Periferia
Manoel e sua vida, cotidiano. Bebida, tevê, bebida, Talvez amanhã, Manoel.

Vaguei os livros, me sujei com a merda toda... - Doc, 27', 2007
Akins Kinte, Mateus Subverso, Allan da Rosa - Edições Toró
O vídeo aborda a presença apodrecida e patética, ou a ausência
estratégica de personagens e autores negros.

Mundo Escola - Doc, 22', 2008
Maísa Paes de Almeida - Danilo Françóia e Maísa Paes de Almeida

O cinema como instrumento pedagógico.

19h - Programa Latino II

20h - Programa VI – ESTRÉIA - Estudo Cena: A República - Vídeo Popular

Estudo de cena: a República - Fic, 90', 2009

Diogo Noventa - Companhia Estudo de Cena
Parábola da formação da República democrática do país de Jericó.
Adaptação do texto “18 Brumário de Luis Bonaparte” escrito por Karl
Marx em 1852.

Dia 4/10 - domingo
14h30 - Encontro de integrantes do Coletivo de Vídeo Popular e Feira do Rolo

15h - Programa Latino I

19h
Programa ABVP - Associação Brasileira do Vídeo Popular - Sala Azul

domingo, 27 de setembro de 2009

O sistema não permite a arte. Eles são contra a barbárie!


A Sociedade em que vivemos não permite a arte de protesto, aliás não permite protesto nenhum que não seja dos empresários (lock-out). Por isso surgiu o movimento 22 segundos pela barbárie, para manifestar contra as medidas que façam a liberdade de expressão e de protesto artístico serem condenadas, contra a arte ser enquadrada dentro dos padrões da burguesia e pequena-burguesia. Caroline fez um ato bárbaro, contra os dogmas e templo da burguesia. Não prejudicou ninguém, não atrapalhou a vida de ninguém, mas incomodou mais os juízes do que criminosos corruptos de colarinho branco, como Dantas, Sarney, Yeda Crusius, Serra, Maluf...
Educador que não se cala


Fonte: Yahoo

Polêmica
Pichadora da Bienal é condenada a 4 anos de detenção

Caroline ficou 53 dias na cadeia. Segundo o advogado "ela confessou a pichação e justifica o ato com uma expressão artística"


26 Set 2009 - 20h01min
A pichadora da Bienal, Caroline Pivetta, de 24 anos, foi condenada a quatro anos de prisão, em regime semiaberto, nesta sexta-feira, dia 25. O motivo entendido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) foi formação de quadrilha e destruição de bem protegido por lei. O advogado da ré, o criminalista Augusto Arruda Botelho, informou que vai recorrer da decisão e desclassificar a condenação.


"Não vou pedir a absolvição, até porque a Caroline confessou a pichação, no entanto, vou requerer a desclassificação e reforma da sentença. É um absurdo falar em destruição de bem protegido por lei. Ela não destruiu nada." Segundo Arruda Botelho, Caroline segue a vida normalmente, trabalhando e está grávida.


Caroline foi detida após ataque ao prédio da Bienal em 26 de outubro do ano passado, no primeiro dia do evento. O ataque aconteceu no segundo andar do pavilhão, que estava vazio. Caroline ficou 53 dias na cadeia. Segundo o advogado "ela confessou a pichação e justifica o ato com uma expressão artística".

"Serra mentiroso! A educação está no poço!

Fonte: Conversa Afiada

Saiu no Estadão Online:

Serra é vaiado por professores no interior de São Paulo

PRESIDENTE PRUDENTE, SP – O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi vaiado nesta sexta-feira, 25, durante evento em Presidente Prudente, interior do Estado. Mesmo sob os aplausos de aproximadamente 200 pessoas – levadas por prefeitos e deputados da região -, um grupo de 50 professores em campanha por reajuste salarial conseguiu incomodar o tucano.

“É um trololó petista”, reagiu o governador, referindo-se aos manifestantes. Durante seu discurso, o governador reclamou da gritaria. “É uma amolação à paciência de quem discute os problemas da região.”

Impedidos por uma barreira de policiais, os manifestantes, que ficaram a uma distância de 100 metros do palanque e portavam faixas com severas críticas ao sistema educacional no Estado, foram proibidos de se aproximar de Serra. Eles pretendiam entregar ao governador um documento com as reivindicações da categoria.

“Serra mentiroso, Educação já tá no poço” e “Serra sem ação, não valoriza a Educação”, eram as palavras de ordem dos professores.

(…)

O governador encerrou o dia em Pauliceia. Lá, ele inaugurou a ponte Mário Covas sobre o Rio Paraná, ligando São Paulo e Mato Grosso do Sul. Com extensão de 1,7 quilômetro, a ponte, que começou a ser construída em 2001, custou mais de R$ 160 milhões, sendo 80% da verba do governo federal.

Leia a íntegra do texto no Estadão Online.

Em tempo: inaugurar ponte com dinheiro de Lula é coisa típica do engenheiro civil José Pedágio. Ele já se disse pai dos genéricos e do programa de distribuição de remédios para Aids. E não é pai de um nem de outro. Isso é trololó de tucano.

sábado, 26 de setembro de 2009

Grupos de teatro e música aderem ao movimento "arte pela barbárie"


Diferente do movimento "arte contra a barbárie", os grupos em atividade em São Paulo, ao meu ver, estão reagindo pela barbárie. Não a barbárie do sistema capitalista, desumano e coisificante, mas a barbárie da loucura do fazer artístico, da mobilidade e transformação, por um lugar possível para as artes, pois hoje estamos em uma sociedade que preza pelos espetáculos e não pela arte. Há uma tendência a imobilizar os artistas, especialmente os atores, mais engajados em posições políticas e resistência que outras linguagens......................(22 segundos pela barbárie)linguagens artísticas. Quanto mais o capitalismo se desenvolve, mais insensibilidade, mais ter ao invés de ser, menos pensamento, menos arte.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Manifesto em defesa da Democracia e do MST

Bastou realizarmos mais uma jornada de lutas - cobrando o cumprimento de uma pauta de reivindicações apresentada ao governo Lula ainda em 2005 – e exigirmos a atualização dos índices de produtividade agrícola, como estabelece a Constituição Federal para que viesse a reação.

Os setores mais conservadores do Congresso e da sociedade, liderados pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO) e os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que começaram a orquestrar uma nova ofensiva contra o MST.

Na semana passada, os parlamentares ruralistas protocolaram mais uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o MST - a terceira em menos de 5 anos. É exatamente uma represália à nossa ousadia de solicitar a atualização dos índices de produtividade agrícola, que poderá beneficiar os proprietários rurais que realmente produzem em nosso país.

Os que não produzem, certamente, aprovados os novos índices, terão dificuldades de acessar os recursos dos cofres públicos. Assim, os “modernos” defensores do agronegócio não apenas defendem uma agricultura atrasada, em defesa própria, como também expressam, mais uma vez, seu caráter anti-social e parasitário dos recursos públicos.

Os ruralistas, agora parlamentares, alegam que há uma malversação dos recursos públicos destinados à Reforma Agrária para justificar essa CPI. É um direito deles fazer esse questionamento e elogiamos a disposição de prezar pelos recursos públicos.

Mesmo sabendo que a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que a senadora Kátia Abreu preside, financiou a campanha eleitoral da senadora e até hoje não foi investigada. Mas se há problemas com esses recursos públicos, para que serve o Tribunal de Contas da União (TCU), subordinado ao Congresso Nacional, ou a Receita Federal?

Há a necessidade de criar uma nova CPI ou os objetivos são apenas imobilizar um movimento social e ocupar espaços na mídia para inibir a bandeira da Reforma Agrária? Parlamentares identificados ou coniventes com esses objetivos é que não faltam.

Mas se não nos faltam inimigos da Reforma Agrária, fortalecidos política e economicamente há cinco séculos pela existência do latifúndio, também não nos faltam solidariedade e apoio de incansáveis e valorosas lutadoras e lutadores da Reforma Agrária.

E por iniciativa de companheiros que nunca nos faltam, principalmente nas horas mais difíceis, surgiu um Manifesto em Defesa da Democracia e do MST. O nosso muito obrigado pela iniciativa desses companheiros.

Agradecemos a iniciativa dos companheiros Plínio de Arruda Sampaio, Osvaldo Russo, Hamilton Pereira, Alípio Freire e Heloisa Fernandes, por escrever o manifesto e fazer o levantamento de assinaturas.

