Fonte: http://www.vermelho.org.br
Estudantes, professores e funcionários das universidade de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Estadual de Campinas (Unicamp) foram às ruas, nesta quinta-feira (18), reivindicar a retirada da Polícia Militar (PM) do campus da USP, a renúncia da reitora Suely Vilela e o retorno das negociações. De acordo com a organização do ato, mais de cinco mil pessoas participaram da atividade, que saiu da Avenida Paulista em direção ao Largo de São Francisco.
Movimento pede também a reúncia da reitora
''Nossas expectativas foram todas superadas. Esperamos que, com essa demonstração de força, a reitora renuncie, pois está claro que ela não tem condições políticas de permanecer à frente da instituição'', disse Magno de Carvalho, diretor do sindicato dos funcionários da universidade (Sintusp), ao Vermelho.
De acordo com o dirigente a Associação dos Docentes da USP (Adusp), Marcos Magalhães, a presença da PM no campus é uma froma de intimidação e um ''atentado contra o espírito da USP, que é de diálogo e discussão''. O professor afirma que a convocação da polícia tem uma conotação política. ''Eles não foram acionados pela reitora e é uma quebra de um paradigma de que as coisas se resolvem pelo diálogo e não pela força'', colocou.
Na último dia 9, uma manifestação convocada pelo diretório e por sindicatos no portão principal da USP terminou em conflito com a polícia. Um estudante e cinco policiais ficaram feridos e três integrantes do sindicato dos funcionários foram detidos, mas liberados em seguida.
O ocorrido provocou reação no campus, fortalecendo o movimento dos funcionários - que passou a cobrar a saída da reitora - e mobilizando mais ainda professores, alunos e intelectuais contra a presença da PM. Desde 1º de junho, a polícia está na universidade, graças a um pedido de reintegração de posse na Justiça, para “garantir o livre ingresso e saída da universidade” a quem não aderisse à paralisação.
No ato desta quinta, estudantes carregaram flores durante todo o percurso, para simbolizar o caráter pacífico da manifestação, que ocorreu sem grandes incidentes. A iniciativa de distribuir 3 mil gérberas foi da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp).
Muitos dos presentes também expuseram indignação com o fato de a Faculdade de Direito da USP, local de encerramento da atividade, ter amanhecido fechada. A decisão foi tomada pelo diretor da unidade, João Grandino Rodas, na noite de quarta-feira, dia 17, segundo ele, como ''medida de segurança''.
Reivindicações
Além da retirada da PM e a saída da reitora, a pauta de reivindicações do movimento pede a correção de salários em 16%, além da reposição das perdas com base na inflação dos últimos doze meses até abril último, e o pagamento de um valor fixo de R$ 200 para todos os trabalhadores - benefício acertado em 2007 com a reitoria, com base no aumento de arrecadação do governo, e que até hoje não foi incorporado aos salários.
Os manifestantes também pedem o fim de processos administrativos contra servidores e alunos que participaram de greves anteriores e a reabertura das negociações com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) .
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), por sua vez, se coloca contra a oferta de cursos de graduação à distância pela universidade. Os funcionários da USP estão em greve desde o dia 5 de maio. Unicamp e Unesp apoiam o movimento
Negociações
A retomada do diálogo entre reitores e associações de docentes e funcionários está marcada para a próxima segunda-feira. Mas um dos dirigentes do movimento, Magno de Carvalho, já adiantou que o grupo tem todo o interesse em negociar, mas sem a presença da PM. ''Queremos negociar, mas só faremos isso quando a polícia deixar o campus. Não vamos negociar cercados pela PM'', informou ao Vermelho.
O integrante da Adusp, Marcos magalhães, concorda. Mas, para ele, com a repercussão do ato, um acordo com a reitoria pode estar à vista. ''Não aceitamos negociar na presença da PM. Mas há um processo de entendimento e possivelmente haverá a retirada da PM. Estamos em compasso de acordo'', disse.
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