Fonte: www.paulohenriqueamorim.com.br
. Um confronto entre a Polícia Militar, funcionários administrativos da USP, em greve há mais de um mês e estudantes ocorreu na tarde desta terça-feira, depois que manifestantes bloquearam ruas Alvarenga e Afrânio Peixoto, no Butantã- o chamado “trancaço”, por volta das 15h30. O ato ocorreu após uma assembléia, cuja principal reivindicação foi justamente a saída da PM, que está no campus desde a semana passada.
. Logo após o “trancaço”, estudante e grevistas bloquearam o portão 1, principal acesso ao campus, aos gritos de “fora PM”. Foram reprimidos por policiais, que utilizaram balas de borracha e bombas de gás.
. O confronto se estendeu até aproximadamente 18h. A polícia fez um cordão de isolamento para impedir a invadisão da reitoria. Imagens transmitidas ao vivo pelos canais de televisão mostravam um manifestante idoso, de cabelos brancos, caído no chão e de outro manifestante jovem no momento em que ele foi algemado por policiais.
. Os funcionários da USP estão em greve há cerca de um mês. Professores e alunos se solidarizaram no protesto contra a presença da PM, chamada para atuar na universidade por força de medida judicial, de iniciativa da reitoria.
. As entidades representativas dos funcionários e professores reivindicam a reabertura de negociações com o Conselho de Reitores das Universidades Paulistas (Cruesp), que foram interrompidas no último dia 25. Mas a reitoria da USP alega que só voltará a negociar depois do fim dos piquetes.
. O Fórum das Seis, entidade representativa de estudantes, professores e funcionários administrativos das universidades estaduais de São Paulo considera a presença da PM no campus um insulto à autonomia universitária.
“Nem na época do regime militar eu vi uma cena como essa”, disse ao Conversa Afiada o sindicalista Magno de Carvalho, diretor de base do Sintusp – sindicato que representa os funcionários administrativos da USP.
Em entrevista a Paulo Henrique Amorim, Magno descreve a batalha de mais de uma hora, na qual estudantes, funcionários e docentes da universidade foram atacados por homens da tropa de choque da PM, que lançaram bombas de efeito moral contra eles. Duas pessoas foram hospitalizadas depois de receber tiros de balas de borracha.
“O governador José Serra faz isso por vingança. Ele não se conforma por termos derrubado, há dois anos, o decreto que ele tentou impor à universidade”, afirma Magno. Ele se refere uma tentativa frustrada do governo de mudar a execução orçamentária das universidades. Na ocasião, alunos, funcionários e professores se insurgiram contra a medida, vista como uma interferência na autonomia universitária.
No momento em que ocorria a entrevista por telefone, por volta das 20h40, o comando de greve promovia nova assembléia. Para o sindicalista, após o confronto com a polícia a tendência é de o movimento se radicalizar.
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