Temos orgulho de receber o apoio e palavras de carinho de Antônio Cândido, Leandro Konder, Fábio Konder Comparato, Fernando Morais, Jacques Alfonsin e Nilo Batista. Do exterior, recebemos o sopro da solidariedade de Eduardo Galeano (Uruguai), István Mészáros (Hungria), Miguel Urbano (Portugal) e Vandana Shiva (Índia).

Da Igreja, recebemos a oração de Dom Ladislau Biernaski (Presidente da CPT), Dom Pedro Casaldáliga (bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia), Reverendo Carlos Alberto Tomé da Silva (Anglicano, Capelão Militar), Dom Tomás Balduino, Frei Betto e Leonardo Boff.

As entidades da classe trabalhadora do nosso país também estão do nosso lado contra essa ofensiva. Os partidos de esquerda manifestaram solidariedade contra a manobra dos parlamentares da extrema-direita

Além desses companheiros e companheiras, agradecemos as mais de 400 pessoas que já assinaram o nosso manifesto. Mais do que o conteúdo expresso no manifesto, a companhia de vocês, e de todas e todos que o subscrever, atesta que estamos na luta e no caminho certo.

Poderá tardar, por conta da mentalidade retrógrada e latifundiária da elite brasileira, mas conquistaremos um Brasil socialmente justo, democrático e com igualdade.


Abaixo segue o texto do Manifesto. Assine-o e promova sua divulgação. Para assinar, entre em: http://www.petitiononline.com/manifmst/petition.html.



Secretaria Nacional do MST




Manifesto em defesa da Democracia e do MST



“...Legitimam-se não pela propriedade, mas pelo trabalho,

nesse mundo em que o trabalho está em extinção.

Legitimam-se porque fazem História,

num mundo que já proclamou o fim da História.

Esses homens e mulheres são um contra-senso

porque restituem à vida um sentido que se perdeu...”

(“Notícias dos sobreviventes”, Eldorado dos Carajás, 1996).

A reconstrução da democracia no Brasil tem exigido, há trinta anos, enormes sacrifícios dos trabalhadores. Desde a reconstrução de suas organizações, destruídas por duas décadas de repressão da ditadura militar, até a invenção de novas formas de movimentos e de lutas capazes de responder ao desafio de enfrentar uma das sociedades mais desiguais do mundo. Isto tem implicado, também, apresentar aos herdeiros da cultura escravocrata de cinco séculos, os trabalhadores da cidade e do campo como cidadãos e como participantes legítimos não apenas da produção da riqueza do País (como ocorreu desde sempre), mas igualmente como beneficiários da partilha da riqueza produzida.

O ódio das oligarquias rurais e urbanas não perde de vista um único dia, um desses novos instrumentos de organização e luta criados pelos trabalhadores brasileiros a partir de 1984: o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST. E esse Movimento paga diariamente com suor e sangue – como ocorreu há pouco no Rio Grande do Sul, por sua ousadia de questionar um dos pilares da desigualdade social no Brasil: o monopólio da terra. O gesto de levantar sua bandeira numa ocupação traduz-se numa frase simples de entender e, por isso, intolerável aos ouvidos dos senhores da terra e do agronegócio. Um País, onde 1% da população tem a propriedade de 46% do território, defendida por cercas, agentes do Estado e matadores de aluguel, não podemos considerar uma República. Menos ainda, uma democracia.

A Constituição de 1988 determina que os latifúndios improdutivos e terras usadas para a plantação de matérias primas para a produção de drogas, devem ser destinados à Reforma Agrária. Mas, desde a assinatura da nova Carta, os sucessivos Governos têm negligenciado o seu cumprimento. À ousadia dos trabalhadores rurais de garantir esses direitos conquistados na Constituição, pressionando as autoridades através de ocupações pacíficas, soma-se outra ousadia, igualmente intolerável para os senhores do grande capital do campo e das cidades: a disputa legítima e legal do Orçamento Público.

Em quarenta anos, desde a criação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cerca de um milhão de famílias rurais foram assentadas - mais da metade de 2003 pra cá. Para viabilizar a atividade econômica dessas famílias, para integrá-las ao processo produtivo de alimentos e divisas no novo ciclo de desenvolvimento, é necessário travar a disputa diária pelos investimentos públicos. Daí resulta o ódio dos ruralistas e outros setores do grande capital, habituados desde sempre ao acesso exclusivo aos créditos, subsídios e ao perdão periódico de suas dívidas.

O compromisso do Governo de rever os critérios de produtividade para a agricultura brasileira, responde a uma bandeira de quatro décadas de lutas dos movimentos dos trabalhadores do campo. Ao exigir a atualização desses índices, os trabalhadores do campo estão apenas exigindo o cumprimento da Constituição Federal, e que os avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas quatro décadas, sejam incorporados aos métodos de medir a produtividade agrícola do nosso País.

É contra essa bandeira que a bancada ruralista do Congresso Nacional reage, e ataca o MST. Como represália, buscam, mais uma vez, articular a formação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o MST. Seria a terceira em cinco anos. Se a agricultura brasileira é tão moderna e produtiva – como alardeia o agronegócio, por que temem tanto a atualização desses índices?

E, por que não é criada uma única CPI para analisar os recursos públicos destinados às organizações da classe patronal rural? Uma CPI que desse conta, por exemplo, de responder a algumas perguntas, tão simples como: O que ocorreu ao longo desses quarenta anos no campo brasileiro em termos de ganho de produtividade? Quanto a sociedade brasileira investiu para que uma verdadeira revolução – do ponto de vista de incorporação de novas tecnologias – tornasse a agricultura brasileira capaz de alimentar nosso povo e se afirmar como uma das maiores exportadoras de alimentos? Quantos perdões da dívida agrícola foram oferecidos pelos cofres públicos aos grandes proprietários de terra, nesse período?

O ataque ao MST extrapola a luta pela Reforma Agrária. É um ataque contra os avanços democráticos conquistados na Constituição de 1988 – como o que estabelece a função social da propriedade agrícola – e contra os direitos imprescindíveis para a reconstrução democrática do nosso País. É, portanto, contra essa reconstrução democrática que se levantam as lideranças do agronegócio e seus aliados no campo e nas cidades. E isso é grave. E isso é uma ameaça não apenas contra os movimentos dos trabalhadores rurais e urbanos, como para toda a sociedade. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que custou os esforços e mesmo a vida de muitos brasileiros, que está sendo posta em xeque. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que está sendo violentada.

É por essa razão que se arma, hoje, uma nova ofensiva dos setores mais conservadores da sociedade contra o Movimento dos Sem Terra – seja no Congresso Nacional, seja nos monopólios de comunicação, seja nos lobbies de pressão em todas as esferas de Poder. Trata-se, assim, ainda uma vez, de criminalizar um movimento que se mantém como uma bandeira acesa, inquietando a consciência democrática do país: a nossa democracia só será digna desse nome, quando incorporar todos os brasileiros e lhes conferir, como cidadãos e cidadãs, o direito a participar da partilha da riqueza que produzem ao longo de suas vidas, com suas mãos, o seu talento, o seu amor pela pátria de todos nós.

Contra a criminalização do MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA!

Pelo cumprimento das normas constitucionais que definem as terras destinadas à Reforma Agrária!

Pela adoção imediata dos novos critérios de produtividade para fins de Reforma Agrária!

São Paulo, 21 de setembro de 2009

Vilada Cultural contra despejos na Vila Itororó


Conforme já postei nesse blog, a Vila Itororó, de São Paulo, está sendo ameaçada de despejo, seguindo o plano PSDB/DEMO de extermínio dos pobres e favelados. O pior é que a desculpa é fazer um centro cultural, como se lá não houvesse cultura, popular, é claro. E pra comemorar a cultura de permanência, tome festa!

Dia 26/09 a partir das 13 h.
A festa é chamada de Vilada Cultural - a Virada da Vila Itororó.
No fim da noite teremos uma grande festa em comemoração aos 80 anos.


Estamos com a programação quase completa, mas caso alguém queira se inscrever com alguma apresentação ainda temos alguns horários (podem mandar a proposta para mim).


Os moradores da Vila Itororó estão ameaçados de despejo uma vez que existe um projeto da prefeitura para transformar o espaço da Vila em um museu, dado sua importância histórica. No entanto a vila já é um espaço cultural mantido pelos próprios moradores, com uma programação frequente. O que eles reinvindicam é que eles são parte da história da Vila, sendo assim, não faz sentido tirá-los de lá para valorizar a história do lugar - o que pedem é que a restauro seja feito sem a retirada dos moradores.


Até lá

Kassab já tirou uma refeição. As outras ele deixa estragar! Quer matar as crianças de fome ou intoxicação?

Link: http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2009/09/24/ult4733u42902.jhtm

Fiscalização aponta merenda servida sem condições de higiene em CEU

A Vigilância Sanitária e nutricionistas da Prefeitura de São Paulo realizaram inspeção na merenda do CEU Navegantes, na zona sul, e encontraram a merenda preparada sem condições básicas de higiene, segundo os jornalistas Alencar Izidoro e José Ernesto Credendio, na edição desta quinta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

De acordo com o texto, laudos apontaram coliformes fecais (bactérias presentes nas fezes e que indicam a possibilidade de transmissão de doenças) no leite para crianças até um ano, no achocolatado (sempre bem acima do permitido) e até na água filtrada. Apesar disso, a empresa responsável pelo serviço, a Sistal, só foi afastada seis meses após a constatação, em março, das principais irregularidades.No sábado (19), saiu a decisão da prefeitura de proibi-la de licitar ou prestar serviços ao município durante um ano, devido à gravidade das falhas, "colocando em risco a inocuidade da preparação de alimentos".

Segundo a reportagem, 21 crianças passaram mal devido a merenda. Tiveram diarreia. Os problemas são considerados pela gestão Gilberto Kassab (DEM) como os mais graves na rede nos últimos quatro anos. 2.341 alunos frequentam a escola.

Outro lado

A Sistal respondeu à reportagem de forma sucinta sobre a punição aplicada pela prefeitura por conta das irregularidades apontadas na merenda. A empresa escreveu, em nota, que "recebe com surpresa a notícia, informando que apresentará recurso da decisão administrativa no prazo legal".

Golpistas prendem e torturam opositores em campos de concentração

Fonte: somoshonduras.wodpress.com

Militares também sabotam mídia que não transmite a versão oficial dos acontecimentos

Por Lúcia Rodrigues

A repressão militar em Honduras está cada vez mais intensa contra os opositores do regime. Há informações de que existe em Tegucigalpa, capital do país, pelo menos três campos de concentração para onde são levados os manifestantes presos. No local são praticadas torturas físicas e psicológicas. Os militares apagam cigarros nos corpos dos detidos, além de aplicarem surras com pedaços de pau para quebrar seus ossos.

O número de mortos, feridos e desaparecidos ainda é incerto. A reportagem da Caros Amigos conversou por telefone com Ramon Navarro, ativista da Via Campesina. Ele conta que apesar da repressão violenta, as pessoas saem às ruas para se manifestarem contra os golpistas. Ontem, 23, realizaram uma passeata com mais de 300 mil pessoas pelas ruas da capital hondurenha.

Apenas dois canais televisivos e a Rádio Globo de Honduras não transmitem a versão oficial dos militares. Por isso mesmo, sofrem a sabotagem dos golpistas, que lançam fortes descargas elétricas para danificar os equipamentos desses veículos de comunicação, que agora operam em condições precárias, com várias interrupções em suas programações.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com Ramon Navarro.

Caros Amigos – Como está a situação em Honduras?

Ramon Navarro – Há uma grande tensão. Reprimem as passeatas contra o golpe de Estado. O Exército e a polícia estão matando nossos companheiros. A polícia reprime, inclusive, nos bairros. Buscam as pessoas que estão reunidas. Estamos debaixo de um estado de sítio. As pessoas são levadas para campos de concentração.

Caros Amigos – Quantos campos de concentração há em Honduras?

Ramon Navarro – Em Tegucigalpa há três campos de concentração, além dos centros de repressão oficial.

Caros Amigos – Os presos estão sendo torturados nesses campos de concentração?

Ramon Navarro – Sim, psicológica e fisicamente.

Caros Amigos – Que tipo de torturas?

Ramon Navarro – Apagam cigarros no corpo das pessoas, golpeiam com garrotes. Há muitas pessoas com ossos fraturados. Estamos tentando obterhabeas corpus para essas pessoas.

Caros Amigos – Mas a justiça não está ao lado dos golpistas?

Ramon Navarro – Infelizmente está. A corte suprema de justiça do meu país é golpista.

Caros Amigos – Quantas pessoas foram assassinadas até o momento?

Ramon Navarro – Não temos o número exato de mortos, sabemos que são trabalhadores e camponeses. Há muitos feridos nos hospitais, muitas pessoas estão desaparecidas. Os números são incertos. A empresa de telefonia também é golpista.

Caros Amigos – As manifestações acontecem em todo o país ou estão concentradas em Tegucigalpa?

Ramon Navarro – Acontecem em todo o país. Eu estou em Tegucigalpa, mas ocorrem em nível nacional.

Caros Amigos – Os protestos reúnem quantas pessoas?

Ramon Navarro – Em Tegucigalpa realizamos manifestações com mais de 300 mil manifestantes. Mas há muito temor. Ninguém está armado, as pessoas têm medo de ser reprimidas pelos golpistas.

Caros Amigos – E o toque de recolher?

Ramon Navarro – O país está paralisado. Agora o toque de recolher é das 18h às 06h. Por volta das nove da noite entram em cadeia nacional para anunciar a versão oficial e dizer que o toque de recolher continua.

Caros Amigos – Quem fala em nome dos golpistas?

Ramon Navarro – Micheletti e ultimamente o chanceler Lopes Contreras. Falam em inglês. Não respeitam os hondurenhos.

Caros Amigos – E por que falam em inglês?

Ramon Navarro – Falam para os norte americanos

Caros Amigos – Como a mídia está se comportando?

Ramon Navarro – A televisão de uma maneira geral é de ultra direita. Só temos dois canais de televisão que passam as informações como realmente ocorreram. O canal 36 e o canal 11. E uma rádio, a Rádio Globo de Honduras.

Caros Amigos – Os golpistas censuram esses meios de comunicação?

Ramon Navarro – Cortam os meios de comunicação que nos informam. Enviam fortes correntes elétricas para queimar os transformadores. Isso tira esses canais do ar por algum tempo. As transmissões acontecem com interrupções, com dificuldades. A polícia também reprime esses jornalistas.

Caros Amigos – Como os hondurenhos vêem as eleições que o governo golpista diz que vai realizar?

Ramon Navarro – Não acreditamos nessas eleições se não se reconhece o governo do presidente Zelaya, se não se devolve o status de presidente que ele tem.

Caros Amigos – E em relação à atitude do governo brasileiro de receber Zelaya em sua embaixada?

Ramon Navarro – Agradecemos ao Brasil por ter aberto as portas de sua embaixada para proteger o nosso presidente.

Caros Amigos – O senhor acredita que os golpistas podem invadir a embaixada brasileira?

Ramon Navarro – Eles tiveram a intenção, têm a intenção, mas também têm temor. Zelaya está sem água e sem comida dentro da embaixada.

Caros Amigos – Como o senhor acha que esse impasse será resolvido?

Ramon Navarro – Esperamos que haja participação das organizações internacionais, da ONU e que aconteça de forma pacífica. Exigimos o retorno de Zelaya ao cargo e a convocação de uma assembléia constituinte.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

E a repressão continua... A resistência também

MENSAJES DE FEMINISTAS EN RESISTENCIA AL GOLPE
Urgente desde Honduras
Nos acaban de avisar que van a realizar un corte de energía por 48 horas a partir de las siete de la noche en el territorio nacional, así que no podremos salir a comprar comida, ni nada, van a sitiarnos.

COMUNICADO
¡Abajo el golpe en Honduras!

(Pan y Rosas, 22/09/09) En el día de ayer, ante la sorpresiva llegada de Zelaya a Tegucigalpa, miles de personas volvieron a manifestarse y se agolparon ante la embajada de Brasil, obligando al ejército a replegarse.


PRONUNCIAMIENTO
Contra el toque de queda y la represión impuesta por los golpistas

(Tegucigalpa, 21/09/09) Por este medio las Feministas en resistencia y organizaciones de mujeres de todo el país, preocupadas y alertas sobre la represión que el gobierno de facto ha impuesto al pueblo hondureño con motivo de la movilización masiva en respuesta a la llegada del Presidente constitucional de la República a este país, nos pronunciamos de la siguiente manera


En Honduras NO PASARAN

Estudante assediou moradora da Unesp, foi expulso da moradia e botou fogo no prédio!

Fonte: Pão e Rosas
O CACH, C.A. da Unicamp, repudia veementemente os episódios de assédio sexual e ameaças contra as estudantes da Moradia Estudantil da Unesp de Araraquara, que nesta segunda chegou ao absurdo de um incêndio criminoso na casa de uma das vítimas. Solidarizamos-nos com a decisão tomada na assembléia dos moradores de lá pela imediata expulsão do agressor. Desde já nos colocamos ao lado de nossas companheiras e companheiros de Araraquara que estão travando esta tão importante e necessária luta, e estamos à disposição para ajudar em tudo o que pudermos.

Chega de assédio sexual e ameaças em Araraquara! Imediata expulsão do agressor! Que os estudantes, trabalhadores e professores se organizem contra a violência contra as mulheres e as opressões nas universidades e moradias!

domingo, 20 de setembro de 2009

Covas começou cortando o salário, Serra já corta os próprios professores!

Fonte: http://diarioeducacaosp.blogspot.com/2009/09/instrucao-busca-remediar-o-problema-da.html

Instrução busca remediar o problema da contratação de professores temporários
A lei que restringe o professor temporário (que pode lecionar apenas por dois anos e, em seguida,ficar impedido de voltar a lecionar durante 1 ano de acordo com a Lei Complementar Nº 1.093/2009) causou uma série de efeitos: várias atribuições de aula ficaram vazias, os professores preferiram não arriscar a ficar sem aulas no ano que vem. Por conta disso, a UDEMO ( sindicato de especialistas de educação) enviou um ofício à Secretaria da Educação explicitando a situação: Quem vai querer pegar algumas aulas agora, sabendo que depois terá de ficar um ano todo sem trabalhar?
Ontem, dia 18, foi publicada uma instrução visando remediar os efeitos dessa lei.
Leia na íntegra:

Instrução Conjunta CEI/CENP/COGSP/DRHU de 18/09/2009
Dispõe sobre a atribuição de aulas na rede estadual de ensino e sobre a admissão de docentes por prazo certo e determinado

Os Dirigentes da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, da Coordenadoria de Ensino do Interior, da Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo e do Departamento de Recursos Humanos, considerando a necessidade de se assegurar aos alunos o oferecimento das aulas na forma estabelecida em lei e de se garantir o prosseguimento dos estudos, observados os conteúdos, atividades e demais ações previstas na proposta pedagógica da escola, expedem a presente Instrução:

1 - a Lei Complementar Nº 1.093/2009, que dispõe sobre a contratação de servidores temporários, impede que ocorra nova contratação da mesma pessoa, com o mesmo fundamento legal, antes de decorridos 200 (duzentos) dias do término do contrato.

2 - a mencionada lei complementar assegurou aos docentes temporários "categoria L", que se encontravam admitidos em 17/07/2009, a prorrogação da contratação até o final do ano de 2011, sem que haja interrupção do mínimo de 200 dias.

3 - Estabeleceu, ainda, a obrigatoriedade da aplicação de uma Prova de Conhecimentos, antecedendo o processo de atribuição de aulas, exigindo que o candidato obtenha a aprovação para poder ser contratado temporariamente.

4 - Cabe lembrar que regra idêntica havia sido fixada para os atuais docentes temporários, abrigados pela Lei Complementar Nº 1.010/2007, categoria "F", que passarão por uma Prova para concorrer à atribuição de aulas.

5 - Assim, para a atribuição de aulas no próximo ano letivo, a Secretaria da Educação organizará uma Prova de Conhecimentos, para todos os professores não efetivos, e nos próximos dias estará divulgando as regras, datas e os demais esclarecimentos necessários.

6 - no entanto, para o processo de contratação de professores no corrente ano letivo poderá ser utilizada a classificação vigente.

7 - Assim, a vedação à atuação continuada do contratado, sem que haja a interrupção do mínimo de 200 (duzentos) dias (item 1), só se aplicará, no caso dos docentes, já nos próximos anos, àqueles contratados após publicação da Lei Complementar Nº 1.093/2009, vez que não se aplica aos docentes temporários que já se encontravam admitidos em 17 de julho de 2009, seja na condição de Categoria "F" ou na condição de Categoria "L".

8 - no caso de docentes, ainda de acordo com a Lei Complementar Nº 1.093/2009, a extinção do contrato só se dará no final do ano letivo fixado no calendário escolar, ou seja, o docente temporário não é dispensado durante o ano letivo, ainda que inicie sua contratação em razão de substituição por período pequeno ou até para atuação como docente eventual.

9 - Podemos concluir, então, que, as aulas disponíveis na rede estadual de ensino podem ser atribuídas, respeitados a classificação e o limite de 200 aulas mensais, aos docentes:

Efetivos - para aumento de carga horária (carga suplementar) ;

Temporários - categoria "F", em exercício ou não;

Temporários - categoria "L", em exercício ou não, mas que estavam vinculados em 17/7/2009.

10 - Se após o atendimento na forma detalhada no item anterior, ainda houver aulas disponíveis, cabe à Diretoria de Ensino orientar às unidades escolares de que poderá ocorrer a atribuição de aulas a novos candidatos ou a docentes que estavam desvinculados em 17/07/2009, desde que o candidato:

seja esclarecido de que permanecerá admitido por durante todo o restante do ano letivo;

seja orientado de que o preenchimento do seu contrato, para fins de registro e pagamento, ocorrerá somente após publicação de modelo oficial que acompanhará Instrução da Unidade Central de Recursos Humanos da Secretaria de Gestão Pública.

11 - o contrato de trabalho e o pagamento das aulas ministradas pelos servidores de que trata o item anterior retroagirão à data do início do exercício e serão providenciados assim que for divulgado o modelo oficial por meio da Instrução UCRH da Secretaria de Gestão Pública, não sendo necessário aguardar qualquer publicação.

12 - E, remanescendo, ainda, aulas disponíveis para atribuição, considerando a necessidade de atender aos mínimos de carga horária e de dias letivos, fixados na Lei Federal Nº 9.394/1996 - LDB, caberá às Diretorias de Ensino orientar as unidades escolares quanto:às diretrizes que evitem, quando possível, afastamentos de docentes para atividades administrativas, exceto se a unidade contar com substituto para as respectivas aulas; ao atendimento às aulas regulares, priorizando a atribuição das mesmas em relação a aulas de projetos e/ou de enriquecimento curricular.
Postado por Tathiana às 22:35
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Manifesto pelo MST


Fonte: Passa Palavra

“…Legitimam-se não pela propriedade, mas pelo trabalho, nesse mundo em que o trabalho está em extinção. Legitimam-se porque fazem História, num mundo que já proclamou o fim da História. Esses homens e mulheres são um contra-senso porque restituem à vida um sentido que se perdeu…” (“Notícias dos sobreviventes”, Eldorado dos Carajás, 1996).

A construção da democracia no Brasil exige, há trinta anos, enormes sacrifícios das classes trabalhadoras. Desde a reconstrução de suas organizações, destruídas por duas décadas de repressão da ditadura militar, até a invenção de novas formas de Movimentos e de lutas capazes de responder ao desafio de enfrentar uma das mais desiguais sociedades do mundo. O que também implica apresentar aos herdeiros da cultura escravocrata de cinco séculos, os trabalhadores da cidade e do campo como cidadãos e como participantes legítimos não apenas da produção da riqueza do país como ocorreu desde sempre, mas também como destinatários na partilha da riqueza produzida.

O ódio das oligarquias rurais e urbanas não perde de vista um único dia, um desses novos instrumentos de luta criados pelos trabalhadores brasileiros a partir de 1984: o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST. E esse Movimento paga diariamente com suor e sangue – como ocorreu há poucos dias no Rio Grande do Sul, pela sua ousadia de questionar um dos pilares da desigualdade social no Brasil: o monopólio da terra. O gesto de levantar sua bandeira numa ocupação se traduz numa frase simples de entender e, por isso, intolerável aos ouvidos dos senhores da terra e do agronegócio. Um País, onde 1% da população tem a propriedade de 46% do território, defendida por cercas, agentes do Estado e matadores de aluguel, não podemos considerar uma República, e menos ainda, uma democracia social.

A Constituição de 1988 determina que os latifúndios improdutivos e terras usadas para a plantação de matérias primas para a produção de drogas devem ser destinados à Reforma Agrária. Mas, desde a assinatura da nova Carta, os sucessivos Governos têm negligenciado o seu cumprimento. À ousadia do MST de garantir esses direitos, pressionando as autoridades através de ocupações pacíficas conquistados na Constituição, soma-se outra ousadia, igualmente intolerável para os senhores do grande capital do campo e das cidades: a disputa legítima e legal do orçamento público.

Em quarenta anos, desde a criação do INCRA (1970), cerca de um milhão de famílias rurais foram assentadas. Mais da metade, entre 2003 e 2008. Para viabilizar a atividade econômica dessas famílias, para integrá-las ao processo produtivo de alimentos e divisas no novo ciclo de desenvolvimento, é necessário travar a disputa diária pelos recursos públicos. Daí resulta o ódio dos ruralistas e outros setores do grande capital, habituados desde sempre ao acesso exclusivo aos créditos, subsídios e ao perdão periódico de suas dívidas.

O compromisso do Governo de rever os critérios de produtividade para a agricultura brasileira, responde a uma bandeira de quatro décadas de lutas dos movimentos dos trabalhadores do campo. Ao exigir a atualização desses índices, os trabalhadores do campo estão apenas exigindo o cumprimento da Constituição Federal e que os avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas quatro décadas, sejam incorporados aos métodos de medir a produtividade agrícola do nosso país.

É contra essa bandeira que a bancada ruralista do Congresso Nacional reage atacando o MST. Como represália, buscam, mais uma vez, articular a formação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o MST. Seria a terceira em 5 anos. Se agricultura brasileira é tão moderna e produtiva, como alardeia o agronegócio, porque temem tanto a atualização desses índices? E, por que não é criada uma única CPI para analisar os recursos públicos destinados às organizações da classe patronal rural?

O que ocorreu ao longo desses quarenta anos no campo brasileiro em termos de ganho de produtividade? Quanto a sociedade brasileira investiu para que uma verdadeira revolução – do ponto de vista de incorporação de novas tecnologias – tornasse a agricultura brasileira capaz de alimentar nosso povo e se afirmar como uma das maiores exportadoras de alimentos? Quantos perdões da dívida agrícola foram oferecidos pelos cofres públicos aos grandes proprietários de terra, nesse período?

O ataque ao MST extrapola a luta pela Reforma Agrária. É um ataque aos avanços democráticos conquistados na Constituição de 1988 – como o que estabelece a função social da propriedade agrícola - e contra os direitos imprescindíveis para a reconstrução democrática do nosso País. É, portanto, contra essa reconstrução democrática que se levantam as lideranças do agronegócio e seus aliados no campo e nas cidades. E isso é grave. E isso é uma ameaça não apenas contra os movimentos dos trabalhadores rurais e urbanos, como para toda a sociedade. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que custou os esforços e mesmo a vida de muitos brasileiros, que está sendo posta em xeque. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que está sendo violentada.

É por essa razão que se arma, hoje, uma nova ofensiva dos setores mais conservadores da sociedade contra o Movimento dos Sem Terra – seja no Congresso Nacional, seja nos monopólios de comunicação, seja nos lobbies de pressão em todas as esferas de Poder. Trata-se, assim, ainda uma vez, de criminalizar um movimento que se mantém como uma bandeira acesa inquietando a consciência democrática do país: a nossa democracia só será digna desse nome quando incorporar todos os brasileiros e lhes conferir, como cidadãos e cidadãs, o direito a participar da partilha da riqueza que produzem ao longo de suas vidas, com suas mãos, o seu talento, o seu amor pela pátria de todos nós.

CONTRA A CRIMINALIZACÃO DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA.

PELO CUMPRIMENTO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUE DEFINEM AS TERRAS DESTINADAS À REFORMA AGRÁRIA.

PELA ADOCÃO IMEDIATA DOS NOVOS CRITÉRIOS DE PRODUTIVIDADE PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.

Brasília, 21 de setembro de 2009.

Pedro Tierra,
Osvaldo Russo,
Plinio Arruda Sampaio
Eduardo Galeano,
Fabio Konder Comparato
Heloisa Fernandes

Presidente do TCE vê problema em modelo de privatização da saúde!

Fonte: recebi por correio, não confiável, provável mídia golpista!Ataca o modelo de privatização mas defende outros, para as parcerias público-privadas. (nota: eu entendo como parceria da exploração pública). Educador que não se cala!

Para ele, Estado não tem condições de fiscalizar o que está em contrato e menos ainda de fixar preço pelo que compra

Modelo também é criticado por entidades ligadas ao funcionalismo; secretaria diz haver controle público e defende critérios adotados

DA REPORTAGEM LOCAL
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Edgard Camargo Rodrigues, vê problemas no modelo das OSs (organizações sociais). "Como precificar o serviço que se está comprando? Um Estado que mal tem condições de fiscalizar o que está escrito em um contrato tem menos condições ainda de estabelecer preços justos pelos serviços que compra."
Segundo ele, o TCE tem tido dificuldades para obter da Secretaria de Estado da Saúde informações sobre os contratos com as OSs. "Queremos saber: Como se chegou a esse valor? E é sempre uma resposta vaga."
As entidades ligadas ao funcionalismo público também criticam o modelo: "Quase R$ 2 bilhões em dinheiro público serão colocados só neste ano nas mãos de entidades privadas selecionadas ao arbítrio da secretaria. E sem passar por licitações, sem a necessária transparência do que é feito com o recurso, sem controle social", critica o presidente do Sindicato da Saúde Pública no Estado, Benedito Augusto de Oliveira.
A secretaria afirma que existem controles públicos sobre os contratos e a sua execução e que a escolha de uma OS obedece principalmente ao critério de capacitação técnica.
As entidades contrárias às OSs dizem também que o modelo prepara o terreno para a privatização dos serviços públicos. Encontram o apoio do presidente do TCE: "Se não é essa a intenção, o caminho está aberto para isso. Especialmente com as modificações na lei das OSs em São Paulo", afirmou. "É como aconteceu nas estradas. Primeiro se sucateia, depois se diz: só tem uma saída: vamos privatizar e cobrar pedágio."
A polêmica existe desde pelo menos 1998, quando o então ministro da Reforma do Estado e Administração Pública, Luiz Carlos Bresser Pereira (PSDB), propôs a figura jurídica das OSs e o Congresso aprovou. PT e PDT -mobilizados por sindicatos do funcionalismo- entraram com ação direta de inconstitucionalidade contra a lei, com argumentos semelhantes aos levantados hoje em SP. Passados mais de dez anos, a ação ainda não foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou petição ao STF para que a ação fosse julgada rapidamente. Em junho, o STF acatou pedido da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para atuar como parte da ação.
Para Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC, a pesquisa científica ganha com o modelo das OSs. Na compra de equipamentos, por exemplo. Segundo ele, não é raro que exista apenas um fornecedor com capacidade técnica para desenvolver um aparelho. "Não é coisa que está na prateleira para você ir lá e comprar. Nesse caso, licitação é perda de tempo", disse.
Ele diz que nos últimos anos várias leis que ampliam as possibilidades de parceria entre Estado e entidades sem fins lucrativos entraram em vigor, mas isso não tem surtido efeito.
"Logo aparecem tribunais de contas, Ministério Público e outros, que tentam reintroduzir as antigas normas. Fica um movimento pendular." Essa insegurança jurídica, diz, tem impedido o avanço de um modelo que tem "muito a contribuir" para a ciência e a sociedade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Kassab, deixe as crianças comerem! Pra quê Kassar a merenda?


Fonte: OniPresente
Kassab corta refeição em creches

Depois de cortar 20% da verba destinada à varrição pública, a gestão Gilberto Kassab (DEM) coloca em prática uma nova redução de gastos, desta vez na alimentação das crianças matriculadas em creches administradas pelo município. Secretário de Educação alega que motivo não é economizar. Ubes critica medida.
A redução ocorre porque a prefeitura decidiu eliminar, a partir de segunda-feira, uma das cinco refeições do cardápio diário das crianças. O argumento é que o tempo de permanência das crianças nas creches diminuiu de 12 horas para 10 horas e foi preciso readequar o cardápio.

O horário de funcionamento das creches foi reduzido em janeiro e, segundo a assessoria de imprensa da secretaria de educação da prefeitura de São Paulo, por demanda dos próprios professores da rede municipal. Outra alegação é a de que a maioria das crianças não permanecia o tempo integral (12h) nas creches. Entretanto, a assessoria não soube dizer porque não adotar medida intermediária, como a contratação de um número maior de profissionais para atender as 12h, implementando uma justa redução da jornada destes professores.

Com a mudança, de acordo com o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, o gasto médio mensal da prefeitura com alimentação nas creches será 20% menor, caindo de R$ 2,85 milhões para R$ 2,28 milhões. Entretanto, o secretário afirmou que a intenção não é economizar. "O gasto mensal com merenda é de R$ 36 milhões, incluindo todas as escolas. A mudança no cardápio das creches vai representar menos de R$ 600 mil de economia."

Na contramão do Brasil

O presidente União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Ismael Cardoso, critica a medida: "São Paulo vai na contramão do Brasil. Enquanto o país aumenta os recursos para investimento em Educação, o município de São Paulo promove cortes. Enquanto a marcha em outras cidades é para diminuir o número de creches em situação de parcerias público-privadas, tornando-as cada vez mais públicas, a prefeitura de São Paulo prioriza milionárias verbas publicitárias e corta gastos na educação. É estranho cortar alimentação das crianças. O prefeito deve uma explicação".

A justifica apresentada pelo secretário de educação é a de que a mudança foi feita com o respaldo de nutricionistas e não haverá prejuízo nutricional para as crianças. Até janeiro deste ano as creches funcionavam por 12h e o intervalo entre as cinco refeições que eram oferecidas era de 2h40. Como o período de atendimento das creches foi reduzido para 10h diárias, a eliminação de uma das cinco refeições mudará para 2h50 o intervalo entre as refeições das crianças.

A assessoria de imprensa da secretaria de educação afirmou que a manutenção da dieta equilibrada das crianças dependia da redução de uma refeição durante as 10h em que elas ficam nas creches, mas não soube explicar por que, então, tal medida não foi implementada juntamente com a redução do período de permanência das crianças nestes institutos (que ocorreu em janeiro).

Sem café ou sem janta?

Schneider disse que algumas unidades ficarão sem o café da manhã, e outras, sem o jantar. "Nas creches que funcionam das 7h às 17h haverá café da manhã, mas não terá jantar. E as que funcionam das 8h às 18h darão jantar, mas não darão café da manhã."

Neste contexto, o caso mais dramático é o corte do jantar, afinal, segundo a nutricionista Pérola Ribeiro, crianças de famílias mais carentes teriam problemas, pois fariam lanche à tarde e só comeriam novamente no dia seguinte, na creche.

Indagada a respeito de crianças nesta situação, a assessoria de imprensa da secretaria de educação disse que não há estatísticas quanto ao número de famílias que viveriam tal drama e lembrou que a responsabilidade sobre a criança é da família, o Estado apenas oferece um serviço complementar e que garante conteúdo educacional para estimular o desenvolvimento da criança.

O corte de uma refeição pegou de surpresa os pais. No Centro de Educação Infantil Parque Novo Mundo, na Vila Maria (zona norte de SP), eles receberam um formulário com duas opções: escolher se o filho ficará sem café da manhã ou sem jantar. O papel não podia ser levado para casa e tinha de ser respondido no local.

Conceição dos Santos Umbelino, 23, que tem uma filha de dois anos na creche, discorda do corte. "Não acredito que a prefeitura quer economizar com alimentação", disse.
"Se elas vêm de longe, não dá para cortar o café da manhã das 7h30 e dar algo para comer só às 9h. É um intervalo muito grande para crianças que, muitas vezes, saíram de casa antes das 6h", afirma a professora de pediatria da Faculdade de Medicina do ABC, Denise de Oliveira Schoeps. "Isso poderia causar vários danos ao desenvolvimento físico", afirma. Além disso, diz ela, os cardápios precisam ser balanceados, para evitar ingestão de calorias em excesso.

Creches conveniadas (PPPs)

O corte não atinge creches conveniadas --mantidas por organizações sociais. Segundo a prefeitura, elas já vinham oferecendo às crianças o cardápio com quatro refeições. Cerca de 60 mil crianças terão uma refeição a menos. Elas ficam nas 360 creches diretas e 301 indiretas --cujo espaço é cedido pela prefeitura, mas a administração é feita por entidades filantrópicas. A cidade possui ainda 651 creches conveniadas. Ao todo, as creches atendem a 120.499 crianças.

Kassab e Serra - uma relação profícua

Os comentários de leitores que acompanharam a notícia pela Folha Online também demonstram revolta com a medida e atribuem a decisão a uma política do DEM e do PSDB. Após falar sobre a relação do prefeito Gilberto Kassab com o governador José Serra, o leitor Alessandro Correia tascou: "Acho que ele [Serra] pretende terceirizar a União também, terminando de passar o Banco do Brasil, Petrobrás entre outros. Deveríamos ter esses políticos terceirizados, assim se não cumprissem com seu dever ou fossem pegos em algum escândalo poderíamos manda-los embora e contratar outro. Pensem nisso no plenário."

As escolas não são só abandonadas, são massacradas!

Reproduzo o conteúdo do blog dissolvendo no ar. O abandono é evidente há muitos anos. O problema agora é pior, aqui em São Paulo, o geverno estadual massacra, agride, sucateia a educação. Fecha salas e escolas, acaba com o professor, superlota as salas de aula, engessa a liberdade de cátedra do docente, desconsidera a situação social do estudante para o aprendizado, acaba com reprovações, escolas parecem presídios/hospícios, as disciplinas de arte, história e filosofia estão sendo pouco a pouco eliminadas. Não é só abandono, é agressão a mão armada!

Fonte: Dissolvendo no Ar

Abandono Escolar
Por Yuri de Almeida Gonçalves

Em pronunciamento no Senado nesse dia 17 de setembro, o senador Cristovam Buarque revelou que no Brasil acontecem 60 (sessenta) abandonos por minuto na escola pública. Apesar de mais desenvolvido, o sul de Minas contribui para esse alarmante dado.


A questão é que as autoridades políticas continuam pensando que educação se resume em escolas. Isso é ignorância que culmina na responsabilização de professores pela problemática.


O professor é apenas uma peça no processo educacional. No Brasil de hoje falta sim a esse profissional uma melhor didática e entendimento sobre como lidar com comportamentos diferenciados, manifesto na adolescência desde sempre. Se lembrarmos de nós no ensino fundamental e médio também tivemos nossas travessuras. A problemática não são as travessuras de crianças e adolescentes, mas acarretam-se vários fatores em detrimento da educação, chegando ao ponto de manifestar com mais freqüência um maior grau de violência, falta de aprendizagem, falta de interesse e até abandono.


Os obstáculos são muitos, como o problema social, baixa auto-estima devido a falta de perspectiva dos jovens, família desestruturada, falta de limite e impunidade da própria sociedade e em termos psicológicos, problemas afetivos, ou seja, o adolescente em sua formação não tem afeto em casa, não tem na rua, não tem exemplo na TV, não tem na escola e assim por diante.


As autoridades em educação precisam cercar o problema na raiz para resolver esse número alto de abandono e de analfabetos que saem da educação básica. Para isso, as unidades escolares precisam de mais profissionais além do diretor, supervisor, professores, secretários, bibliotecários, funcionários em geral, como o assistente social. Muitas unidades precisam desse profissional para fazer uma triagem individual primeva sobre o que acarreta o desinteresse no ensino. Em muitos casos o assistente apontará que o problema deve ser encaminhado ao Ministério Público, pois há bons casos de abandono por maus-tratos até físico em casa, o que foge da autoridade da unidade escolar.


Outro profissional que se faz necessário é o psicólogo, pois se os adultos com sua maturidade mal conseguem entender as desfunções de seu ser, imagina um adolescente em plena mudança hormonal e de mentalidade.

Poderíamos citar ainda o psicopedagogo para auxiliar crianças e adolescentes com dificuldade em aprendizagem. E vou mais longe, até neurologista deve socorrer alguns casos cujo problema comportamental ou de aprendizagem podem estar ligados a problemas orgânicos, necessitando de acompanhamento médico, como por exemplo o TDAH que é um transtorno neurobiológico, o transtorno bipolar, esquizofrenia e muitos outros casos.


Educação não é algo simples que se resolve com quadro, giz e didática apenas, o problema é mais sério e se o Brasil não acordar para isso teremos uma sociedade mais desigual, violenta e corrupta no futuro breve.


“A falta de cultura é o grande problema de nosso povo. Eu pago primeiro ao professor e só depois ao general.” (Pancho Villa)


Yuri de Almeida Gonçalves é bacharel em teologia, licenciado em História e especialista em História e Construção Social no Brasil radicado em Poços de Caldas. O seu e-mail é yuridemetal@yahoo.com.br

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O quarto poder (os outros três também) odeia os professores!


Fonte: blog do Prof. Mazucheli
A mídia odeia professor politizado
Por Mauricio Caleiro*
O permanente estado de espanto-quase-choque em que tenho sido mantido, nos últimos 16 meses (desde que voltei ao Brasil e a São Paulo), pelos atos da dupla Serra-Kassab quase fez com que eu esquecesse das mazelas do Rio de Janeiro.Explico: vou ao Rio quase todas as semanas, para jornadas intensas de trabalho, pesquisa e estudo, mas que trazem em seu bojo o contato com a atmosfera acadêmica mais relax dos fluminenses, além de, eventualmente, alguns finais de noite deliciosos.Assim, e embora eu esteja ciente dos desmandos de Cabralzinho e Maia, criou-se, no meu íntimo, uma espécie de falsa dicotomia, em que São Paulo seria a terra do protofascismo serrista e o Rio o éden onde jorra o leite e o mel.Fui acordado desse transe hipnótico durante um almoço, enquanto degustava o delicioso medalhão ao molho madeira do Universidade do Chopp, em Niterói. Na TV, Márcio Gomes (que é a antítese do carioca e a figura-síntese do jornalismo yuppie) e outra apresentadora, simpática como um sabonete mas cujo nome não guardei, apresentavam o RJ TV.Primeiro veio uma reportagem, mais longa do que o habitual, sobre a greve dos professores estaduais. A manipulação é tão evidente que é preciso ser Eremildo, o Idiota, para não percebê-la: a locutora introduz, em palavras poucas e que nada de essencial explicam, a greve, enfatizando sua duração. Corte para o “sofrimento dos alunos”, que não têm aulas e, em seguida, para o Secretário Estadual de Educação, que, em seu gabinete e metido num terno cheio de firulas, fala por longos minutos, afirmando não estar aberto a negociações – um democrata inato, como se vê.Ouvir o outro lado? A apresentadora-sabonete, com cara de quem lambeu sabão, limita-se a ler uma brevíssima declaração do representante do sindicato dos professores – uns 3 segundos, se tanto. Não é preciso ser especialista em Análise do Discurso para perceber a assimetria no tratamento dos dois pólos em disputa.Até porque, hoje em dia, essa gramática televisiva parece estar evidente para muitos. Tão logo a matéria acabou, uma senhora vestida com simplicidade e sem apresentar nenhum cacoete acadêmico ou exibição de veleidades intelectuais, fez um discurso desvelando, para espanto dos comensais, tintin por tintin a situação dos professores que o “jornalismo” recém-praticado ocultara. (Era professora do depto. de Pedagogia da UFF, vim a saber depois).Mas a matéria omitia informações ainda mais graves. Ocorrera violência e acusação de emprego exagerado da força pelos policiais encarregados de reprimir a passeata que os professores promoveram no centro do Rio no dia anterior – e que acabou com uma prisão e bombas lançadas contra os que protestavam. Essas informações o RJ TV sonegou a seus telespectadores (mas você pode lê-las aqui), assim como também não informou o dado essencial de que os professores estaduais do Rio estão há 13 anos sem aumento salarial.Mas não para por aí. O almoço, saboroso ao paladar mas indigesto à mente, reservava ainda mais exemplos de bom jornalismo: uma longa reportagem mostrava o que o telejornal chamava de “os problemas” de Madureira - mais exatamente, de seu famoso mercadão popular, onde um repórter que faz a linha extrovertido/cara-de-pau, chato como um pernilongo, comanda o show de moralismo raso, digo, o jornalismo de utilidade pública da prestativa emissora.Ele entrevista – melhor seria dizer inquere - uma senhora que tira seu ganha-pão das cadeiras e lixeiras de plástico que vende. Seu crime? Sua mercadoria não se limita ao espaço da barraca, ocupando meio palmo de calçada. O repórter insiste tanto com a coitada por conta dessa grave violação do espaço urbano – ameaçando, como a típica pequena autoridade, que logo passearia com o administrador regional pelo mercado - que, confesso, me causou vergonha alheia. Pensei no simpático povo de Madureira, berço do samba e das feijoadas da Portela, tendo que aturar aquele pentelho.Como já posso ter escrito em algum lugar deste blog, acho o grande compositor e cantor Caetano Veloso uma zebra quando abre a boca para fazer outra coisa que não cantar. Mas reconheço que, ainda assim, ele tem seus momentos. Sobre jornalismo, ele cunhou uma frase definitiva: “devemos ler os jornais psicologicamente”. Note, caro(a) leitor(a), que ele não se referiu a terceiras intenções, subtextos ou interesses dissimulados – mas à necessidade de desvelamento dos mecanismos inconscientes de produção da notícia.Trata-se de um referencial essencial para chegarmos à razão de ser de minha crítica às matérias do RJ TV aqui citadas: elas são a expressão de um mecanismo de compensação. Impedida, por razões óbvias – que vão de suas alianças político-econômicas à violência urbana que já vitimou até mesmo seus jornalistas no passado – de retratar os problemas reais do Rio de Janeiro, a Globo vinga-se de sua própria incompetência e de seu rabo preso elegendo bodes expiatórios, como professores - uma das categorias profissionais mais sistematicamente aviltadas neste país - e a pobre coitada que se utiliza de alguns centímetros de calçada para ganhar a vida. Eis a essência do neoudenismo: desierarquizar problemas, enfatizando os falsos para que encubram os verdadeiros, em relação aos quais se omite.Ao final do almoço, enquanto saboreava o quindim que o simpático restaurante franqueia aos clientes, meditava: são duas faces de uma mesma moeda, o protofascismo paulista e o neoudenismo fluminense – ambos perpassados por uma mídia omissa e que os estimula. Até quando?
Texto Original publicado em: http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com/

domingo, 13 de setembro de 2009

Terror e miséria do III Reich! Ou seja, o METRÔ de São Paulo




E para denunciar o metrô superlotado, como faço? E o assalto do preço de $2,55, como faço para denunciar? E os a falta de banheiros gratuitos, bancos para sentar, lixeiras nos vagões, falta de ar nos vagões, denuncio pra quem????
Pedir esmolas é uma lei universal dos direitos humanos, entregar quem quer trabalhar, de um jeito que não seja violento, como os ambulantes é muita covardia. Defendo os ambulantes autônomos, que arranjam um jeito de ganhar um trocado pra não morrer de fome. Entregá-los à guarda truculenta e desrespeitosa do metrô é uma violência muito maior. Cansei de ver mendigos, ambulantes, pessoas que passavam mal ou idosos cansados que sentaram ao chão serem expulsos, por causa da ideologia fascista do "passageiro legal". O telefone para denunciar a bandidagem do metrô, do governador e dos políticos corruptos eles não dão...
Veja a perseguição Serro-fascista aos pobres:

SMS-Denúncia da CPTM: Você Sabia?

Você sabia que desde 2008 a CPTM mantém um serviço de denúncias atendido via mensagens de texto? É o SMS-Denúncia, uma forma de você comunicar irregularidades nos trens, estações e qualquer espaço da CPTM.

Você envia um SMS (torpedo) de seu celular para o número 7150-4949 e a Central de Monitoramento da Segurança da CPTM recebe sua mensagem e faz o encaminhamento necessário. O serviço foi testado pelo Blog Metrô de São Paulo numa ocorrência com vendedores ambulantes e o atendimento foi rápido. Recebi uma mensagem perguntando mais detalhes do ocorrido.

Para facilitar a ação da CPTM vale seguir algumas dicas:

* Informe as características do infrator;
* Informe em qual estação você está;
* Informe o número da linha e o sentido do trem;
* Informe a ocorrência.

Você pode denunciar vendedores ambulantes, atos de vandalismo, consumo de drogas e qualquer irregularidade que presenciar. O serviço funciona durante todo o horário comercial da CPTM. Já o Disque-Denúncia (0800-0550121) funciona de segunda a sexta-feira, das 5h às 22h e aos sábados das 6h às 18h. São pequenas ações que podem fazer uma CPTM melhor para você e para os outros. Você tem sigilo absoluto e contribui para que suas viagens possam ser cada vez melhores.

sábado, 12 de setembro de 2009

O Rio de Janeiro continua lindo! GREVE

Abaixo a repressão aos professores em luta! Todo apoio à greve dos professores do SEPE-RJ!

Hoje, dia 08/09, o movimento dos professores da rede estadual do Rio e Janeiro foi atacado por brutal repressão policial em seu terceiro dia da greve. Dezenas de professores, jornalistas e estudantes saíram feridos nesta ten tati va de controlar pela via das balas de borracha a resistência ao plano do governador Sérgio Cabral (PMDB) de jogar nas costas dos trabalhadores e da população os impactos da crise econômica.

Longe do propagado discurso de que o “pior já passou” o governador aliado de Lula alega problemas de falta de orçamento para atacar nos rendimentos dos professores e na qualidade do ensino da população. Isto em nosso estado rico em royalties do petróleo que Cabral é o primeiro a defender para seus interesses, e onde há inesgotáveis verbas para repressão da população nos morros e propaganda para sediar as Olimpíadas. Para ele os professores e a população devem pagar pelos custos da crise trabalhando mais horas que não contam para sua aposentadoria e tendo o adicional da “Nova Escola” adicionado gradativamente aos salários somente em 2015 (!) e ter uma expressiva diminuição no adicional de carreira (a cada 5 anos) de 12 para 7,5%.

O discurso de Cabral se apóia na divisão da categoria e tenta colocar os mais novos contra os mais antigos, e ainda ignora os técnicos-administrativos e os professores que trabalham 40hs. A categoria não aceitou esta divisão e mesmo com o acordo que os deputados chegaram, que faz o adicional ficar em 12%, manteve-se em greve e marcou novas manifestações de rua.

É urgente que todas organizações que se reivindicam da esquerda operária e socialista, centrais sindicais como a CONLUTAS e INTERSINDICAL, sindicatos, movimentos sociais e entidades estudantis universitárias e secundaristas coloquem-se de pé em solidariedade aos professores estaduais, denunciando este governo e sua assassina e repressora polícia, e mobilizando-se ativamente contribuindo para fazer da luta do SEPE-RJ uma luta do conjunto da classe trabalhadora.

DECLARAÇÂO LER-QI / RIO DE JANEIRO

Na França, o povo não deixa fecharem escolas!

Se tivéssemos alguns pais franceses em São Paulo, teria mais pais sequestradores que o PCC. É que aqui são dezenas de escolas e sala que são fechadas, mesmo com demanda de estudantes, tudo para enxugar os gastos com prédios públicos, funcionários e docentes, e claro, fortalecer o setor privado. Alguns amigos já passaram por isso, e ficaram "adidos", ou seja, tiveram que procurar outra escola com vagas, às vezes tendo de trabalhar em duas ou três para cumprir a carga mínima, além dos estudantes, que têm que se deslocar para outros bairros, pegando conduções perigosas e superlotadas de São Paulo.

BBC - Brasil
09/09/2009 - 13h47

Pais de alunos fazem professores reféns em duas cidades na França


Daniela Fernandes
De Paris
Pais de alunos franceses mantêm como reféns nesta quarta-feira oito professoras em duas escolas maternais no sudoeste da França para protestar contra o fechamento de salas de aula.

A decisão de fechar as salas de aulas foi tomada pelo ministério da Educação da França. Segundo o governo, não há número suficiente de alunos para manter as salas de aula abertas.
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Na cidade de Laroque d'Olmes, com 2,7 mil habitantes, próxima a Carcassone, três professoras, sendo uma delas a diretora da escola, estão sendo mantidas como reféns desde a noite de terça-feira por dezenas de pais.

Eles afirmam que a classe dos filhos teria sido extinta porque faltariam apenas dois alunos para atingir a cota estabelecida pelo governo.

"O mínimo de 49 alunos para três salas de aula não foi atingido. Há 47 crianças para o curso e por isso foi decidido o fechamento de uma das classes, para a qual uma professora havia sido contratada", diz Jean-Charles Sutra, vereador e responsável pela comissão escolar da cidade, que também protesta contra a decisão do governo.

Na cidade de Pompertuzat, perto de Toulouse, também no sudoeste da França, os pais de alunos também sentiram o fechamento de uma sala de aula.

Em uma escola maternal, os pais de alunos mantêm reféns desde a noite de terça-feira, cinco professoras, entre elas a diretora.

"Atualmente, há entre 23 e 24 alunos por classe. Com o fechamento de uma delas, haveria 30 alunos", diz Corinne Viguié, representante da FCPE, uma das maiores federações de pais de alunos da França.

Crime
Em Laroque d'Olmes, a polícia foi acionada para fiscalizar a situação na escola Elysée Maury, a mesma onde estudou o ex-goleiro da seleção francesa de futebol, Fabien Barthez.

Os policiais alertaram os pais que "após 24 horas, a lei prevê que se trata de um sequestro, crime severamente punido pela legislação".

Até o momento, empregados que mantiveram como reféns diretores de empresas, em alguns casos por um prazo superior a 24 horas, não tiveram problemas na Justiça pelo "sequestro".

Até então, somente empresários haviam sido "sequestrados" por empregados na França. O motivo é geralmente tentar impedir demissões e negociar indenizações trabalhistas. Após o agravamento da crise, a França registrou diversos casos de executivos mantidos como reféns.

Esta é a primeira vez, no entanto, que pais de alunos mantêm professores como reféns para protestar contra iniciativas adotadas pela direção da escola, sob orientações do ministério da Educação.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TEXTO DE PASCOAL DA CONCEIÇÃO EM APOIO ESCOLA LIVRE DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ

Fonte: movimentolivre-sa.blogspot.com

Acho que eu li num livro ou vi na televisão que não é que a gente engorde, a gente acumula gordura. Melhor entendido: o corpo tem nele a memória do terror das noites das cavernas quando a sobrevivência roncava no estômago, então armazena gordura por ansiedade e medo de outras eras. A vida está em perigo e a fome que não cessa, é o seu sinal mais aparente.

Tenho a mesma sensação de medo desconhecido nessas horas tranqüilas, hospedado em um hotel cinco estrelas, numa situação fruto da gentileza dos deuses do patrocínio para com os atores. Algum perigo me ronda, e aumenta quando vejo esses miseráveis que do nada aparecem na porta do hotel cinco estrelas, com sua miséria repugnante, sacos plásticos pretos, barbudos, babados e sujos, que os seguranças com a sua brutalidade autorizada, espantam, chispando pra longe da vista. Não tem uma vez que não me corra na alma o arrepio da possibilidade dos seguranças se virarem contra mim, me descobrirem aqui e me mandarem pra fora escorraçado como um penetra sem lenço e sem documento.

É o medo ancestral, sinal da fome de sentimentos de paz, compreensão, felicidade, alegria, porque os Impérios de Terror e Miséria estão a postos para o ataque. Como acontece nos jardins da ESCOLA LIVRE DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ.

A escola é um projeto de grande felicidade artística nacional e internacional, que está para completar vinte anos e no momento ameaçado de ser desmanchado.

Já dava pra imaginar que viriam mudanças depois da última eleição. A política dos que estão ou não no poder, que é a que tem regido a vida cívica brasileira, faz mais estragos na continuidade das boas coisas que a razão desconhece ou suportaria.

E é esse o estrago que se anuncia no ato de demitirem sumariamente o Edgar Castro, coordenador eleito em voto livre por todos os que fazem a Escola Livre, professores, alunos e funcionários, continuidade de um processo que joga fora, que despreza, tudo o que foi construído para que a escola seja o que ela é hoje. O Edgar foi mandado embora e proibido de entrar na escola. Isso mesmo: proibido de entrar na escola.

Proibido! Essa palavra ferve o meu sangue e dá nó na minha garganta. Socorro Lucia Gayotto! Minha querida mãe de santo, bruxa da voz como dizia o Zé Celso. Socorro! Perdi a eloqüência, não tenho a língua molhada pela fala sagrada que age, que faz nascer a ação no teatro e que deseja mudar o mundo. Estou mudo sem saber como por pra fora essa fala que afeta, com a ação que você tanto trabalha.

Esses ataques de soberba aviltante são herdeiros dos momentos mais ferozes da ditadura militar, que através do terror da tortura, marcaram a ferro e brasa a nossa memória cívica. Se manifestam e amedrontam porque são portadores daquela brutalidade covarde que espantou para os lugares proibidos da memória um dos momentos mais potentes da vida brasileira, e estão no cerne de tudo que vivemos hoje.

E é mais uma vez o teatro, que nesta aparentemente desprezível atitude da administração de uma das mais importantes cidades do Brasil, que está sendo escorraçado das portas da cidade.

Não sei exatamente porque mas me veio à memória que outro dia lá no Conchita de Morais, o teatro da escola, numa montagem do último ano, Woyzek estava matando a facadas o seu amor, empurrado pelos que se dizem guardiões da decência e da honestidade.

O teatro é mais excitante que o crime. Viva o amor.
Viva a escola livre do teatro.